Ex-executivos da Americanas, investigados pela maior fraude financeira da história do Brasil, foram incluídos na lista de procurados da Interpol nesta quinta-feira (27). Os dois são suspeitos de participar do esquema que causou um rombo de R$ 25,3 bilhões na companhia.

Segundo a investigação, os suspeitos fraudaram operações de risco sacado, onde a varejista antecipava o pagamento de fornecedores a partir de empréstimos bancários.
O inquérito também identificou fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada, incentivos comuns no varejo, mas que no caso das Lojas Americanas, nunca existiram.
Como não foi localizada, a dupla teve as identidades incluídas na lista de Difusão Vermelha da Interpol (Polícia Internacional) e a a condição de foragida em 100 países.
Quem são ex-executivos da Americanas procurados pela Interpol 6m3064

A reportagem apurou que os dois mandados de prisão preventiva, emitidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, são para o ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, e para a ex-diretora, Anna Christina Ramos Saicali.
Gutierrez vive em Madri, na Espanha, e é apontado como o principal mentor do esquema que fraudou contratos publicitários e ocultou empréstimos, a fim de mascarar os balanços da empresa. As Lojas Americanas ingressaram com pedido de recuperação judicial quando o desfalque foi descoberto.
A outra procurada é a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, que estaria envolvida no esquema de Gutierrez. Segundo a Polícia Federal, ela também está no exterior. O ND Mais apurou que esta encontra-se em Portugal.
Esquema que desviou R$ 25 bilhões é considerado a maior fraude da história do Brasil 4g2ug
A investigação, que contou com o apoio técnico da CMV (Comissão de Valores Mobiliários), descobriu que a associação criminosa realizava uma espécie de manipulação de mercado, a partir da obtenção de informação privilegiada, conhecido como “insider trading”, além de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O rombo nos cofres das Lojas Americanas foi descoberto em janeiro de 2023 e ultraou os R$ 25,3 bilhões. Desde então, milhares de funcionários foram demitidos e diversas unidades da rede acabaram fechadas.