A Fundação Municipal de Saúde de Teresina, no Piauí, informou na manhã desta quarta-feira (28), por meio de nota, que recebeu exames indicativos de infecção pelo vírus Oropouche em um paciente internado no Hospital de Urgências de Teresina, em janeiro de 2021.
Os exames “teste de inibição da hemaglutinação”, ELISA-IgM e RT-PCR realizados no Instituto Evandro Chagas (laboratório de referência do Ministério da Saúde) confirmaram a doença.

A investigação epidemiológica feita pela Saúde do município indicou que o paciente foi infectado em Teresina.
A febre Oropouche já causou surtos e epidemias em vários estados brasileiros, especialmente da região amazônica. A doença pode ocorrer de forma esporádica (casos isolados) ou na forma de surtos ou epidemias.
Prevenção g2s2y
As medidas de prevenção consistem em evitar a proliferação e o contato com mosquitos, de maneira similar aos cuidados contra a dengue.
“A rede de vigilância epidemiológica local está atenta e sensibilizada para a ocorrência de surtos com sintomas semelhantes à dengue, mas com exames negativos para a doença”, esclareceu a nota.
“A Gerência de Zoonoses da Fundação Municipal de Saúde já realizou as ações de vigilância entomológica, por meio da captura vetorial (mosquitos) no entorno da residência do paciente, para classificação, identificação e detecção viral”, finalizou a Prefeitura de Teresina.
O que é o vírus Oropouche? 19203v
A febre Oropouche é uma arbovirose, ou seja, virose transmitida por mosquitos. Os sintomas são parecidos com os da dengue, mas o risco de complicações hemorrágicas e de morte é bem menor.
Raramente, os casos podem ser complicados por meningite de padrão viral (benigna). Os principais sintomas são dores nas articulações, na cabeça e atrás dos olhos, além de febre aguda.
Outra diferença é que em cerca de metade dos casos ocorre uma recidiva da doença após a melhora dos sintomas, segundo estudo publicado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
O vírus é transmitido por um mosquito de hábitos urbanos, o Culicoides paraenses, popularmente conhecido como borrachudo ou “maruim”.
Estima-se em mais de meio milhão os casos de infecção por Oropouche em surtos ocorridos em vilarejos e cidades da Amazônia, mas ele tem aparecido também em outras regiões do país, sendo considerado por especialistas um vírus emergente.
“Certamente essa doença é subnotificada, sendo muitas vezes confundida com outras arboviroses. É considerada de baixa gravidade, mas o preocupante é que ainda não sabemos quais as possíveis consequências da infecção para o sistema nervoso no longo prazo”, disse à Fapesp o professor da FMRP-USP, Luís Lamberti Pinto da Silva.