O novo ano inicia com uma notícia devastadora para a comunidade LGBT+. Drica D’arc Meirelles, 35 anos, uma proeminente ativista e parte da cena cultural de Florianópolis, perdeu tragicamente a vida por afogamento na Beira-Mar Norte durante as celebrações de Ano-Novo.

O incidente ocorreu na madrugada do dia 1º de janeiro. O Corpo de Bombeiros Militar recebeu um chamado às 3h28, informando que uma mulher havia entrado no mar próximo ao trapiche da Beira-Mar Norte. Após nadar alguns metros, ela começou a se debater e submergiu.
Equipes de busca e salvamento trabalharam incansavelmente até encontrarem o corpo de Drica nas proximidades do trapiche, por volta das 9h. O Instituto Médico Legal (IML) assumiu a investigação da causa da morte.
Quem era Drica D’arc Meirelles 35s1
Nascida em Parintins, Amazonas, Drica, mudou-se para Florianópolis em 2017 em busca de oportunidades melhores para estudo, trabalho e uma vida mais plena.
Segundo sua tia, Celma Meirelles, a decisão foi motivada pela busca de um ambiente mais progressista e menos preconceituoso em comparação com o Norte do Brasil, onde nasceu.
Drica era estudante de Serviço Social na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e rapidamente começou a se destacar na cena cultural e política, especialmente na luta pelos direitos humanos e inclusão da população LGBT+.
Ela se tornou diretora da ADEH (Associação em Defesa dos Direitos Humanos com enfoque na população TLGB), uma voz poderosa e respeitada na comunidade.
Drica contribuiu significativamente para vários projetos, como o Festival TransForma e o Festival AnimaVerso. Além disso, era conhecida por suas palestras sobre o combate ao preconceito e pela inclusão de pessoas trans.

Homenagens a ativista LGBT+ 586e5p
A notícia de sua morte desencadeou uma onda de homenagens. A DJ Lirous Kyo expressou profundo pesar em seu Instagram, destacando a importância de Drica como ativista e futura assistente social.
“Eu não perdi apenas uma amiga, Santa Catarina perdeu uma grande ativista e uma alma que se doava a qualquer pessoa para resolver os problemas dos outros primeiro, para depois pensar nos seus”, escreveu Lirous.
Alexandre Bogas, diretor executivo da Acontece – Arte e Política LGBTI+, relembrou Drica como uma parceira incansável e uma militante excepcional, ressaltando sua relevância e impacto.
“A Drica sempre foi uma parceira de primeira linha, uma militante como nunca, uma pessoa travesti que veio do norte do país e com todas as dificuldades, venceu aqui. É uma grande perda para nós.”
A tia de Drica, Celma Meirelles, expressou o quanto a perda impactou a família: “Ela era muito importante para nossa família. Ela deixou a mãe, as tias e 5 as irmãs que a amavam. Todo mundo está desolado”. Apesar da dor, a família se sente reconfortada pelo apoio dos amigos de Drica, que estão organizando homenagens e um velório.
O velório de Drica, que estava marcado para acontecer nesta terça-feira (2), foi alterado para quarta-feira (3) às 8h da manhã, com sepultamento às 14h no Cemitério São Cristóvão de Coqueiros, Av. Gov. Ivo Silveira, 1771.