PRAIA DE ITAÚNA, Saquarema / RJ
O Saquarema Surf Festival em memória a Leo Neves, terminou domingo (23) com quatro vitórias do Brasil e duas do Peru nas ondas de Saquarema. Os peruanos Miguel Tudela e Daniella Rosas levaram o prêmio máximo de 10.000 dólares pelas vitórias no QS 5000.
As do Brasil foram na categoria Pro Junior Sub-20 com Cauã Costa e a catarinense Laura Raupp, e no Longboard com Rodrigo Sphaier e Chloé Calmon. Cauã e Chloé festejaram o bicampeonato na Praia de Itaúna, repetindo os títulos conquistados na primeira edição do Saquarema Surf Festival em 2021.

O maior campeonato do ano na América do Sul, começou com 188 surfistas de 8 países participando das seis competições disputadas desde segunda-feira (17) no “Maracanã do surfe brasileiro”.
Na manhã do domingo (23), foram definidos os campeões e o “Inka Team” conquistou os últimos títulos. O peruano Miguel Tudela ganhou o duelo de invictos na temporada 2022/2023 da WSL Latin America, que fechou a segunda edição do Saquarema Surf Festival em memória a Leo Neves. O surfista de Saquarema, João Chianca, começou bem, mas foi vice-campeão como no ano ado.

“É inacreditável e na verdade estou sem palavras, mas muito agradecido a todo mundo do Peru e minha família. Não imaginava que poderia conseguir mais uma vitória, mas sempre sonhei com isso, então estou muito feliz e Arriba Peru”- disse Miguel Tudela.
O peruano colecionou seu quarto título nas únicas quatro etapas da WSL Latin America que participou esse ano. Como só tem vitórias nos quatro resultados computados no ranking regional, já garantiu uma das oito vagas para o Challenger Series de 2023, a divisão de o para a elite do World Surf League Championship Tour.
A última decisão do domingo na Praia de Itaúna, começou com João Chianca largando na frente com nota 5,83, em uma esquerda iniciada com uma batida reta de backside. O saquaremense foi ampliando a vantagem a cada onda e achou uma direita que formou a rampa para voar num aéreo reverse de frontside, que valeu 6,73.
Já ava da metade da bateria, quando Miguel Tudela entrou na briga mostrando suas armas, acertando as manobras para arrancar nota 7,50 dos juízes. Logo, o peruano pega outra esquerda para mandar um aéreo rodando de frontside. A nota 6,00 recebida, virou o placar para 13,50 a 12,56 pontos.

O brasileiro a a precisar de 6,78 nos 5 minutos finais e tinha a prioridade de escolher a próxima onda. Só que não entrou mais nada e João Chianca terminou como vice-campeão como em 2021, quando perdeu a final para o catarinense Yago Dora. Já Miguel Tudela seguiu invicto, com vitórias nas quatro etapas que participou esse ano.
VITÓRIAS PERUANAS
A vitória de Miguel Tudela foi a segunda do Peru nas principais competições do Saquarema Surf Festival em memória a Leo Neves, que é o único evento com etapas masculina e feminina com status QS 5000, com a maior premiação e pontuação do calendário regional da WSL Latin America.
Daniella Rosas primeiro venceu a reedição da final do ano ado na Praia de Itaúna, deixando a defensora do título, Sophia Medina, nas semifinais.Na grande final, enfrentou a melhor surfista nas ondas de Itaúna, Luana Silva, que nasceu no Havaí, mas mudou de nacionalidade e ou a representar o Brasil nas competições, pois seus pais são brasileiros.
Luana vinha batendo recordes a cada apresentação, mas não conseguiu repetir o bom desempenho no domingo. Ela já havia terminado em último na final da categoria Pro Junior e viu Daniella Rosas largar na frente com nota 7,17, numa direita que rendeu três manobras fortes de frontside, finalizando com a mais potente na junção.
Luana respondeu numa esquerda, mandando uma batida vertical de backside e seguiu manobrando até a beira para receber 6,33. A peruana escolhe outra direita boa, para fazer mais três ataques que valem nota 5,93.
A brasileira fica precisando de 6,78 para vencer nos 10 minutos finais e acabou entrando numa onda que a preferência de surfar era da peruana. Luana foi penalizada, ficando com zero na segunda nota computada e Daniella Rosas conquistou o título que escapou no ano ado.

Com os 5.000 pontos da vitória no Saquarema Surf Festival, assumiu a liderança no ranking que vai classificar quatro surfistas para o Challenger Series de 2023.
“Eu estou muito, muito feliz. Na verdade, as meninas estavam surfando muito bem, a Luana Silva principalmente. Então, foi muito difícil e agradeço a torcida de todo mundo, dos peruanos e brasileiros também”- foram as primeiras palavras de Daniella Rosas, após a vitória.
PRO JUNIOR SUB-20
Assim como na etapa feminina do QS 5000, a final da categoria Pro Junior Sub-20 também foi vencida por uma surfista que tinha perdido a decisão do ano ado na Praia de Itaúna.
A jovem catarinense Laura Raupp, de apenas 16 anos, era a mais jovem entre as finalistas do Saquarema Surf Festival em memória a Leo Neves esse ano. Ela enfrentou uma tricampeã sul-americana Pro Junior que poderia ser tetra no domingo, a peruana Sol Aguirre, uma bicampeã, a também catarinense Tainá Hinckel, além da melhor surfista nas ondas de Itaúna essa semana, Luana Silva.
Laura Raupp começou muito bem, achando duas ondas boas nas direitas logo no início da bateria, para fazer a mesma combinação de dois ataques potentes de frontside. Com as notas 7,83 e 7,17 recebidas, liderou todo o confronto.

