O CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina) atua no rescaldo do incêndio do Fort Atacadista, no Campeche, no Sul da Ilha. De acordo com o Tenente João Eduardo Cardozo, responsável pela perícia, os bombeiros coletaram informações iniciais e seguem esse trabalho nos próximos dias, para identificar a causa do incêndio. O sistema de câmeras da edificação, que ficou intacto, será útil para os bombeiros na perícia.

“Temos alguns vídeos que rolaram pela internet, relatos das equipes que chegaram primeiro e depoimentos de funcionários. Além disso, teremos o videomonitoramento da empresa. O primeiro o é levantar as informações, saber se elas conversam entre si, para trabalhar em cima delas”, disse Cardozo.
Além da perícia, o trabalho dos bombeiros nesta sexta-feira, 24, está focado num quadrante que ainda tem brasa. Uma equipe com cerca de 15 bombeiros ainda participa da operação, com três caminhões.

Sobre o conjunto da operação, o tenente disse que a maior dificuldade foi a grande carga de fogo. Até a manhã de sexta, foram utilizados 750 mil litros de água para combater o incêndio.
“Um incêndio de grandes proporções e tivemos um vento sul forte, que impulsionou as chamas. A dificuldade foi o material que queima muito rápido. Isso dificulta o trabalho, porque exige grande quantidade de água para conseguirmos resfriar, por isso, pedimos apoio de São José, Palhoça, Itapema e Itajaí”, ressaltou o tenente.
Origem do fogo foi no local de armazenagem 1z6q4o
Sobre a causa do incêndio, o tenente disse que o trabalho começa do zero. “Alguns vídeos mostram pallets iniciando fogo. Alguns dizem que pode ter sido um pallet de álcool, mas quando começamos a trabalhar em perícia, começamos do zero, como se não tivesse nada de informação, para não viciar o trabalho. Não temos hipótese nenhuma da causa”, frisou Cardozo.
Por outro lado, ele confirmou o local de origem do fogo: “Não se sabe que material estava lá e o que ocasionou, mas o início foi na região das docas, na armazenagem”, pontuou.

O prazo dos bombeiros para conclusão da perícia é de 30 dias: “Sempre tentamos antecipar, mas como foi um incêndio de grandes proporções, é um trabalho que vai exigir bastante análise de dados”, ressaltou.
Sobre a estrutura do atacadista, o militar relatou que está bastante fragilizada e que é preciso cuidado ao adentrar o local. Disse, ainda, que há muito material sobreposto e que, provavelmente, será preciso utilizar maquinário específico para mexer no material e aplicar água.

Em relação à fumaça, que continua saindo do local, o tenente disse que tem muito material queimando e que ela vai persistir por mais alguns dias.
“A população ao redor tem que tomar cuidado, se o vento estiver soprando em direção a suas casas, é importante evitar ficar exposto a essa fumaça”, enfatizou o militar.
Perícia criminal 1k2f6q
Enquanto a perícia dos bombeiros tem finalidade de prevenção, a da polícia científica tem finalidade criminal. Os peritos do IGP (Instituto Geral de Perícias) verificam a causa e o lugar em que o fogo começou.

“Ao que tudo indica, o início do fogo não foi intencional. Ainda assim, é necessário discorrer sobre a dinâmica do evento, eventual perigo à vida e ao patrimônio de terceiros, extensão e demais circunstâncias nesse sentido”, informou a assessoria do IGP, que tem uma equipe do setor de engenharia forense mobilizada e uma equipe virtual de apoio online para os profissionais que atuarão presencialmente.
Reconstrução 2n4o2g
Membro da diretoria do Grupo Pereira, Lucas Pereira Guanabara Santiago, informou ao ND+ que a unidade do Campeche será reconstruída. O Grupo Pereira é dono do Fort.
“Essa loja tem pouco mais de três anos, é muito inserida aqui na comunidade e recebemos lindas mensagens dos clientes. Precisamos aguardar o laudo para saber o estado real do prédio. Após essa liberação, vamos reconstruir o mais breve possível”, revelou Pereira.

