Os registros dos casos de violência em escolas saltaram em 50% no ano de 2023. Pouco mais de 6,3 mil ocorrências registradas nos nove primeiros meses de 2022, subiram para 9.530, neste ano, segundo dados do MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania). Santa Catarina teve um ataque em uma creche de Blumenau no mês de abril.

Violência nas escolas 4z2d1m
Os números da violência foram divulgados nesta sexta-feira (3) pelo MDHC após a finalização de uma campanha que celebrou o papel dos professores de instituições brasileiras.
Os dados recolhidos levaram em consideração denúncias de violência em berçários, creches e instituições escolares, além de outros tipos de violação aos direitos humanos.
Ao todo, foram 9.530 chamados feitos pelo Disque 100, contendo 50.186 violações de direitos, número considerado 143,5% maior que os mesmos meses em 2022.
Entre janeiro e setembro de 2022, as ocorrências envolveram 20.605 violações.
O que diz a Secretaria de Educação de SC o1v1h
Em nota, a SED-SC (Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina) afirmou que possui um núcleo específico para o combate à violência em instituições de ensino, seguindo também orientações da Base Nacional Comum Curricular e outros programas relacionados. Leia a nota na íntegra:
“A Secretaria de Estado da Educação, por meio do Núcleo de Política de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola (NEPRE), atua em diferentes frentes no combate às violências nas escolas.
O Núcleo é um departamento focado em atender e monitorar as unidades escolares e promover a harmonia e a educação não-violenta entre os estudantes.
Presente nas Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) e nas unidades escolares, o NEPRE conta com equipes multidisciplinares, formadas por profissionais da área da Educação, da Psicologia e do Serviço Social, em constante formação.
Além disso, o Núcleo atua em parcerias desenvolvidas por meio da articulação e mobilização intersetorial (Saúde, Assistência Social, Conselho Tutelar, entre outros).
As questões relacionadas a violência também podem ser registradas pela ferramenta NEPRE Online. Esses registros subsidiam o planejamento de ações, assim como as políticas educacionais no enfrentamento às violências nas escolas.
O combate às violências também está presente na prática pedagógica, orientada pelo caderno pedagógico “Reflexões para a implementação da Política de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola” e outros.
As ações da SED são pautadas na Base Nacional Comum Curricular, na Proposta Curricular de Santa Catarina, no Currículo Base do Território Catarinense da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio e orientadas pela Política de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola.
O objetivo é subsidiar os profissionais da educação em relação à prevenção, à atenção e ao atendimento às violências na escola, bem como aos aspectos que se inter-relacionam na vida estudantil de crianças e jovens com a própria violência, enquanto fenômeno multifacetado”, explica a secretaria em nota.
Ataque em creche de Blumenau matou 4 crianças 1x1714
No dia 5 de abril, a Creche Cantinho Bom Pastor, no bairro da Velha, foi alvo de um ataque que matou quatro crianças e deixou outras cinco feridas.
O acusado, de 25 anos, pulou o muro da instituição e agrediu as crianças com uma machadinha. Ele se entregou à polícia logo após cometer o crime.

As testemunhas do ataque começaram a ser ouvidas pela Justiça no início do mês ado.
O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) solicitou que o réu seja julgado pelo Tribunal do Júri por quatro homicídios e cinco tentativas de homicídio, com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa das vítimas – todas crianças entre quatro e cinco anos – e com agravante dos crimes terem sido praticados contra menores de 14 anos.
O ND+ não irá publicar os nomes do autor e das vítimas do ataque, assim como imagens explícitas do crime. A decisão editorial foi feita em respeito às famílias e ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), também para não compactuar com o protagonismo de criminosos.