O caso mais misterioso da ufologia brasileira completou 27 anos na última sexta-feira (20). A cidade de Varginha, em Minas Gerais, nunca mais foi a mesma desde aquele fatídico começo de 1996. Criaturas extraterrestres caminhando em plena luz do dia, operações militares de cunho ultrassecreto e uma morte cercada de mistérios.

O ND+ conversou com os ufólogos Fred Morsch, Marco Aurélio Leal, Marco Antônio Petit e com o responsável pela principal pesquisa relacionada ao incidente, Vitório Pacaccini, para contextualizar em detalhes tudo que se sabe sobre o caso.
O ufólogo, Marco Aurélio Leal, também produtor do documentário“Moment of ”, forneceu informações e cedeu a utilização das ilustrações nesta reportagem.
Onda de avistamentos 4g4l
Antes mesmo de janeiro de 1996, Minas Gerais já estava recebendo misteriosas visitas de objetos luminosos cruzando os céus. Uma verdadeira onda de avistamentos acometeu o local e, de acordo com o ufólogo Vitório Pacaccini, “nas estradas ao redor de Varginha, diversos objetos foram amplamente avistados pelos motoristas”.
Oralina e Eurico avistam um enorme objeto 2jde
Por volta da 1h30 do dia 19 de janeiro de 1996, na fazenda Sr. Castilho, a cerca de 10 km de Varginha, o casal de fazendeiros, Oralina Augusta de Freitas e Eurico Rodrigues de Freitas, estavam em seu quarto quando a mulher ouviu um barulho incomum vindo do pasto, descrito como um “estouro do gado”.
“Eurico, levanta, levanta! Meu Deus! Tem alguém tentando roubar o gado”, dizia Oralina para seu marido.
Ambos ficaram receosos em sair para ver o que estava acontecendo, pois pensavam que poderia se tratar de pessoas armadas querendo roubar o gado, mas ao se aproximar da janela para sutilmente abrir uma fresta, o casal observou um objeto em formato de submarino, do tamanho de um micro-ônibus. Ela estava voando bem devagar, sem emitir nenhum som e ando por cima do sítio.
O objeto ou por cima de um morro que ficava a 500 metros de distância e desapareceu em direção à cidade.

