A prática de naturalismo na praia do Pinho em Balneário Camboriú no Litoral Norte Catarinense, considerada a primeira do Brasil, exige dos frequentadores algumas regras, uma delas é não praticar sexo no local para que o local não se torne uma espécie de “motel ao ar livre”.
Porém, recentemente, uma reportagem do ND+ mostrou alguns relatos de frequentadores, incomodados com o desrespeito às regras de pessoas que usam a área para a prática de sexo e uso de drogas ilícitas.
“No caminho você encontra, além de pessoas sozinhas paradas na trilha, muitos pacotes de preservativos usados. Já na praia pessoas tendo relações sexuais”, disse uma testemunha que não quis se identificar.

Turistas de todo o Brasil visitam a praia do Pinho que é cercada por morros e muita mata nativa, a área, no entanto, é dividida em duas partes: uma para quem busca a prática da atividade de naturismo, com estacionamento privado e estabelecimentos; e outra que virou um ponto de encontro sexual e uso de drogas ilícitas.
A Guarda Municipal de Balneário Camboriú, responsável pelas fiscalizações, afirma que o atendimento às infrações ocorrem quando há denúncias através do 153, e apesar do patrulhamento constante, não houve nos últimos dias nenhuma denúncia.
Depende, portanto, dos próprios frequentadores denunciarem para que a Guarda Municipal possa atuar no local. De acordo com o artigo 233 do Código Penal, “praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público” pode ser motivo de detenção, de três meses a um ano, ou multa.

De acordo com frequentadores as infrações ocorrem na trilha pública que dá o à praia e contraria uma das principais normas, que normatiza as regras de conduta no local. As evidências disso estão espalhadas pelo caminho que leva até a faixa de areia: o chão coberto por camisinhas usadas e embalagens de preservativos.
Frequentadores da praia relatam que, diariamente, casais e solteiros se encontram entre as árvores, em locais mal iluminados entre a mata fechada, na região costeira.
Às margens da Rodovia Interpraias, ao lado Sul da Praia Central — a mais badalada da cidade — existem duas placas no portal da trilha que leva até a praia. Em uma delas, a escrita deixa evidente as regras do local: “É extremamente proibido praticar atos de caráter sexual ou obsceno, fotografar, gravar ou filmar qualquer naturista”. No entanto, isso não acontece.
“Na praia rola sexo de casais de todos os tipos. Tenho um amigo que está sempre no Pinho. Ele é casado com mulher, tem filhos, mas curte frequentar lá em busca de fetiches”, revelou um frequentador do local que preferiu não ser identificado. O público se mostra diversificado, mas em sua maioria são homens.
Em sites de dúvidas, fóruns e até em grupos na web, são encontrados tópicos de pessoas relatando casos de sexo explícito e assédio. No Twitter, por exemplo, internautas deixam claro o que rola na praia. “A praia é até bonita, mas não vale a pena (…) local cheio de tarados”, diz outra pessoa em um site de turismo.
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A prática de naturismo na praia do Pinho começou no início da década de 1980. O local tem cerca de 500 metros de extensão, possui mar com ondas fortes e, de acordo com os frequentadores, há privacidade, pois é cercado por costões e vegetação.