O ex-prefeito de Governador Celso Ramos, Juliano Campos (PSB) foi alvo de busca e apreensão na Operação Midas dos Ganchos nesta segunda-feira (6). A ação cumpriu mandados em Governador Celso Ramos, Balneário Camboriú, São Pedro de Alcântara e São José.
A DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), responsável pela operação, descobriu que um grupo criminoso atuava em Governador Celso Ramos. Os criminosos teriam entre os anos de 2013 a 2020, estruturado um esquema para acelerar projetos e aprovar leis para favorecer empresários do ramo da construção civil.

De acordo com a Polícia Civil de Santa Catarina, eram dois núcleos principais do grupo. Um político, formado por integrantes do executivo municipal, do qual o ex-prefeito fazia parte, e um empresarial, formado por grandes construtores da cidade. O núcleo político enriqueceu ilicitamente conforme o grupo empresarial foi beneficiado ao longo dos anos com o desenvolvimento imobiliário na cidade.
Além disso, a investigação aponta ainda que o esquema criminoso não se limitou às relações do núcleo político com as construtoras da cidade de Governador Celso Ramos, mas também com pessoas jurídicas que prestaram os mais variados serviços ao município.
O que diz Juliano Campos 3f2n6e
Em entrevista exclusiva ao portal ND+, Juliano Campos declarou que foi pego de surpresa, e que não pode istrar a vida pessoal dos construtores.
Segundo o político, esse é o terceiro ano dele fora da prefeitura e declara que “em oito anos de gestão eu nunca pedi para secretário nenhum dar preferência para alguma construtora”.
“A construção civil foi importante não só para Governador Celso Ramos, como também para Itapema e Balneário Camboriú. No entanto, em Governador estamos sendo investigados por suposto ato”, diz.
Campos considera que sua gestão trouxe mais construtoras para a cidade, que antes seria de cerca de 17 construtoras e agora cerca de 70. E complemente: “Eu nem sei quem são os proprietários dessas empresas, não os beneficiei”, finaliza.
Em um story (publicação disponível por apenas 24h no Instagram), Juliano Campos (PSB) declarou que desconhecia a operação.
“Apesar de surpreso com o ocorrido, tenho a absoluta certeza que não cometi nada de irregular, pelo contrário, durante os dois mandatos em que atuei como chefe do Executivo Municipal, busquei transformar para melhor nossa cidade, visando sempre o bem comum, prova disso é que, tive todas as minhas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado”, escreveu.

O que diz a prefeitura 605a5m
Em nota, a prefeitura da cidade disse que tomou conhecimento da operação apenas pela imprensa. Confira a nota completa:
A Prefeitura Municipal de Governador Celso Ramos, diante dos eventos ocorridos na manhã desta segunda-feira, dia 06 de fevereiro de 2023, no Município, informa que tomou ciência, exclusivamente por meio da imprensa catarinense, da operação deflagrada pelo GAECO e DEIC, para investigar crimes supostamente cometidos durante a gestão municipal anterior – 2013/2020.
Logo, considerando as informações veiculadas na imprensa, observa-se quea investigação não abrange quaisquer atos da atual gestão municipal – 2021/2024.
Além disso, a Prefeitura, representada pela atual gestão, ressalta seu compromisso com a lisura dos atos públicos e seu trabalho pautado no respeito à lei e à Constituição Federal da República, de modo que espera que quaisquer atos ilícitos eventualmente existentes sejam devidamente apurados e punidos na forma da lei. Informa-se, por fim, que a Prefeitura permanece à disposição das autoridades.
Resultado da operação 1c681
O resultado dos 13 mandados de busca e apreensão cumpridos nesta segunda-feira (6) foram as apreensões de R$ 1.321.182,52 em dinheiro, uma arma de fogo, um computador, 10 celulares, 45 documentos e uma mídia eletrônica.
Nenhuma prisão foi realizada. Do valor em dinheiro apreendido, consta mais de U$ 109 mil, que foi convertido para a moeda brasileira para fazer parte da soma total divulgada.