A queda do objeto 6n1r2k
Não muito longe do local onde o casal avistou aquele objeto, o motorista Carlos de Souza percorria a rodovia Fernão Dias, sentido Minas Gerais, por volta das 6h30. Ele estava em uma viagem para Belo Horizonte, pois iria participar de um encontro entre amigos para voarem de ultraleve, modelo de avião que Carlos tinha licença para pilotar.
Naquele momento, Carlos conta que viu uma grande aeronave que tinha um formato de submarino e o tamanho de um micro-ônibus, sobrevoando a rodovia soltando fumaça pela lateral.
“Uma parte dele estava danificada, soltando muita fumaça e ou cruzando a rodovia, em uma distância de 300, 400 metros do chão. Bem devagar”, conta Carlos.
“O objeto estava perdendo altitude e foi até o final de uma estrada de chão, fez um giro em 360º, ganhou um pouco mais de altitude e percebi que tudo se apagou e parecia ter perdido total força, então caiu”, relembra.
Naquele momento, Carlos conta que pensou se tratar de algum modelo de dirigível e que poderiam ter pessoas feridas precisando de ajuda. Então pegou seu carro, deu a volta e seguiu em direção ao local do objeto.
Carlos conta que ao entrar pela estrada de chão da Fazenda Maiolin, encontrou um cenário totalmente incomum, algo que jamais tinha visto.
“Os destroços pareciam papel alumínio, aquele que a gente usa para embalar comida, e quando eu peguei um pedaço que estava no chão, percebi que era muito leve. Eu amassei e ao soltar voltou a forma original, eu lembro de sentir um cheiro muito forte que parecia de amônia com algum ácido”, diz Carlos.
Após alguns minutos, na beira da estrada, Carlos observou um comboio de caminhões militares se aproximando. Segundo ele, havia também uma ambulância do Corpo de Bombeiros. Os militares imediatamente cercaram o local e mandaram o homem embora sob ameaça de fuzil.
“Ele chegou perto de mim e começou a me empurrar, quase me bater, e eu fiquei sem entender nada, ele também levantou o fuzil pra mim e berrava bastante”, afirma.
Carlos saiu apavorado do local, pegou seu carro e voltou a percorrer seu caminho. Parou no segundo posto de gasolina que encontrou, foi quando percebeu que atrás dele, um Opala preto havia parado. Dois homens altos de terno escuro foram em sua direção.
“Aqueles dois chegaram do nada, perguntaram se eu era o Carlos de Souza, falaram o nome da minha mulher e dos meus pais. Sabiam tudo de mim. Chegaram me intimidando, dizendo que eu nunca poderia contar aquilo para ninguém”.
Em 2021, quase 26 anos depois, Carlos aceitou dar uma entrevista ao ufólogo Marco Aurélio Leal e ao americano James Fox, ambos produtores do documentário “Moment of ”, que conta a história dos casos em Varginha.
Primeira criatura capturada 333d6n
Às 8h do dia 20 de janeiro de 1996, o Corpo de Bombeiros de Varginha era acionado por populares que denunciavam uma criatura muito estranha em um terreno baldio, no bairro Jardim Andere, e que algumas crianças estavam jogando pedras no animal.
A guarnição mais próxima estava atendendo uma chamada para corte de algumas árvores em uma região próxima, e tinha os equipamentos para captura de animais dentro da viatura. Chegando no local, os bombeiros o capturaram.
De acordo com o ufólogo Vitório Pacaccini, após a captura, os populares também relataram a chegada de dois caminhões do Exército brasileiro que retiraram uma caixa de madeira e se dirigiram para fora da cidade.
Ruber César conversou com o ND+ e relembrou: “vi um bloqueio do Exército e, na Avenida dos Expedicionários, vieram em sentido Jardim Andere. Os caminhões estavam atravessados na rua, fechando o caminho do terreno”.
“Tinha soldados fazendo uma linha, quatro ou cinco soldados em posições de guarda. Um deles subiu o fuzil e recuamos. Vi também o caminhão abrindo para um carro Fiat Panorama cor vinho e os soldados entraram dentro do caminhão seguindo o carro em direção ao Jardim Andere”, conta Ruber.
Em depoimento dado ao pesquisador Vitório Pacaccini, um militar que participou da extração da primeira criatura comentou que “não estava no local”. Ele ainda afirma que não participou da captura. “Porém recebi a ligação dos bombeiros avisando sobre e me desloquei até o local para pegar o animal”, diz.
No local, ele relembra que “consegui ouvir um zunido de enxame de abelhas vindo de dentro da caixa. Logo outro caminhão da ESA (Escola de Sargento das Armas) encostou no local e fez a extração da caixa”.
Avistamentos das três meninas 654o6j
O mais famoso pedaço desse quebra-cabeças, o avistamento das meninas Kátia, Liliane e Valquíria, aconteceu na rua Benvenuto Brás Vieira, ao lado do nº 76, no bairro Jardim Andere, por volta das 15h.
As três meninas estavam caminhando pelo terreno baldio para cortar caminho até em casa e se depararam com uma criatura agachada, próxima de um muro erguido com tijolos pré-fabricados de cimento, em uma oficina mecânica.
O primeiro susto foi o de Liliane, que estava um pouco adiantada das outras duas. Naquele instante, paradas para ajeitarem melhor a sacola de plástico que Valquíria transportava, ouviram o grito de Liliane pondo-se a correr. As duas também viram o que não era um bicho e não tinha a menor semelhança com qualquer animal conhecido.
Também não era um ser humano, pois a pele era marrom escura, viscosa, como se untada com óleo por toda a superfície do corpo, com três protuberâncias frontais na caixa craniana, grandes olhos vermelhos sem pupilas e saindo para fora do rosto. A boca e nariz eram pequenos. Pernas e braços finos. Veias salientes e grossas saindo do pescoço e indo até por cima do ombro. Os pés grandes, desproporcionais ao resto do corpo.
Mesmo com o grito de Liliane, a criatura continuou agachada e com as mãos entre as pernas.
Apenas virando o rosto para ela e sem se mexer, foi o suficiente para o pânico se estabelecer. Embora elas tivessem tido apenas a visão por um instante, mesmo na correria, olhavam a criatura agachada do mesmo jeito. Era uma tarde quente, ensolarada, e não havia ninguém mais visível pela redondeza.
Ao chegarem em casa, as meninas encontraram a mãe delas, Luísa Helena da Silva, que percebeu o quanto as três estavam amedrontadas, em choro compulsório, pernas e mãos trêmulas e gaguejando muito. Chegaram a acreditar terem visto “o demônio”.
Luísa foi até o local, onde não encontrou nada, mas observou que no muro onde as meninas disseram terem visto a criatura, havia uma pegada com três dedos bifurcados e sentiu um cheiro muito forte de amônia.

