
Sete minutos. Esse foi o tempo entre a decolagem e a queda do girocóptero, aeronave em que estavam o aviador Rogério Jair Raulino, de 55 anos, e o piloto Eliseu Hupalovski, de 60 anos. O caso aconteceu em julho de 2024, em São Francisco so Sul, no Litoral Norte catarinense.
Um relatório desenvolvido pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) trouxe detalhes de como foi a queda e os motivos que contribuíram para o desastre aéreo. A investigação tem como objetivo a prevenção de futuros acidentes aeronáuticos.
Entenda como ocorreu a queda da aeronave 1iz3j
A aeronave decolou do Aeródromo São Francisco do Sul por volta das 17h18 com Rogério e Eliseu a bordo.
Durante o trajeto, eles encontraram condições meteorológicas desfavoráveis, o que resultou na perda de controle do voo.
A partir da análise de imagens de uma câmera de segurança, instalada em um estabelecimento próximo ao local da queda, foi possível determinar o momento exato do impacto.
Segundo a investigação, às 17h25min, o girocóptero colidiu com o solo e pegou fogo. Testemunhas ainda relataram que ouviram o motor da aeronave funcionando e observaram a presença de um nevoeiro recém-formado, o que prejudicava significativamente a visibilidade.
Imagens aéreas feitas por uma aeronave remotamente pilotada da polícia também registraram as condições meteorológicas no local do acidente. De acordo com os investigadores, é possível que, nesse ambiente de visibilidade prejudicada, o piloto tenha entrado em condições de voo por instrumentos, sem perceber, e perdido o controle do girocóptero.
Vale ressaltar que, condições de voo por instrumentos significa pilotar usando apenas os instrumentos internos. Isso é necessário quando a visibilidade externa está comprometida por mau tempo ou neblina.
O relatório destaca ainda que o piloto não possuía habilitação para voo por instrumentos e que a aeronave não era certificada para operar nessas condições. Esse fator, somado à baixa visibilidade, pode ter contribuído decisivamente para o acidente.
Irregularidades 5c1q1h
Conforme o relatório do Cenipa, o piloto envolvido no acidente possuía as licenças de Piloto Privado – Avião e de Piloto Desportivo, mas estava com a habilitação para Atividade Aerodesportiva e Experimental de Girocóptero suspensa desde abril de 2020, devido a uma ocorrência anterior.
Além disso, seu Certificado Médico Aeronáutico estava fora da validade desde maio de 2019 e foi oficialmente suspenso em 2020.
Ainda segundo o documento, para pilotar uma aeronave experimental de uso desportivo, seria necessário ao menos um Certificado de Piloto Aerodesportivo com habilitação válida e adequada à operação.
O relatório aponta uma série de irregularidades no girocóptero envolvido no acidente, incluindo a ausência de registro no sistema da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a falta do Certificado de Autorização de Voo Experimental e a inexistência de cadastro como veículo ultraleve vinculado ao piloto, conforme o Regulamento Brasileiro da Aviação Civil nº 103.
A aeronave também não era certificada para voar sob condições meteorológicas por instrumentos, exigidas em situações de baixa visibilidade.
Quem eram as vítimas 4x693d
As vítimas do acidente foram Rogério Jair Raulino, de 55 anos, e Eliseu Hupalovski, de 60. Eliseu, que pilotava a aeronave no momento da queda, era natural de Curitiba, no Paraná e sobrevoava com Rogério na região de Ubatuba, localidade de Sandra Regina, em São Francisco do Sul.
Rogério, ageiro do voo, morava em Brusque, no Vale do Itajaí, e era filiado à Associação de Pilotos de Aeronaves Leves. Ele havia sido formado pelo próprio Eliseu e realizava voos de instrução na região.