Enquanto as forças de segurança debruçavam seus esforços para resgatar moradores ilhados em Eldorado do Sul (RS), na região metropolitana de Porto Alegre, criminosos aproveitaram a vulnerabilidade da situação para cometer saques a grandes empresas e indústrias da cidade.
Operação da Polícia Civil do RS investiga saques a produtos de doação para vítimas das enchentes – Foto: Vivian LealSegundo a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, foram 17 registros de saques nos primeiros cinco dias de calamidade, entre 2 e 7 de maio, realizados em indústrias de diversos segmentos, como automotores, farmacêuticas, alimentícias e distribuidoras de bebidas.
O prejuízo causado às empresas está na casa dos R$ 30 milhões, somando itens levados durante os saques e depredações cometidas nas instalações, como pichações e destruição de patrimônio.
“As diligências começaram logo após a retomada dos serviços da polícia judiciária e, desde o dia 13, estamos realizando operações para recuperar estas cargas e responsabilizar os envolvidos”, afirma a delegada Luciane Bertoletti, responsável pela investigação.
Durante a operação, realizada nesta manhã (29), foram cumpridos oito mandados de prisão e 25 de busca e apreensão. Entre oito alvos, apenas seis foram localizados e outros três indivíduos foram presos em flagrante por receptação.
Toneladas de produtos foram recuperados pela PCRS, incluindo alimentos, remédios, artigos de higiene e itens para casa – Foto: Vivian Leal/NDToneladas de itens furtados pelos criminosos, desde televisores, roupas de frio ainda com etiquetas, fogões, colchões, pneus e até bebidas alcoólicas foram apreendidos na ofensiva.
“O que nós apreendemos é suficiente para encher três caminhões, fora o que já tinha sido recuperado até aqui. Os itens demonstram que não foram saques por necessidade de alimentação ou limpeza, foram frutos de crime mesmo”, completa a delegada.
Em ofensivas anteriores, a polícia recuperou produtos suficientes para encher mais seis caminhões, como produtos de limpeza, guloseimas vinte tratores e um carro.
Segundo Bertoletti, o poder judiciário de Eldorado do Sul destinará todos os itens apreendidos que não tiverem a origem comprovada para abrigos e pessoas atingidas pela enchente da cidade. “É uma medida muito sensível e que ajuda muito a população, que já está extremamente fragilizada”, destaca.
Operação Aharadak contou com cooperação interinstitucional das polícias gaúchas para cumprir mandados na Grande Porto Alegre – Foto: Vivian LealCombate a saques e depredações no RS 2h2t4j
Além de Eldorado do Sul, a operação Aharadak também cumpriu mandados nas cidades de Guaíba e Barra do Ribeiro, com efetivos das polícias civil, militar, federal, e apoio da Marinha. As investigações continuam para identificar e capturar outros envolvidos.
