No apagar das luzes de 2020, Santa Catarina superou uma marca dolorosa: o número de feminicídios. Com o crime que chocou Lages, na Serra Catarinense, nesta quinta-feira (31), o Estado chegou a 59 feminicídios, maior índice em cinco anos.

A cidade amanheceu com a notícia do duplo feminicídio de mãe e filha. Terezinha do Carmo de Avila Baccin, de 62 anos, e Priscila de Avila Baccin, de 36 anos, foram encontradas mortas dentro da própria casa, no bairro Universitário. O único suspeito do crime é o filho de Terezinha e irmão de Priscila. O homem de 31 anos fugiu com o carro da família.
O delegado David de Oliveira Girardi, responsável pelo caso, explicou que a Polícia Civil já realizou entrevistas com familiares, vizinhos, amigos e todos que tinham algum contato com as vítimas. “Agora, todos os esforços e a concentração são para localizar o suspeito. Inicialmente se trata de um duplo feminicídio e não há outro suspeito”, disse.
As mulheres foram assassinadas a facadas e uma tia encontrou os corpos depois que Priscila não apareceu no posto de combustível onde trabalhava. As duas teriam sido mortas na noite de quarta-feira (30). O delegado ressaltou, ainda, que a polícia trabalha para confirmar a motivação do crime.
De acordo com os dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública), 2020 é o mais violento dos últimos cinco anos para as mulheres catarinenses. O número, que era de 46 em 2015, quando entrou em vigor a Lei do feminicídio, saltou para 59 neste ano, um aumento de mais de 28%.
Nestes últimos cinco anos, o menor número de mulheres assassinadas por sua condição de mulher ou em contexto de violência doméstica foi registrado em 2018: 42 mulheres foram mortas.
Em 2020, a cada seis dias, uma mulher foi vítima de feminicídio em Santa Catarina.