Quem chegou mais perto foi Tainá Hinckel, que surfou forte para somar notas 7,73 e 6,37, que garantiu o segundo lugar. Tainá totalizou 14,10 pontos contra 15,00 de Laura Raupp, com as duas levando a decisão do título sul-americano Pro Junior para a última etapa, que será realizada de 15 a 20 de novembro no Peru. A peruana Sol Aguirre ficou em terceiro lugar e ainda lidera o ranking, seguida por Tainá e Laura.
“Eu estava dependendo de um bom resultado aqui, para ver se ia ou não pro Peru, então agora certamente eu vou competir lá em Punta Rocas também. Eu consegui achar duas direitas boas no início e já fiz a bateria ali. Mas, fiquei na tensão esperando quem iria virar em cima de mim, mas ninguém virou e eu estou muito, muito, muito feliz” – afirmou Laura Raupp.
BICAMPEÃO PRO JUNIOR
Na final masculina do Pro Junior, o cearense Cauã Costa, que mora na capital do Rio de Janeiro, também tentava o bicampeonato na Praia de Itaúna, como Sol Aguirre. A peruana não conseguiu, mas o brasileiro festejou a sua segunda vitória, mantendo-se invicto na história do Saquarema Surf Festival em memória a Leo Neves.
O paulista Gabriel Klaussner começou na frente, surfando bem uma onda que valeu nota 7,00. Cauã reagiu com 6,50 de backside numa esquerda e logo somou um 7,50 numa direita detonada por três ataques explosivos de frontside.

Com a vitória, o atual campeão sul-americano Pro Junior, Cauã Costa, tirou a liderança do ranking de 2022 do paulista Diego Aguiar, que terminou em quarto lugar na grande final.
O cearense conquistou o bicampeonato por 14,70 pontos, contra 13,43 do vice-campeão, Klaus Kaussner, 10,70 do argentino Franco Radziunas e apenas 8,07 das duas notas computadas por Diego Aguiar, que agora está em segundo no ranking, que vai classificar os dois melhores para o Mundial Junior da WSL.
“Estou amarradão por ter sido campeão mais uma vez aqui em Saquarema, que é um lugar que eu me sinto em casa. Agora já estou quase lá no Mundial, só falta mais uma etapa e vamos com tudo pro Peru tentar garantir a classificação e, quem sabe, outro título sul-americano também” – falou Cauã Costa.
BICAMPEÃ NO LONGBOARD
Na modalidade Longboard, a carioca Chloé Calmon também festejou o bicampeonato na Praia de Itaúna, colecionando seu segundo troféu de campeã do Saquarema Surf Festival.
A três vezes vice-campeã mundial e bicampeã sul-americana, dominou a bateria desde a sua primeira onda, mas venceu com as notas 6,67 e 6,27 das últimas que surfou.
Assim como no ano ado, a vice-campeã foi a peruana Maria Fernanda Reyes, com a tricampeã sul-americana Atalanta Batista ficando em terceiro lugar e Luana Soares em quarto.

“A final é sempre difícil, porque reúne as melhores atletas e cada ano o nível aumenta. É sempre especial estar aqui em Saquarema. Esse evento já é um dos meus favoritos do ano e ter uma etapa da WSL no Brasil é muito bom. É uma oportunidade para novos nomes do Brasil e fico feliz de cada ano terem novos atletas, mais mulheres também. Claro que vindo defender o título, sempre tem uma pressão a mais, mas eu consegui encaixar tudo da melhor maneira” – confessou Chloé Calmon.
Na outra final do longboard, o saquaremense Rodrigo Sphaier vingou a derrota sofrida no ano ado para Tony Silvagni. O norte-americano cometeu uma interferência na bateria e saiu da briga pelo bicampeonato, com a penalidade de só somar metade da segunda nota computada.

Rodrigo Sphaier ganhou seu primeiro troféu de campeão do Saquarema Surf Festival por 12,33 pontos e lidera o ranking na busca pelo tetracampeonato sul-americano.
O peruano Sebastian Cardenas Aguirre ficou em segundo lugar na final, com o saquaremense Jeferson Silva em terceiro e o americano Tony Silvagni em quarto.
“Agora estou feliz pelo trabalho cumprido. Aqueles treinos durante a semana, você vê o resultado disso tudo na final, me deixa muito feliz. Quero agradecer todo mundo, a minha família, minha esposa que está lá em Portugal assistindo, meus amigos e essa galera toda aí que vem na praia torcer pela gente. Agora é só festejar, churrasco, com certeza vai ter pizza, picanha, galeto e tudo mais lá no Forno a Lenha (restaurante do seu pai em Saquarema)”-brincou o campeão Rodrigo Sphaier.
