Inteligência artificial em máquinas, carros não tripulados, missões de turismo interplanetário, moedas digitais, realidade virtual no trabalho… como será o futuro da sociedade global diante das novas tecnologias?
O quão distantes, ou próximas, elas estão do nosso cotidiano em 2022? De acordo com estudo publicado no Future Business Tech, o mundo em 2050 verá o surgimento de cidades inteligentes e hiperconectadas, robôs com características cada vez mais próximas dos humanos, aplicação de interfaces e chips no corpo humano, óculos de realidade virtual substituindo os celulares, além da chegada do homem a Marte, entre outras previsões.
Para especialistas, pesquisadores e empreendedores ouvidos pelo ND, a velocidade em que surgem novas tecnologias e aplicações no dia a dia e no trabalho torna quase impossível prever o que virá até 2050 – embora algumas tendências sejam irreversíveis.

“As tecnologias avançam para se tornarem menores, mais inteligentes e mais baratas”, define Laercio Aniceto Silva, superintendente de Negócios da Fundação Certi, instituição de base tecnológica criada em 1984 na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)e que já apoiou centenas de projetos de pesquisa e inovação nas últimas décadas.
“Com isso, vamos poder colocar computadores e sensores em quase tudo. As baterias vão evoluir facilitando a adoção desde veículos elétricos a dispositivos bem menores, podendo ser carregadas sem fio. Algoritmos atuando como assistente virtuais vão ficar mais inteligentes e facilitar nossa vida em no trabalho, em casa e na escola”, prevê.
O maior avanço dos últimos 30 anos foi a criação da internet comercial e a evolução da conectividade, que universalizou o o à web por meio de dispositivos móveis, de celulares aos relógios inteligentes (smartwatches).
Esta evolução, que seguirá com as redes 5G e 6G, deverá continuar sendo a principal revolução da tecnologia nas próximas décadas, criando novos produtos e serviços.
“O 5G, por si só, vai fazer uma revolução e permitir, por exemplo, que robôs e seres humanos trabalhem juntos, em tempo real. E na China já se fala em implantação do 6G, que terá uma velocidade cem vezes maior que o 5G, em2030. Imagine como a transmissão de dados e imagens vai evoluir”, pondera Silva.
Conceito de internet também deve mudar
Na visão de Felipe Mandawalli, empreendedor e diretor de Educação da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia), o próprio conceito de internet será diferente no futuro.
“Agente pensa na web como computador, site, aplicativo, mas com o 5G em diante, todos os serviços e sistemas tendem a se plugar à internet, casa, carro, eletrodomésticos. Em pouco mais de 20 anos, a internet trouxe o maior ganho de produtividade da história humana – e ainda há um espaço enorme para as tecnologias avançarem nas próximas décadas”.
Segundo a Forbes, a tecnologia de IoT (Internet das Coisas) atingirá 95% dos produtos eletrônicos desenvolvidos até 2050 – ou seja, praticamente tudo poderá ser ado pela web.
A educação, por exemplo, deverá ser profundamente impactada, acredita Mandawalli. “O processo de ensino vai ser cada vez mais tecnológico, isso é inevitável, com disciplinas como programação começando no ensino infantil e fundamental. Além disso, a principal habilidade do século 21 é a capacidade de aprender rápido, já que as profissões e o mercado como um todo está mudando a todo momento”, lembra.
Uma das tendências da educação do futuro é o surgimento de novas escolas, que em vez de um diploma, fornecem experiências práticas em projetos e novas linguagens.
“O estudante terá cada vez mais urgência em novas experiências de aprendizagem. Da mesma forma, o professor do futuro não será apenas quem detém o conhecimento, que está disponível em inúmeros meios, mas aquele que sabe ar adiante este conhecimento”.
Mundos virtuais conectados 103c3h
Outro exemplo é a disseminação de tecnologias que levaram reuniões, encontros sociais e eventos ao mundo digital – impulsionada, também, pelas restrições impostas pela pandemia.
“A imersão de mundos virtuais conectados vai substituir as atuais interfaces de videoconferência e entretenimento, como nos videogames”, avalia Alexandre Adoglio, empreendedor de tecnologia, mentor de startups e pesquisador de cultura digital.
Ele vê também o avanço em áreas como saúde, especialmente com as tecnologias vestíveis (wearables) e os implantes neurais que transmitem dados de saúde a aplicativos e sistemas.
“A evolução da nanotecnologia e outras aplicações poderão realmente mudar toda nossa existência, inclusive após a morte. Os implantes cerebrais conectados à Internet das Coisas levarão nossa consciência coletiva a um nível de organização sem paralelo na natureza”, comenta.