Para quem ama vinho: São Joaquim começa a se destacar na casta Pinot Noir 291u57

Você adora vinho? Então leia a entrevista com o Sommelier Sidney Lucas, da Enoteca Decanter, que mais parece uma poesia sobre a bebida de Baco 08 janeiro 2021 às 13h16 5 Minutos CONTEÚDO ESPECIAL, ND BRANDED STUDIO Enviar no WhatsApp 4d1o21

Casta Pinot Noir  e seus encantos pelo mundo – Foto: DivulgaçãoCasta Pinot Noir  e seus encantos pelo mundo – Foto: Divulgação

Férias, momentos para total relaxamento e para aproveitar o melhor da vida, colhendo os frutos de um ano intenso e desafiador como foi 2020.

Para inspirar os amantes de vinhos de qualidade, a ShowMe traz esta entrevista especial com o Sommelier da Enoteca Decanter, Sidney Lucas, que fala com maestria e poesia sobre a casta Pinot Noir, lembrando que em Santa Catarina, a cidade de São Joaquim começa a se destacar nesta casta.

Aliás, se você ainda não experimentou um Pinot Noir, a hora é agora. Delicie-se com os ‘sabores’ desta entrevista!

Entrevista Especial c4k6c

ShowMe: Como pode ser definida a casta Pinot Noir?

Sidney Lucas: “A casta Pinot Noir é uma poetisa romântica e temperamental!”. Palavras de Andrew Jefford, crítico de vinhos inglês. Esta afirmação certamente está fundamentada no comportamento desta maravilhosa casta tinta que escolhe com critérios muito rigorosos onde será plena.

Fora de seu berço, a Borgonha (centro-leste da França), onde dá origem a vinhos esplendidamente elegantes e complexos, são poucos os locais em que ela se sente bem e reproduz aquelas incontáveis virtudes como se estivesse em sua terra natal.

Há registros de que era cultivada pelos Gauleses por volta de 150 a.C. Na Borgonha é plantada desde o século IV d.C. Hoje, é a sexta variedade tinta mais plantada no mundo.

A Borgonha, no centro-leste da França, é o lugar de origem da Pinot Noir – Foto: DivulgaçãoA Borgonha, no centro-leste da França, é o lugar de origem da Pinot Noir – Foto: Divulgação

ShowMe: Quais são as variedades desta casta?

Sidney Lucas, Sommelier da Enoteca Decanter – Foto: Divulgação – Foto: Sidney-LucasSidney Lucas, Sommelier da Enoteca Decanter – Foto: Divulgação – Foto: Sidney-Lucas

Sidney Lucas: Devido a sua instabilidade genética, tem tendência a constantes mutações, tanto que algumas dezenas de uvas são descendentes da Pinot Noir. Considerando apenas aquelas resultantes do cruzamento natural entre a Pinot Noir e Gouais Blanc, somam 21 variedades, dentre as quais se incluem a Chardonnay, Gamay, Muscadet, Aligoté.

Outras compartilham do mesmo DNA: a Pinot Gris, a Pinot Mounier e a Pinot Blanc, portanto, são a mesma variedade geneticamente falando. Estudiosos afirmam que ela se adapta às condições da zona em que vive.

Quando plantada em local com determinada característica, depois de muitos anos (muitos!), tende a assimilar o ambiente e se adaptar a ele. Parece contraditório, mas se a coisa não estiver muito de acordo, ela se transforma, isto ajuda a explicar a sua imensa descendência.

ShowMe: E quanto às características?

Sidney Lucas: Sua pele é muito fina e com concentração menor de antocianinas (pigmentos pertencentes ao grupo dos flavonoides, responsáveis pela coloração avermelhada, roxa e azul de flores, frutas e folhas que possuem estes tons), tem cachos e bagos pequenos, floresce e amadurece mais cedo.

O ideal é que seja cultivada sob clima seco e bem fresco, porém, sem frio excessivo, o que originaria vinhos inexpressivos. Já o calor em demasia faz perder suas maiores virtudes: a elegância, fineza e mineralidade.

Suas características físicas fazem dela mais sensível aos diferentes tipos de clima e solo, desta forma, se estiver em um ambiente adequado, depois de vinificada, será o terroir em estado líquido.

ShowMe: Quais são os lugares onde ela se dá melhor?

“Pinot Noir é uma poetisa romântica e temperamental”, diz o sommelier Sidney Lucas – Foto: Divulgação“Pinot Noir é uma poetisa romântica e temperamental”, diz o sommelier Sidney Lucas – Foto: Divulgação

Sidney Lucas: Não são muitos os lugares onde ela se dá bem. Relaciono aqui alguns dos eleitos da poetisa:

  • Nova Zelândia (em especial nas regiões de Marlborough, Martinborough, Central Otago e sudeste de Wairau)
  • Pfals e Baden na Alemanha (onde é chamada de Spätburgunder)
  • Noroeste e nordeste da Itália (chamada de Pinot Nero)
  • Casablanca e San António no Chile
  • Walker Bay na África do Sul
  • Oregon nos Estados Unidos
  • São Joaquim em Santa Catarina (começa a se destacar)
  • Áustria (que tem clima parecido com o da Borgonha)
  • E, é claro, a Borgonha, além de outros poucos locais não citados. Parece que, caprichosamente, dá o melhor de si onde bem entender!

É uma das três uvas autorizadas na elaboração do Champagne, espumante proveniente da homônima região do nordeste da França.

ShowMe: Qual o clima mais apropriado para uma perfeita Pinot Noir?

Sidney Lucas: Os descritores típicos de um grande Pinot Noir variam se está sob clima frio ou moderado. As pequenas frutas vermelhas de bosque predominam nos vinhos jovens de clima mais frio: morango silvestre e framboesa, além da cereja ácida. Em climas moderados, as cerejas negras maduras entram em cena.

Todas estas impressões frutadas são permeadas por notas de especiarias como a canela em pau, o cravo, e laivos mais exóticos de incenso. A terrosidade é outra prerrogativa de um típico Pinot, que pode trazer notas de beterraba, ervas terrosas como o tomilho, cogumelos, trufas negras e defumados.

Matizes mais dramáticas de caça e “sous-bois” (assemelha a chão de bosque com folhagem em decomposição, cogumelos e trufas) advêm do envelhecimento em garrafa.

ShowMe: Qual o tempo apropriado para este vinho ficar na garrafa?

Sidney Lucas: Apesar da fama de ser delicada, tem aptidão para longos estágios em barricas e também dá origem a vinhos bastante longevos devido à sua estrutura, alguns da Côtes de Nuits e Côtes de Beaune (sub-regiões da Borgonha), por exemplo, podem chegar facilmente a quinze ou vinte anos e nas melhores safras, ar dos trinta.08

O mesmo não acontece no novo mundo, onde ficam prontos mais cedo, mas não é raro encontrar neozelandeses, americanos ou chilenos que podem chegar aos dez anos. Poucos vinhos são tão bons quanto um bom Pinot Noir depois de alguns anos na garrafa! Se ainda não experimentou, deveria!

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