O cantor Gusttavo Lima, de 35 anos, teve sua prisão decretada na segunda-feira (23), pelo TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco), suspeito de integrar esquema de lavagem de dinheiro. Antes de ser procurado pela Justiça, o “embaixador” já havia se envolvido em uma polêmica envolvendo práticas criminosas, a venda ilegal de cigarros eletrônicos.

No início de setembro, a marca Ignite, que comercializa cigarros eletrônicos e bebidas alcoólicas, organizou uma grande festa em Bela Vista de Goiás (GO) e contratou Gusttavo Lima como garoto propaganda.
Até o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UNIÃO), estava presente e junto ao cantor, participou da promoção dos produtos associados à marca, incluindo os vapes.
O problema é que a comercialização, fabricação e importação de cigarros eletrônicos são proibidos no Brasil desde 2009, pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Seu uso está associado ao surgimento de câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, como infarto, morte súbita e hipertensão arterial.
Ao ser procurado para esclarecimentos, Caiado, que é médico, emitiu uma nota para a imprensa afirmando é totalmente contra o uso de cigarros eletrônicos, devido aos severos riscos à saúde.

Ele também relatou que participou do evento para prestigiar a entrada da marca Ignite no mercado de bebidas alcoólicas, e não dos cigarros eletrônicos.
O cantor Gusttavo Lima também se pronunciou sobre a questão, destacando que sua parceria com a Ignite estava relacionada exclusivamente à linha de bebidas alcoólicas da empresa, composta por gin e vodka, e não aos cigarros eletrônicos.
“A Ignite está chegando no Brasil com as bebidas (gin e vodka), a Ignite Spirits. O evento em questão foi oferecido pela empresa para comemorar a entrada no país. Na ocasião, Gusttavo Lima foi anunciado como Embaixador dessa marca de bebidas no Brasil”, descreveu a assessoria.
Pedido de prisão de Gusttavo Lima 641x57
De acordo com a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco, o cantor teria relação financeira com o casal sócio da casa de apostas Vai de Bet, investigado pela operação.

“Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas”, argumentou a juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife.
Gusttavo Lima teria, inclusive, dado guarida aos dois foragidos em um avião que saiu do Brasil com destino à Grécia. Conforme as investigações, o cantor e o casal embarcaram em Goiânia com destino a Grécia no início de setembro.
Porém, apenas o sertanejo voltou ao Brasil, o que sugere, segundo a justiça, que os foragidos possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha.
Além de ordem de prisão, Gusttavo Lima teve o aporte e o certificado de registro de arma de fogo suspensos. A justiça determinou, ainda, o bloqueio de R$ 3,3 milhões das contas pessoais e da empresa do sertanejo, a GSA Empreendimentos e Participações.
Ao Portal R7, a defesa de Gusttavo Lima disse que “a inocência do artista será devidamente demonstrada” e que “não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais”.