O diretor não quis precisar um prazo para a reinauguração: “Depende do laudo, muito do que vai poder ser aproveitado para sabermos a complexidade da obra e o cronograma”, afirmou.
A empresa ainda não calculou o prejuízo material do incêndio. “O mais importante, agora, que nos preocupamos no primeiro momento foi com as pessoas e o fato de não termos feridos é o que nos deixa felizes nesse momento triste”.
Pereira também confirmou que a empresa abrirá uma sindicância interna para apurar o caso. “Faremos um trabalho para entender o que aconteceu, mas claro ressaltando o trabalho da nossa equipe de brigadista. Além do brigadista oficial, essa loja tem 10% do quadro de brigadistas e a evacuação funcionou”, ponderou o diretor.

O Fort Atacadista do Campeche tinha 261 funcionários diretos. Eles ganharam folga até domingo, 26, e serão realocados em outras unidades do grupo. A unidade está isolada e somente os bombeiros estão no local.
A PMRv (Polícia Militar Rodoviária) controla o trânsito na região para evitar o acúmulo de curiosos. Na parte da manhã, uma mulher parou o carro para filmar o local. Ela teve o veículo apreendido, pois estava com a documentação atrasada.
No início da tarde desta sexta-feira, 24, o Fort Atacadista enviou uma nota a imprensa. Confira, a seguir, a íntegra do material:
Na manhã desta sexta-feira (24) a diretoria do Grupo Pereira concedeu entrevistas à imprensa em frente à loja do Fort Atacadista no bairro Campeche, no Sul da Ilha, na capital catarinense, acometida na última quinta-feira (23) por um incêndio. Lucas Pereira Guanabara Santiago, da diretoria do grupo varejista que istra a rede Fort, ressaltou que, apesar das perdas materiais, o mais importante é que todos estão bem, entre colaboradores e clientes, sem feridos e vítimas. “Em todas as lojas Fort Atacadista, além do brigadista oficial que é exigido por lei, temos 10% do quadro de funcionários treinados periodicamente. Somente nesta loja no Sul da Ilha, em Florianópolis, foram quatro treinamentos neste ano, o que sem dúvida contribuiu para a rápida e eficiente evacuação da loja, preservando a integridade física de todos”, explica Lucas Pereira.
Quanto à estrutura da loja, ainda não é possível confirmar o grau de comprometimento e o que será reaproveitado para a fase de reconstrução, sendo necessário aguardar o parecer final da Defesa Civil. Com base nisso, poderá ser estimada uma previsão de reconstrução e reabertura da loja Fort Sul da Ilha, mas, sem dúvida, de acordo com Lucas Pereira, “será o mais breve possível e em tempo recorde”. “Abrimos a loja Fort Sul da Ilha há pouco mais de três anos e o público da região sempre nos acolheu e nos prestigiou, então vamos devolver aos consumidores uma loja linda e completa”, completa o diretor.
Sobre o estoque de mercadorias também não é possível, ainda, mensurar as perdas, já que não foi liberado o à área interna, mas a direção afirmou que caso hajam produtos em bom estado, após a devida liberação dos órgãos competentes, serão doados.
O Fort Atacadista reiterou a informação de que 100% do quadro de funcionários da loja será preservado. “Os 261 profissionais que trabalham na loja serão mantidos, com folga até este domingo (26) e a partir de segunda-feira sendo realocados para outras lojas da rede na região”, explicou Lucas. Sobre os questionamentos a respeito da causa do incêndio, ainda não é possível precisar, sendo necessário aguardar o laudo final do corpo de bombeiros e demais órgãos competentes, podendo levar até 30 dias para ser concluído.
Atendimento Fort Atacadista: a rede destaca que as demais 31 lojas de Santa Catarina, sendo nove na Grande Florianópolis, seguem abertas normalmente e com horários especiais de verão. A loja Norte da Ilha, no trevo dos Ingleses, está aberta 24 horas por dia, atendendo de forma ininterrupta, até o dia 8 de janeiro. E para os clientes da região do Campeche, no Sul da Ilha, o Delivery Fort está com frete grátis até o dia 31/12.