Quadras poliesportivas, pistas de skate no padrão olímpico, raias para competição de remo, estrutura para pescadores, espaço para contemplação do pôr do sol, espaço pet, playground, balanço gigante, restaurantes, quiosques e até beach clubes. Esses são alguns atrativos que constam no projeto do Parque Urbano Marina da Beira-Mar, que comportará 500 embarcações, e foi apresentado na manhã desta sexta-feira (22) pela Prefeitura de Florianópolis.

“Não tenho dúvidas que as 2.100 famílias que estarão empregadas aqui lembrarão que um exército de pessoas se dedicou para transformar isso em realidade”, disse o prefeito Gean Loureiro (Dem). Foi ele quem apresentou à imprensa e a representantes da sociedade civil organizada da Capital o projeto da futura marina na Capital.
A proposta da construção de uma marina na Beira-Mar Norte surgiu em 2013, quando um projeto contratado pelo Grupo RIC previa outras melhorias para a cidade e foi apresentado ao então prefeito Cesar Souza Júnior e ao então governador Raimundo Colombo.
O Grupo RIC chegou a contratar um escritório de engenharia e urbanismo para elaborar o estudo de uma marina na cidade e o apresentou a Cesar Souza Júnior, que fez os encaminhamentos necessários. O projeto avançou, mas não se tornou realidade na época. E agora, a tendência é que o projeto saia do papel com Gean fora da prefeitura. Mas, segundo o secretário municipal de Turismo, Juliano Pires, isso não é um problema.

“Nossa preocupação é criar novos ambientes e equipamentos para que os nossos cidadãos possam ter opções de lazer, gastronomia e serviços adequados. Quando a cidade é boa para o cidadão, naturalmente, será boa para o turismo”, disse Pires. A expectativa da prefeitura em relação ao empreendimento é enorme. Gean disse que se trata de um dos principais feitos da sua gestão.
Visitando empreendimentos semelhantes pelo mundo, o prefeito conheceu a marina de Auckland, na Nova Zelândia. “Eles falavam que o impulsionamento econômico se dirigia a um raio de 45 km. Influenciava tudo no entorno. É imaginar que teremos um impulsionamento para toda cidade”, destacou Gean.
Na visão do secretário de Turismo, o empreendimento vai trazer uma nova cara para a cidade, além de empregos e impostos. Sobre a exploração comercial, destacou que é uma obra 100% privada, sem dinheiro público envolvido na construção e na gestão.
“Com todos os serviços ali implantados, naturalmente, os impostos vão para a prefeitura. Além de não investirmos nada, estamos ganhando um equipamento de qualidade, aumentando a área pública para o nosso cidadão, gerando empregos e aumentando a arrecadação. É uma matemática extremamente positiva para a cidade”, ressaltou Pires.

A segurança, outra preocupação, também será uma incumbência da empresa vencedora da concessão, a JL Construções Civis. “Você imagina que proprietários de embarcações de até 150 pés virão a Florianópolis e, naturalmente, precisam de um lugar seguro. Florianópolis oferece uma experiência muito segura para o Brasil, mas vai se intensificar bastante essa questão da segurança”, ressaltou o secretário.
“Uma das melhores marinas do mundo” 4h3t1v
O diretor da JL Construções, João Luiz Felix, também estava no evento. Segundo ele, a empresa encomendou diversos estudos técnicos a fim de evitar surpresas na obra.
“Muitas pessoas pensam que marina polui, pelo contrário. Tenho três marinas e a de Angra, por exemplo, é um verdadeiro berçário. Temos até tartarugas nadando em volta das embarcações. É uma prioridade cuidar da qualidade da água nas marinas”, enfatizou.
Quando ganhou a concessão, o empresário disse que se envolveu de corpo e alma. João contou que, normalmente, cuida das obras do norte e seu filho das obras do sul. Dessa vez, será diferente: “quando ganhamos a concorrência, o meu filho disse ‘pai, parabéns, mas Florianópolis fica no sul’. Eu falei: ‘essa não! Essa o teu pai vai para lá’ [Florianópolis] e, quem sabe, venho até a morar aqui no futuro”, lembrou João.

