A PF (Polícia Federal) cumpre 12 mandados de busca e apreensão e três de prisão na manhã deste domingo (24) contra os suspeitos do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
Segundo informações do R7, um dos presos é o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil).

Os outros são Domingos Brazão, que é conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro) e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A investigação da PF apurou que estes três presos seriam os autores intelectuais dos homicídios de Marielle e o motorista, Anderson Gomes.
Motivo da morte de Marielle Franco 371g1
De acordo com a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, Marielle Franco virou alvo porque defendia que pessoas de baixa renda ocuem um terreno em Jacarepaguá.
A ex-vereadora pedia ainda que o caso fosse acompanhado pelo Instituto de Terras e Cartografia e o Núcleo de Terra e Habitação, da Defensoria Pública do Rio.
O possível mandante do assassinato da ex-vereadora queria que o terreno fosse regularizado, sem considerar o critério de área de interesse social.
Relembre o caso
Marielle Franco, de 38 anos, foi morta a tiros no bairro do Estácio, localizado na região central do Rio de Janeiro.
Na ocasião, a ex-vereadora saía de um evento com mulheres negras e foi assassinada com quatro disparos na cabeça. Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro nas eleições de 2016.
Na ocasião, o motorista do carro, Anderson Gomes, foi atingido por três tiros e também morreu.
Provas encontradas
Os investigadores da PF e do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) descobriram que o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa participou de campanas nos dias 1 e 2 de fevereiro de 2018 para acompanhar e registrar a rotina da vereadora e planejar o assassinato de Marielle.

Correa tinha sido apontado como cúmplice de Ronnie Lessa, ex-sargento da reserva da PM apontado como autor dos disparos e denunciado por duplo homicídio.
Maxwell já tinha sido preso em junho de 2020 durante a Operação Submersos. Na ocasião, ele foi acusado de ser o dono do carro utilizado para esconder as armas usadas no crime e que estavam em um apartamento de Lessa.
Em 2021, Maxwell foi condenado a quatro anos de prisão por obstrução de Justiça no caso. O ex-bombeiro foi autorizado a cumprir a pena em regime aberto e prestar serviços à comunidade.
O Tribunal de Justiça acolheu o pedido do Ministério Público para aumentar a pena de Maxwell para seis anos e estabelecer o regime fechado.
De acordo com a versão apresentada pelo ex-policial militar Élcio de Queiroz a investigadores em uma delação premiada um segundo ponto é que Lessa teria trocado de lugar no veículo, assim que o carro parou próximo a Casa das Pretas, ponto de onde Marielle saiu.

O veículo Cobalt utilizado no crime foi escondido no bairro Méier, na casa da mãe de Lessa, e segundo Queiroz, os envolvidos no crime pegaram um táxi do esconderijo para um bar.
A delação de Queiroz apontou ainda que no dia seguinte ao crime, Maxwell e Ronnie Lessa voltaram ao lugar onde o carro estava escondido para descaracterizar o carro.
A intenção deles era limpar os vestígios do veículo e trocar a placa do carro.