Marco Eli Chereze e a segunda criatura capturada 1l1k12
Marco Eli Chereze era o melhor policial do P2 de Varginha, conhecido como Serviço Secreto da polícia. Ele e seu parceiro Erick Lopes foram os responsáveis pela segunda captura naquele dia 20 de janeiro de 1996.
Os dois pegaram um Fiat Prêmio, que servia de viatura descaracterizada, e foram mandados circular pela área para procurar pela criatura. Ambos foram orientados que ela precisava ser detida e entregue para as FAs (Forças Armadas).
Por volta das 20h, os policiais patrulhavam a área do Jardim Andere quando avistaram a segunda criatura na mata. Chereze saiu do carro e capturou com as mãos a criatura, sendo arranhado por ela durante o processo.
Na semana seguinte, Marco se queixou com seus familiares de fortes dores e sensação de indisposição. No Hospital Regional, Marco deu entrada e foi internado, morrendo poucas horas depois.
No laudo médico, constava que Marco havia morrido por uma infecção generalizada em decorrência de uma substancia tóxica desconhecida. Ele foi enterrado rapidamente, de acordo com os familiares, que receberam ordens da PM para que não houvesse velório e que o caixão estivesse lacrado.
Hospital Regional e Humanitas 2iu6b
Às 2h, esta segunda criatura foi levada pelo policial Chereze até o Hospital Regional que, ao chegar no local, recebeu a ordem de um dos médicos para ir embora e que ali não seria o lugar para tratar aquela criatura desconhecida.
Em entrevista aos ufólogos Marco Aurélio Leal e James Fox, para o documentário“Moment of ”, o radiologista de plantão na época, que preferiu não se identificar, afirmou que foi pressionado pelos militares a tirar diversos raios-x daquilo que eles carregavam.
“Quando eu vi, tinha muitos militares a minha volta e mandaram eu tirar alguns raios-x daquele saco preto. Eu nunca vi o que tinha lá dentro, mas sei que eles não olhavam para aquilo e sim para mim, estavam vidrados em mim, observando cada movimento”.
Ele também conta que o cheiro que aquele saco preto deixou no local demorou cerca de dois dias para desaparecer “parecia amônia, mas muito forte”, contou o radiologista.

Zoológico de Varginha e o caso Therezinha Clepf n5t
No dia 21 de abril de 1996, Therezinha Gallo Clepf saía para fumar na varanda de um restaurante localizado no Jardim Zoológico de Varginha, onde estava sendo comemorado um aniversário. Ela viu, atrás de uma cerca, a cabeça de uma criatura idêntica à descrita meses antes pelas meninas, no Jardim Andere. A única exceção era um capacete amarelo que o ser parecia usar.
Coincidentemente, naquela mesma época, cinco animais do zoológico foram dados como mortos, sendo dois veados campeiros, uma jaguatirica e uma anta. No laudo da autópsia, os veterinários escreveram que a morte ocorreu devido a uma infecção generalizada por decorrência de uma substancia tóxica desconhecida.

27 anos depois 5c1so
Depois de tanto tempo, o mistério persiste, porém a pesquisa e a busca pela verdade continuam a todo vapor. Para Vitório Pacaccini, o caso é o mais emblemático da ufologia mundial, podendo ser comparado ao caso Roswell, no Novo México.
Em 2012, o pesquisador disse que ficou frente a frente com um vídeo disponibilizado pelos militares que ficaram agradecidos por não terem sido divulgados como fonte do ufólogo, visto que muitos militares envolvidos foram perseguidos pelo vazamento de certas informações.
O presente era um vídeo de 35 segundos que, de acordo com Pacaccini, mostrava a criatura sendo segurada por alguns militares que tentavam alimentá-la.
“Ela estava muito fraca, a todo momento pude perceber que ela estava aos poucos cedendo. Os militares tentavam alimentá-la, primeiro foi com frutas, uma banana e uma maçã. Também tentaram dar um copo d’água, porém não tiveram resposta da criatura”.
Ufólogos que participaram da elaboração da reportagem 1p4j2j
Esta reportagem foi realizada com informações fornecidas pelos ufólogos que há 27 anos pesquisam sobre o caso: Fred Morsch, Marco Antônio Petit, Marco Aurélio Leal e o auxílio do pesquisador responsável pelo primeiro livro sobre o assunto, Vitório Pacaccini.
Todas as ilustrações e frames apresentados tiveram a permissão do ufólogo e produtor do documentário Moment od ”, Marco Aurélio Leal. Frederico Morsch, ufólogo e apresentador do programa “De Carona com os Ovnis” forneceu e abriu as portas para o contato com os demais pesquisadores.