Em 3 de maio de 2021 Marcelo Lucena da Silva, apontado pela Polícia Civil como um doleiro que serve a organizações criminosas no Brasil e no exterior fez um Pix de R$ 6.666,00 para Ed Pereira, ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, exonerado após se tornar alvo de investigação na Operação Presságio.

Em entrevista exclusiva ao programa Balanço Geral de quinta-feira (25), o ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte disse que ligar sua trajetória a um doleiro é uma “fantasia”.
Explicando a origem do recurso, Ed justificou que comprou um pacote de viagem em janeiro de 2021, por R$ 10 mil, mas que foi levado a um erro. Ele então teria cancelado o pedido e recebido o dinheiro de volta.
Embora tenha citado a aquisição do suposto pacote, o ex-secretário não deixou claro de quem, de fato, comprou as agens. Ed Pereira também não esclareceu em detalhes quais seria o erro no pacote de viagem.
“Eu peço o cancelamento e ele me devolve imediatamente os R$ 6.666 por Pix. É tão transparente que é por Pix. A vida dele pessoal cabe a ele responder”.
Ex-secretário de Florianópolis, Ed Pereira explica sua versão sobre Pix recebido de doleiro envolvido com facção do tráfico – Vídeo: NDTV
Ainda conforme o ex-secretário, não há relação dele com Marcelo, nem com nenhum doleiro, ou pessoa envolvida com droga.
Quem é o doleiro Marcelo Lucena 575g1i
Lucena foi preso em 2023, na Operação Descobrimento, que desarticulou uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína.
As investigações da operação começaram quando 595 kg de cocaína foram encontrados escondidos na fuselagem de um jato executivo de uma empresa portuguesa de táxi aéreo, que pousou no aeroporto internacional de Salvador, Bahia, para abastecimento em fevereiro de 2021.
Conforme a Polícia Federal apontou mais tarde, o carregamento de cocaína pertencia à doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, primeira delatora da Operação Lava Jato. Ela teria se aliado a Marcelo Mendonça de Lemos, um integrante do alto escalão do PCC (Primeiro Comando da Capital) para enviar cocaína à Europa, segundo noticiado pelo UOL.
De acordo com a Polícia Federal, o doleiro Lucena é acusado de cuidar das transações financeiras e da lavagem de dinheiro de Kodama e Lemos, chefes da organização criminosa.
A investigação da Operação Presságio apontou que parte da Operação Descobrimento ocorreu em Rondônia, Estado de origem da empresa Amazon Fort, investigada no suposto esquema de corrupção de Florianópolis.