
Um relatório sobre o acidente aéreo que matou o aviador Rogério Jair Raulino, de 55 anos, e o piloto Eliseu Hupalovski, de 60 anos, em São Francisco do Sul, em julho de 2024, revela detalhes inéditos sobre o caso.
De acordo com a investigação, tanto o piloto quanto a aeronave apresentavam uma série de irregularidades relacionadas à documentação e aos registros exigidos pela legislação aeronáutica. As condições meteorológicas do dia também não estavam adequadas.
Documentações suspensas do piloto 2z1e1h
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) revelou que o piloto possuía a licença de Piloto Privado – Avião e o Certificado de Piloto Desportivo, porém sua habilitação para Atividade Aerodesportiva e Experimental de Girocóptero estava suspensa desde abril de 2020, por conta do envolvimento em uma ocorrência aeronáutica em março do mesmo ano.
O Certificado Médico Aeronáutico dele também estava fora da vigência desde maio de 2019, tendo sido suspenso em abril de 2020.
O relatório ainda destaca que, para operar uma aeronave experimental de uso desportivo, o piloto deveria possuir, no mínimo, o Certificado de Piloto Aerodesportivo com habilitação válida e específica para esse tipo de operação.
Além disso, o piloto não contava com a habilitação de Voo por Instrumentos – Avião (IFRA), exigida em determinadas condições de voo.
Condições da aeronave 3d4524
Uma série de irregularidades foi constatada no girocóptero, conforme aponta o relatório. O documento revela que ela não constava no Registro Aeronáutico Brasileiro, sistema da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) responsável pelo cadastro e controle das aeronaves civis no país.
Também não possuía o Certificado de Autorização de Voo Experimental, documento obrigatório para a operação de aeronaves experimentais em atividades como testes, treinamentos ou pesquisas.
Além disso, não foi encontrado nenhum cadastro de veículo ultraleve vinculado ao piloto no Sistema de Cadastro do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil nº 103, que trata da aviação desportiva.
O relatório ainda destaca que o girocóptero não era certificado para voar sob condições meteorológicas por instrumentos, que significa pilotar usando apenas os instrumentos internos, quando a visibilidade externa está comprometida por mau tempo ou neblina.

Peso da aeronave 4z2a3t
Conforme o Artigo 20, Inciso I, do Código Brasileiro de Aeronáutica, nenhuma aeronave pode operar no espaço aéreo brasileiro sem estar devidamente registrada e documentada.
Portanto, para estar em conformidade com a lei, ela deve possuir marcas de nacionalidade e matrícula, além dos certificados de matrícula e de aeronavegabilidade, salvo em casos de permissão especial.
Essa constatação é importante pois cada “tipo” de aeronave possuí registros e certificados específicos. Por exemplo, um ultraleve é diferente de um avião comercial.
Mas o girocóptero de Rogério e Eliseu também não se enquadrava em ultraleve, já que o peso vazio era da aeronave era de 285 kg. Os ultraleves devem registrar no máximo 200 kg.
Queda de aeronave em SC: relembre o caso 2s4c4x
Uma aeronave de pequeno porte, conhecida popularmente como girocóptero, caiu na tarde do dia 28 de julho, por volta das 17h30, em São Francisco do Sul, no Norte catarinense, e pegou fogo.
A aeronave havia decolcado do Aeródromo São Francisco do Sul, por volta das 17h18, a fim de realizar um voo local. O acidente aconteceu na região de Ubatuba, na localidade Sandra Regina.
As duas pessoas que estavam no voo morreram. As vítimas eram o aviador Rogério Jair Raulino, de 55 anos, e o piloto Eliseu Hupalovski, de 60 anos.
Segundo os bombeiros, que atenderam a ocorrência, os dois homens, foram encontrados carbonizados na área entre residências e mata onde caíram.
