Dona e professora de creche em Florianópolis são condenadas por tortura contra 19 crianças 21q4t

Caso desencadeou em julho de 2022, quando uma ex-professora e uma mãe denunciaram tortura contra crianças com deficiência na creche em Florianópolis 13103h

A dona e a professora de uma creche em Florianópolis foram condenadas a 19 anos de prisão por tortura e maus-tratos contra 19 crianças. O caso aconteceu em julho de 2022 e foi denunciado pelo ND Mais.

Famílias relataram maus-tratos contra crianças praticados por diretora de creche e professora em FlorianópolisAo menos dez famílias relataram maus-tratos contra crianças praticados por diretora de creche em Florianópolis – Foto: Divulgação/ND

A dona da creche Bem-me-Quer foi condenada a nove anos em regime fechado e mais nove anos em regime semiaberto por tortura, maus-tratos e submissão de crianças a vexame e constrangimento.

Já a professora foi condenada a oito meses de prisão em regime aberto por maus-tratos. Somadas, as penas ultraam 19 anos de prisão.

Em nota, o advogado Marcos Paulo Poeta dos Santos, responsável pela defesa da creche, afirmou que irá recorrer e ressaltou que o caso corre em segredo de justiça.

“Recebemos com preocupação a notícia da condenação da proprietária da creche Bem-me-quer. Preocupação pois a creche teve funcionamento normal por 5 anos antes destas denúncias, possuindo alvarás e atuando de acordo com as leis vigentes para seu devido funcionamento”, afirmou a nota.

Ex-professora e mãe denunciaram tortura w5s6j

Segundo o TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina), ao menos 19 crianças foram vítimas da diretora e da professora entre 2016 e 2022.

Em julho de 2022, uma ex-professora da creche em Florianópolis e uma mãe denunciaram tortura contra duas crianças com deficiência, uma com autismo e outra com deficiência auditiva.

De acordo com uma mãe, que pediu para não ser identificada, seu filho de apenas três anos tem deficiência auditiva.

A criança utiliza aparelho auditivo, que era supostamente retirado pela diretora da creche particular Bem-me-quer. Além de negar o tratamento escolhido pelos pais, a diretora, supostamente, o xingava de diversas palavras.

“Fui informada pela ex-professora que meu filho era chamado de sujo, porcalhão, burro e imbecil”, comenta a mãe, aos prantos.

A mãe explica que constantemente a criança estava com a orelha vermelha, segundo ela, motivada por tirar e colocar o aparelho “de qualquer jeito”.

A mãe conta ainda que um dia seu filho fez cocô nas calças e a professora teria batido nele com uma sandália.

Os relatos, segundo ela, foram ados pela ex-professora que fez a denúncia para os pais. A criança não fala direito ainda, fato que dificultou para que a mãe soubesse dos acontecimentos.

“Ele apenas dizia ‘dodói’ e eu acreditava que era porque ele brincava muito. Ele adora brincar e crianças até podem acabar se machucando”, diz a mãe.

Criança autista teve medicamento negado, disse ex-professora 5s3625

De acordo com a denúncia da ex-professora, outra criança também era torturada pela diretora da escola. A criança com autismo teve, supostamente, seu medicamento negado por ela.

“Os remédios que os pais mandavam pra ele tomar eram jogados fora, pois ela dizia que ele cuspia nela quando tomava. Quando ele gritava, ela mandava ele calar a boca, gritava com ele e às vezes batia também”, conta a ex-funcionária da creche em Florianópolis.

O relato diz ainda que a criança tinha uma irmã mais nova na creche em Florianópolis e, quando ela chorava, ele ficava agitado. Então a diretora dizia para a menina que ela não podia de jeito nenhum chorar.

Ainda conforme a ex-professora, quando a irmã ameaçava chorar a diretora batia, puxava a orelha e mandava ela calar a boca para não agitar o menino.

Vídeo divulgado mostra possíveis agressões feitas há um bebê de dez meses – Vídeo: Arquivo pessoal/Divulgação/ND

Conselho Tutelar já tinha feito visita na creche em Florianópolis 1x3z1a

O Conselho Tutelar do Continente, responsável pelo caso, disse que essa denúncia chegou no ano ado. A primeira conselheira que atendeu foi até a creche em Florianópolis e não conseguiu constatar nenhuma irregularidade.

Isso porque, segundo o Conselho Tutelar, é preciso se identificar na portaria da creche.

“É muito difícil pegar no flagrante sem que haja alguma imagem antes. Dificilmente alguém que faz isso continua fazendo na hora que chegamos. Ainda assim, ela entendeu que deveria advertir a creche sobre o que aconteceu em dezembro do ano ado”, explicou o Conselho Tutelar.

Creche em Florianópolis amanheceu pichada após denúncias de maus-tratos – Foto: Divulgação/NDCreche em Florianópolis amanheceu pichada após denúncias de maus-tratos – Foto: Divulgação/ND

Funcionários também eram “maltratados” 5t4p19

De acordo com uma ex-professora da unidade os funcionários em sua maioria, incluindo ela e uma cozinheira da creche em Florianópolis, eram maltratados constantemente e o ambiente era de gritos e humilhações.

“Eu não consegui sair de lá antes pois não tinha para onde ir e precisava do emprego. Meu contrato de estágio nunca foi entregue, ou seja, não tenho uma prova documental que trabalhei lá”, explica a ex-professora da creche em Florianópolis.

De acordo com o relato compartilhado por uma das mães, a ex–professora se sente culpada por não ter feito nada na época, mas fez o que estava ao seu alcance e tentava manter seus alunos afastados da suposta agressora.

Ajuda do Estado 3g342g

De acordo com o Conselho Tutelar, aqueles que eventualmente tiveram seus direitos violados têm direito à assistência do Estado. O órgão explica que por meio do Programa de Atendimento Individual Familiar é possível ter acompanhamento multidisciplinar com psicólogos e assistentes sociais gratuitamente.

O serviço pode ser ado nos CREAS (Centros de Referência Especializados em Assistência Social), mas devem ser enviados pelos Conselhos Tutelares de cada região.

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