Carolina Bitsch Boscardin começou a se interessar pelo tênis aos dez anos de idade, ainda vive do esporte e não pretende parar tão cedo. “Meu pai – conta a decacampeã catarinense da primeira classe – era ecônomo no ville Tênis Clube. Eu comecei na natação, mas não me senti atraída. Aí fui para o tênis e me apaixonei.” Atualmente dando aulas na academia Hoppe Tênis, Carolina vê nos filhos Gabriel, 13 anos, e Pedro, 8, a continuidade de sua carreira. Os irmãos Mateus e Gabriela também tiveram agens pelo esporte.
Nascida em Curitiba em 1971, Carolina se considera vilense: “Com dois anos de idade eu já estava morando aqui, no bairro Atiradores, sempre estudei no Bom Jesus e toda a minha trajetória no tênis teve como base ville”. A exceção foi o período de quatro anos em que Carolina integrou a equipe da Ceval, o que a levou a morar em Gaspar, nos alojamentos dos atletas.
“Naquela época, eu era a única mulher na equipe. Como o Guga era muito pequeno, a mãe dele receava deixá-lo junto com os rapazes mais velhos. Então, ele ficou no meu alojamento, eu cuidava dele e dona Alice vinha buscá-lo quando eu viajava”, lembra Carolina, que tem em Gustavo Kuerten um grande amigo. Ambos, no tempo de Ceval, eram treinados por Larri os.
Do início de carreira, Carolina faz questão de demonstrar gratidão pelas pessoas que a incentivaram, como Max Bornholdt (ex-presidente do JTC) e os treinadores Luisinho e Zé Luís. Fã de Andre Agassi e Stefi Graf (ex-tenistas, hoje marido e mulher), foi contemporânea das tenistas brasileiras Patrícia Medrado e Andrea Dadá Vieira.
Até os 25 anos, quando trocou as competições pelas aulas, Carolina colecionou títulos catarinenses e brasileiros. Só nos Jogos Abertos de Santa Catarina, onde estreou na edição de 1985, em Brusque, foi dez vezes campeã da primeira classe. “Nunca voltei dos Jasc sem medalha. Minhas grandes adversárias eram Tatiane Buss e Rita Cruz Lima.” Dos tempos de profissionalismo, guarda a grande quantidade de amigos que fez nas quadras e as oportunidades que teve de conhecer diversos países.
Em 1996, depois de uma coleção de títulos e uma bem sortida galeria de troféus e medalhas, Carolina resolveu trocar as competições pelas aulas de tênis. Como professora, ou pelo JTC, pelo Golfe Clube, pela AABB e teve sua própria academia, a Master Tênis. Há cerca de seis anos dá aulas na academia Hoppe Tênis, na rua Max Colin. “Tenho alunos de todas as idades, mas gosto mesmo é de ensinar os mais novos. Destes anos como instrutora, tenho orgulho de lembrar de alguns jovens que fizeram carreira, como Diego Cubas, Paulo Baumer, Eduardo Pereira e Aline Berkenbrock.”
O nome Boscardin está garantido no mundo do tênis, pelo menos por mais uma geração. Gabriel já venceu competições, tem boa colocação no ranking e Pedro também mostra potencial para seguir em frente. Ambos jogam desde os cinco anos de idade, e a mãe-treinadora-coruja não teme apostar todas as fichas nos filhos: “Sem dúvida, aposto nos dois. Como profissional, tenho certeza de que os garotos têm potencial e grandes possibilidades de se tornar bons tenistas”. Com o valioso currículo da mãe, alguém duvida de que ela vai ganhar a aposta?