
A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (4) uma operação com o objetivo de frear a rota internacional de caminhões furtados em Santa Catarina e levados ao Paraguai. Trata-se da Operação Cavalo Paraguaio, coordenada pela DFRV (Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos) da Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), em conjunto com as Delegacias de Polícia de Pescaria Brava, Sangão e Capivari de Baixo.
Ao todo, os policiais cumprem nove mandados de prisão e 11 de busca e apreensão, com diligências em Santa Catarina, no Paraná e no país vizinho. A organização criminosa é especializada no furto, adulteração e envio de caminhões-tratores e semirreboques ao Paraguai.
“O nome da operação faz referência ao modus operandi do grupo criminoso: os integrantes atravessavam a fronteira do Paraguai com caminhões-tratores (“cavalos mecânicos”) para buscar veículos furtados e adulterados em território catarinense, retornando posteriormente ao país vizinho com os bens subtraídos”, informou a Polícia Civil.
Operação Cavalo Paraguaio: líder do grupo possui mais de 20 anos de histórico criminal 6p356x
Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Sangão e Tubarão, no Sul de Santa Catarina. Também nas cidades paranaenses de Maringá e Santa Terezinha de Itaipu. Conforme a Deic, o líder da organização criminosa possui mais de 20 anos de histórico criminal.
“Esta organização criminosa é atualmente considerada a mais atuante e estruturada em Santa Catarina no furto de caminhões e semirreboques, com alto grau de especialização, articulação interestadual e transnacional. O líder do grupo possui mais de 20 anos de histórico criminal e mais de 12 inquéritos policiais instaurados por crimes semelhantes, sendo considerado indivíduo de alta periculosidade e vasta experiência na prática criminosa”.

Outro investigado é cidadão paraguaio e possui ordem de captura internacional, incluída na Difusão Vermelha da Interpol. “O que evidencia o nível de organização e alcance internacional da associação criminosa”.
Entenda como agia o grupo criminoso 6ag6a
As investigações revelaram que membros da organização, residentes em Santa Catarina, realizavam levantamentos em pátios de oficinas mecânicas e postos de combustíveis, reando essas informações para comparsas localizados no Paraguai. A partir disso, eram organizados comboios de motoristas e caminhões-tratores que se deslocavam até o Sul do estado para a prática dos furtos.

Após desativarem sistemas de segurança e monitorarem os alvos, os criminosos invadiam os pátios, acoplavam os caminhões aos semirreboques ou subtraíam os conjuntos completos, seguindo viagem até o Paraguai. Durante o percurso, substituíam as placas originais por placas paraguaias e realizavam constantes inspeções para detectar e remover eventuais rastreadores.
“Até o momento, foi comprovado o envolvimento do grupo no furto de ao menos 15 caminhões e semirreboques. Parte desses veículos foi recuperada — inclusive no interior do Paraguai — já adulterada, graças à atuação integrada das forças de segurança”, informou a Deic.

Operação Cavalo Paraguaio mobiliza órgãos de segurança 305i1x
A operação coordenada pela Deic conta com apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PF (Polícia Federal), por meio do Núcleo de Cooperação Internacional de Santa Catarina e da Adidância da Polícia Federal em Assunção. Também do Cisppa (Centro Integrado de Segurança Pública e Proteção Ambiental), vinculado à Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública). A Polícia Civil do Paraná, por meio do Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos) de Maringá, participa das diligências.