O inquérito instaurado pela Polícia Civil do Paraná para apurar o deslizamento ocorrido na BR-376 em Guaratuba, em novembro de 2022, foi concluído sem apontar responsáveis. O documento foi assinado pelo delegado Edgar Dias Santana nesta segunda-feira (21) e divulgado nesta quarta-feira (23).

No acidente, ocorrido no dia 28 de novembro do ano ado, duas pessoas morreram e outras 14 ficaram feridas. Horas antes do deslizamento, o trecho já havia sido interditado, por conta de uma ocorrência de menor proporção.
Conduzido pela Delegacia de Delitos de Trânsito, o inquérito apenas detalhou os procedimentos adotados e o número de pessoas ouvidas. Vinte e dois policiais rodoviários federais envolvidos na operação durante o dia do deslizamento foram ouvidos, além de seis funcionários da Arteris Litoral Sul, concessionária que istra a rodovia. Outras 12 pessoas, entre familiares das vítimas e motoristas que estavam no local no momento do acidente, foram ouvidas.
Do documento de 22 páginas, a Polícia Civil detalha as ações realizadas ao longo da investigação e aponta ser responsabilidade do Ministério Público do Paraná dar continuidade às investigações para apurar possíveis responsabilidades.
Laudo aponta “deficiência de sistema de drenagem superficial” 563h2e
O inquérito afirma que um laudo do Instituto de Criminalística aponta, como possível causa do deslizamento, uma “deficiência de sistema de drenagem superficial”, que foi classificada como “Risco 1”.
De acordo com o Instituto, o problema estava “em estágio inicial de evolução”, mas poderia se agravar com o ar do tempo. O inquérito aponta também que nos dias 26, 27 e 29 de novembro de 2022 houve “um comportamento pluviométrico anômalo”.
Além disso, o documento afirma que “Conforme mapeamento da vulnerabilidade à erosão hídrica dos solos, o local em que ocorreu o deslizamento está situado em uma região classificada como muito alta a vulnerabilidade à erosão hídrica”.
Por fim, o delegado conclui o inquérito afirmando que “todas as diligências para apuração do fato em tela foram esgotadas” e remetia o documento ao Ministério Público para adotar as medidas que o órgão entender necessárias.
A reportagem do Portal ND+ procurou a Arteris Litoral Sul para se manifestar sobre a conclusão do inquérito. Em nota, a empresa afirmou que segue à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. Confira a íntegra:
“A Arteris Litoral Sul recebeu a conclusão do inquérito da Polícia Civil e informa que segue à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos. Com relação às obras, a concessionária segue em tratativas com a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres para definição da solução a ser aplicada para recuperação do talude do km 669. O tráfego no segmento segue com duas faixas liberadas em cada sentido”.