A Polícia Civil investiga possíveis crimes de racismo praticados após as eleições em Garuva, no Norte catarinense, contra pessoas nascidas no Nordeste do Brasil. Suspeitos teriam cometido crime pelas redes sociais.

Após as eleições deste domingo (2), alguns moradores publicaram mensagens de cunho racista nas redes sociais contra indivíduos do nordeste do país.
Nesta segunda-feira (5), foram ouvidas testemunhas e suspeitos. As pessoas de origem nordestina e moradores da cidade, manifestaram receio em serem prejudicadas ou até mesmo agredidas, considerando o cunho das ofensas terem sido generalizadas, informou a Polícia Civil.
Segundo o delegado Eduardo Defaveri, praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional configura em crime de racismo.
A pena da infração pode variar de um a três anos de prisão e multa. Mas, como o crime foi praticado pelas redes sociais, a pena pode ser ainda maior, entre dois anos e cinco anos de reclusão, além da multa.
“É importante frisar que a conduta de discriminar pessoas com procedência nacional diversa é uma das formas de racismo, segundo a legislação nacional e já decidido pelo próprio Supremo Tribunal Federal. Trata-se de um crime de ódio, uma forma de violência direcionada a um grupo com características específicas”, diz o delegado.
Outras medidas estão sendo tomadas na cidade de Garuva para reduzir os atos discriminatórios, sobretudo pelo elevado número de pessoas vindas do Nordeste do país.
Inclusive, a “Festa Nordestina” que vai ocorrer no próximo sábado (8), em Garuva, contará com um incremento policial e vai monitorar possíveis atos de racismo.