Duas semanas após a morte do indígena Hariel Paliano, em uma comunidade entre as cidades de Itaiópolis e José Boiteux, no Planalto Norte catarinense, a PF (Polícia Federal) realizou buscas para investigar o caso.

A PF, com o apoio da Polícia Civil e Científica, cumpriu dois mandados de busca e apreensão em imóveis localizados na zona rural do município de Doutor Pedrinho, durante a noite da última sexta-feira (10).
Os policiais federais estiveram no imóvel da vítima, que contava com um terceiro morador, e em uma casa próxima ao local em que o corpo foi encontrado. Foram coletados celulares e roupas que podem ter sido usadas pelos autores do crime.
De acordo com a PF, as buscas foram realizadas durante à noite pois foi necessário a utilização de luminol, reagente químico que em contato com o ferro presente no sangue, emite uma luz azul-fluorescente, permitindo a identificação de vestígios.
Relembre o caso 6jr3z
O corpo de indígena assassinado em Itaiópolis foi encontrado com sinais de espancamento em 27 de abril. O jovem de 26 anos teve ainda parte do corpo incendiado.
Indícios apontam que Hariel Paliano, que era vice-cacique da comunidade, tenha sofrido pauladas na cabeça, mas um laudo pericial deve confirmar as circunstâncias da morte.
Ao que tudo indica, o indígena da etnia Xokleng foi alvo de uma emboscada, quando saiu para fazer compras em uma mercearia, na noite do dia 26.
Uma fonte ligada à comunidade e ouvida pelo portal ND Mais afirmou que a área onde a família de Hariel vive possui uma portaria que a reconhece como terra indígena, mas há uma contestação que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) questionando a decisão.
“Ela [família] veio sendo alvejada com tiros durante alguns finais de semana, há mais ou menos um mês. Já tiveram outros momentos que tiveram conflitos ali, mas nunca com morte”, afirma a fonte. De acordo com ela, o corpo do jovem indígena foi queimado.