Durante uma hora, o diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes e Obras), Rafael Vitale, ouviu a apresentação sobre os problemas que a falta de tráfego na BR-101, no trecho Norte de Santa Catarina, tem causado. A reunião foi na sede da agência em Brasília, na manhã desta quarta-feira (31).

Não é a primeira vez que a empresa Arteris, que tem a concessão da BR-101 no Norte do estado, mostra a necessidade de realizar obras na rodovia. Mas as obras vão gerar custo extra contrato.
Segundo o diretor de operações da empresa, Antônio César Ribas Sas, é necessário reajustar o pedágio. “Essas obras e demais terão impacto na tarifa, só temos uma obra pendente pelo contrato”, afirmou.
Segundo ele, o estudo feio pela Fiesc (Federação das Industrias de Santa Catarina) mostrou a necessidade principalmente da terceira faixa. “Tem necessidade de obras urgentes entre Itajaí e Navegantes o mais rápido possível. Estamos propondo a necessidade da terceira faixa ao longo do trecho. Estamos estudando ainda, mas pelo menos de Balneário Camboriú até Penha seja uma alternativa e também uma ponte sobre o Rio Itajaí”, disse o diretor.
Quem também esteve na reunião, representando a bancada do estado, foi o senador Esperidião Amin (PP-SC). Ele chegou a conversar com a coordenadora do Forúm Parlamentar Catarinense, Caroline de Toni (PL-SC), para ficar responsável por acompanhar a situação e afirmou que a situação é caótica.
“Temos consciência que a situação é muito grave e vai piorar porque queremos que a economia cresça e vai aumentar o movimento. Temos que evitar o colapso”, disse Amin.
Além da autorização da ANTT, as obras precisam de recursos. E a agência quer que a concessionária use o dinheiro das multas que recebeu por descumprimento do contrato para isso. O diretor da Arteris, disse que a empresa não é contra.
Já o senador Esperidião contou que a possibilidade foi discutida, mas não para definir. “Foi abordado a questão do termo de ajustamento de conduta e como usar as multas que a concessionária levou. Mas não sabemos os valores das obras, nem das multas”, explicou o senador.
BR-101 e a economia de Santa Catarina z4g3t
A Fiesc fez um estudo mostrando que o estado pode perder quase R$ 10 bilhões de 2018 a 2032 – período da concessão – se os problemas não forem resolvidos. Segundo o executivo da Câmara de Transportes da federação, Egídio Martorano, as áreas de turismo, transporte de cargas, produção de alimentos e movimentação em portos, estão todas comprometidas com esse “colapso”.