“Essa marina de Florianópolis vai ser a mais bonita não só do Brasil, mas do mundo inteiro, porque contempla a questão dos parques”, explicou João. Sobre a obra, ele disse que a empresa está bastante afinada.
“A parte de projetos de infraestrutura vem sendo desenvolvida e quando tivermos a licença, estaremos imediatamente começando a obra, para que tenhamos a marina no prazo e fazendo um show para comemorar”, afirmou o empresário.
Outra prioridade da JL na elaboração do projeto foi a escolha de arquitetos que vivem ou conhecem em Florianópolis, uma sugestão da primeira-dama da cidade, Cintia Loureiro.
Duas empresas trabalharam no projeto arquitetônico: a JA8 e a Ark7, com cinco arquitetos trabalhando full time. A uruguaia Silvana Carlevaro, que vive há 35 anos na Ilha, foi uma das profissionais.
“É um orgulho fazer esse projeto, porque é um marco na cidade”, disse. Ela explicou, ainda, que o projeto buscou valorizar o ser humano através do lazer, do bem-estar e da relação com a cidade.
O trabalho dos arquitetos começou no início do ano e, depois do projeto preliminar, eles seguem trabalhando: “Ainda tem muita coisa pela frente, principalmente a parte de arquitetura das edificações. Agora vem o projeto executivo, que envolve engenharias, detalhamentos das edificações, isso ainda vai levar mais um tempo”, explicou.
Mais detalhes do projeto da marina na Beira-Mar 706755
O projeto arquitetônico do Parque Urbano e Marina da Beira-Mar tornou-se público nos moldes das recentes apresentações da prefeitura: o prefeito Gean e seus slides. E, segundo ele, a marina merecia uma tela que só os cinemas têm. O evento contou com diversas autoridades, entre as quais os vice-prefeito, Topazio Neto, secretários municipais, vereadores e membros de entidades representativas.
A futura marina será próxima ao trapiche da Beira-Mar Norte até a extensão das atuais quadras de beach tennis da Beira-mar. A JL Construções, empresa que executará a obra, é uma das dez maiores do Brasil no setor de empreendimentos e venceu o processo licitatório para a construção do parque.

A área total da concessão é de 440 mil m². A área de aterro terá cerca de 140 mil m² de aterro. O espelho d’água terá aproximadamente 190 mil m². A área de marina, por sua vez, será de 157 mil m². A área de circulação e convívio terá 100 mil m². A área de livre circulação terá 20 mil m², a de lazer 25 mil m², as áreas verdes 48 mil m² e as áreas edificadas de 14 mil m².
“A intenção dos arquitetos e todos que elaboraram é as pessoas sempre se sentirem ao ar livre, mesmo de dentro de uma estrutura, é possível observar o sol, o movimento, o mar”, explicou Gean. Ao todo, o parque urbano terá 88 espaços de uso misto, entre os quais, 10 restaurantes, dois beach clubs, 22 fast-foods, 15 quiosques, um mercado gourmet e cinco espaços de bem-estar, como spa e clínicas.
Haverá ao menos cinco vias de entrada para pedestres e três eixos cicloviários. O local também terá pontos de ônibus e estacionamento para ônibus de turismo (4), automóveis (400 vagas) e motocicletas (100).
Fase de licenciamento 222v3
Mas, para tirar a marina do papel, é preciso vencer a etapa de licenciamentos. Segundo o presidente do IMA-SC (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina), Daniel Vinícius Netto, o órgão enxerga o projeto como respeitável e algo que valoriza a vocação da cidade. “Há alguns anos se vem trabalhando em cima dessa concessão e de toda a concepção do empreendimento. Para nós, do órgão ambiental, enquanto o processo não está formalizado, não há juízo de valor, nem antecipação da análise técnica”, disse Netto.

Ele afirmou que existe um apoio institucional para esse tipo de empreendimento e questionado sobre quanto tempo deve demorar o licenciamento, respondeu que, em função do interesse público e social, tende a ser rápido. “Não temos como dizer quanto tempo, mas faremos com toda celeridade e transparência”, completou.
O prefeito Gean destacou que, se tudo transcorrer como o imaginado, a emissão do LAP (Licenciamento Ambiental Prévio) ocorre em agosto de 2022. A estimativa, no projeto, é que a do termo de início das obras ocorra em janeiro de 2023, mas o prefeito tem uma meta: iniciar as obras ainda no segundo semestre de 2022. A previsão de conclusão da obra é no ano de 2025.