Empresário negro diz que sofreu racismo em hotel de luxo em Florianópolis: ‘estou destruído’ 2m5r3t

Zulu Damazio afirma que seguranças trataram ele e sua família de forma desrespeitosa; empresa afirma que ação não faz parte dos princípios que defendem 4o32a

O empresário Lucas Matheus Damazio Corrêa, conhecido como Zulu Damazio, afirma que sofreu racismo em um hotel de luxo em Jurerê Internacional, em Florianópolis.

Lucas Matheus Damazio Corrêa, conhecido como Zulu Damazio, afirma que sofreu racismo em um hotel de luxo em Florianópolis – Foto: Redes sociais/Reprodução/NDLucas Matheus Damazio Corrêa, conhecido como Zulu Damazio, afirma que sofreu racismo em um hotel de luxo em Florianópolis – Foto: Redes sociais/Reprodução/ND

Ele estava hospedado com a família no Condomínio Complexo Turístico IL Campanário e contou que um segurança do estabelecimento os tratou de forma desrespeitosa por estarem sem a pulseira de identificação. “Vi na piscina várias pessoas sem pulseira. O segurança nos seguiu, gritou com a minha mãe e disse para ela não tocar nele”, diz.

O quarto demorou uma hora para ficar pronto, conforme Zulu, e eles aguardaram na recepção. Por isso, o empresário percebeu que várias pessoas brancas circularam sem a identificação, mas a família foi a única abordada pelo segurança.

“O racismo, uma coisa horrível. No restaurante perguntaram se minha mãe trabalhava ali. Eu nunca mais venho nesse hotel”, disparou o empresário.

Em nota, o IL Campanário afirma que “o uso de pulseiras por hóspedes é procedimento padrão do empreendimento, assim como de inúmeros resorts no Brasil e no mundo”.

Além disso, o condomínio diz que repudia “toda e qualquer atitude discriminatória e condutas como a denunciada não fazem parte dos valores e dos princípios que defendemos e pregamos diariamente, de respeito e tratamento igualitário a todos”. A nota na íntegra pode ser conferida no fim desta reportagem.

O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) afirmou que o Necrim (Núcleo de Enfrentamento aos Crimes de Racismo e Intolerância), criado em 2020 para dar e técnico às Promotorias de Justiça que apuram casos de crimes de intolerância, vai acompanhar o caso.

Conforme o MPSC, o empresário registrou o boletim de ocorrência e o caso teria ocorrido nesta quarta-feira (4).

Ainda conforme o hotel,  é a primeira vez que há registro de uma ocorrência deste tipo relatada no IL Campanario.

“Sempre primaram pelo respeito a todas as pessoas, à inclusão e à diversidade, inclusive no processo de seleção do quadro de pessoal (onde 42,9% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres) e apoio a diversas causas, como a do Fórum de Empresas e Direitos LGBTQIA+.”

A Polícia Civil informou que o boletim de ocorrência não foi encaminhado à corporação, mas o delegado entrará em contato com a vítima para se inteirar sobre a situação para que as medidas cabíveis sejam tomadas.

“O Necrim destaca que racismo é crime e precisa ser combatido com firmeza. É importante reforçar que a legislação brasileira pune esse tipo de violência e empodera as vítimas para que elas busquem justiça, conhecendo seus direitos”, diz ao MPSC.

O crime de racismo, previsto na Lei 7.716/1989, tem penas que chegam a 5 anos de reclusão. Já a injúria racial, que versa sobre os crimes contra a honra, tem penas de 1 a 3 anos de reclusão.

Nota na íntegra 2o6v1h

O Condomínio Complexo Turístico Il Campanário tomou conhecimento da denúncia de suposto caso de racismo por parte da segurança contratada pelo empreendimento, por ocasião de orientação do cumprimento de procedimento do uso de pulseiras de identificação por hóspedes.

Repudiamos toda e qualquer atitude discriminatória e condutas como essa não fazem parte dos valores e dos princípios que defendemos e pregamos diariamente.

Cumpre esclarecer que, tão logo tomou conhecimento da denúncia, a gerência do empreendimento foi ao encontro do hóspede para entender o ocorrido e solicitar mais informações, bem como ouviu o funcionário da empresa terceirizada e outros que testemunharam o fato, que negaram qualquer espécie de atitude discriminatória.

Frisamos que o uso de pulseiras por hóspedes é procedimento padrão do empreendimento e realizado diariamente, assim como em inúmeros resorts no Brasil e no mundo, como forma de proteção e segurança para todos.

Como o caso já foi levado às autoridades policiais, para a devida apuração e não existe qualquer posicionamento a respeito, não podemos imputar qualquer responsabilidade antecipadamente ao funcionário, que estava no exercício de sua função.

Por essa razão, desde o primeiro momento nos colocamos à disposição tanto do hóspede como das autoridades policiais para fornecer toda e qualquer informação, mesmo antes de qualquer espécie de requisição oficial.

Repudiamos qualquer ato racista e esperamos que a situação seja esclarecida. Seguiremos vigilantes no que diz respeito a questões de racismo e diversidade em geral.

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