Esporas de plástico, caneleiras e 36 galos de combate com sinais de maus tratos estão entre as evidências encontradas em um local que criava animais para rinha de galo em Lages, na Serra catarinense. A operação foi deflagrada pelo MA (Comando de Polícia Militar Ambiental) na manhã desta segunda-feira (22).

A ação fez parte do cumprimento de um mandado de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Lages. Os agentes chegaram no local e apresentaram a ordem judicial ao morador.
Objetos de rinha foram encontrados t176u
Dentro da casa, a PMSC apreendeu objetos típicos de rinhas, como esporas plásticas, “caneleiras” de galos e capas para transporte com a inscrição “Galo Combate”.
Além disto, foi localizada uma estrutura conhecida como “rinhador”, uma espécie de ringue arredondado utilizado para combate, com três metros de diâmetro.
Animais apresentavam lesões e mutilações 1b4c11
Na parte externa da casa, os agentes encontraram um lugar específico para criação dos galos de raça Mura Brasileiro. O local alojava 36 galos, sendo que alguns apresentavam mutilações e lesões nas cristas e nas barbelas, comuns em animais de briga.

Segundo a PMSC, o dono do local apresentou um certificado de criador da raça Galo Mura Brasileiro, expedido pela Associação Catarinense dos Criadores e Preservadores de Aves de Raça Combatentes, com validade até 03/2025.
Os agentes então acionaram a Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), que executa os serviços de defesa sanitária de animais no Estado, e verificaram que o homem na verdade não possuía o cadastro para a criação dos animais junto ao órgão.
Ainda, constataram que a propriedade fiscalizada está localizada em perímetro urbano, sem autorização.
As baias onde os galos eram mantidos ficavam do lado de fora da casa – Vídeo: Divulgação/PMSC
Rinha de galo é proibida no Brasil 1f3n6j
A atividade de rinha de galo é entendida como conduta lesiva ao meio ambiente pela Lei 9605/1998.
No artigo 32 da Lei, consta que “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” é crime. A pena prevista é de três meses a um ano de detenção, além de multa. Caso ocorra a morte do animal, a pena é aumentada de um sexto a um terço.
De acordo com a PMSC, diante dos indícios de que as aves encontradas são utilizadas na prática ilegal de rinha de galo, o MA e a Cidasc “realizaram os procedimentos pertinentes conforme legislação ambiental em vigor”.