A Cidade do Samba, área onde funcionam as oficinas de construção de alegorias das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca, foi alvo de uma operação do Ministério do Trabalho nesta terça-feira (18). A inspeção ocorre uma semana após o incêndio em uma fábrica de fantasias de escolas da Série Ouro (a segunda divisão do carnaval carioca).

A ação foi desencadeada para analisar as condições trabalhistas e verificar possíveis irregularidades no local. A Polícia Federal prestou apoio aos auditores fiscais do trabalho.
“A gente tem um operativo regular, anual, de fiscalização de tudo que é envolvido na indústria do carnaval carioca. A gente fiscaliza o Sambódromo, a Cidade do Samba e as confecções. Claro que o que aconteceu na semana ada, o incêndio aqui no Rio de Janeiro, é um grande alerta”, explicou a chefe da Seção de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho no Rio de Janeiro, Ana Luiza Horcades.
Ação busca irregularidades na Cidade do Samba 4um1m
Segundo a auditora fiscal, o trabalho no carnaval é caracterizado por improvisações e informalidade. “Costuma-se encontrar trabalhadores sem registro, sem condições mínimas de trabalho, sem treinamento para desenvolver as atividades que eles teriam que desenvolver, máquinas e equipamentos muito precários”, pontuou Ana Luiza sobre a ação realizada na Cidade do Samba.

Para a chefe da seção de segurança do MTE, algumas situações podem colocar a vida dos trabalhadores em risco. “Questões relacionadas a riscos elétricos, acúmulo de materiais combustíveis ou inflamáveis, produtos químicos, é uma conjunção de uma série enorme de fatores favorecendo a ocorrência de acidentes graves”, explicou Ana Luiza.
Caso sejam encontradas irregularidades trabalhistas na Cidade do Samba, o Ministério do Trabalho pode aplicar multas ou, até mesmo, caso haja risco iminente para a segurança do trabalhador, interditar os locais.
Incêndio deixou dois trabalhadores mortos no Rio de Janeiro 715n2o
O incêndio em uma fábrica de carnaval ocorreu na manhã de quarta-feira (12), em Ramos, bairro da zona norte do Rio de Janeiro. A ocorrência foi registrada por volta das 7h45 e mais de 30 viaturas, com cerca de 90 bombeiros, atuaram no combate às chamas.
No domingo (16), uma das 21 pessoas resgatadas do local morreu em decorrência do incêndio. Rodrigo de Oliveira estava internado desde o incidente, na sede da empresa Maximus Confecções.

O local operava em três turnos para dar conta da alta demanda de produção e alguns funcionários dormiam no estabelecimento quando as chamas começaram. Por conta disso, o MPT-RJ (Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro) abriu investigação preliminar sobre as condições de trabalho dos funcionários da fábrica.
*Com informações da Agência Brasil.