Após a confirmação de casos da variante Delta em cinco pessoas internadas em ville, no Norte do Estado, a Secretaria da Saúde (SES) tirou as principais dúvidas sobre a nova forma do vírus.

De acordo com o médico infectologista da SES, Marcelo Mulazani, a mutação do vírus é um processo natural decorrente da rápida multiplicação desses organismos. Essas transformações desencadeiam mudanças no código genético que podem ou não ser benéficas para os vírus.
No caso do coronavírus, a variante Delta (inicialmente conhecida como “indiana”) possui mais condições de transmissibilidade que as anteriores. Entretanto, estudos não apontam diferenças acentuadas nos sintomas manifestados, tampouco maior ou menor grau de letalidade.
Se comparado com a cepa Alfa (britânica), que foi a primeira, a Delta é ainda mais transmissível, ou seja, tem maior capacidade de entrar na célula.
Menor perda de olfato e menos tosse 184w65
“Não conseguimos fazer a diferenciação entre as variantes apenas pelos sintomas, porque eles são muito semelhantes e cada organismo responde a um agente infeccioso de maneiras diferentes. O que se tem observado é que a variante Delta costuma manifestar menor perda de olfato e menos tosse”, relata o médico.
Vale lembrar, porém, que como a variante Delta é mais transmissível, pode contaminar um grupo maior de pessoas, em que indivíduos não imunizados ou com comorbidades podem desenvolver formas mais graves da Covid-19.

“Quanto mais doente é o corpo, ou seja, mais doenças associadas, mais fácil de ter um quadro grave da doença.”
Por isso, os cuidados com a prevenção são essenciais e devem ser mantidos. Entre eles, uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento social e, principalmente, a vacinação com as duas doses, quando necessário, para garantir a proteção máxima oferecida pelos imunizantes.
“Neste momento que temos uma diminuição de casos, redução do número de mortes, é importante cuidarmos para não ocorrer uma nova explosão de casos”, alerta Mulazani.
E o infectologista reforça:
“Vacinar é o ideal! Não interessa qual a vacina. Nesse momento, em que há a propagação de uma variante nova, não se deve escolher qual vacina tomar. A que estiver disponível é a melhor vacina.”
Não foi identificado, até o momento, significativa diminuição da resposta da imunização em relação à variante Delta, por isso a importância da vacinação, que funciona como um escudo para evitar a doença.
Monitoramento 52g6o
Em relação aos pacientes infectados pela variante Delta que foram atendidos em ville, o médico Marcelo Mulazani tranquiliza a população: “É um momento de cautela, mas não há motivo para preocupação. O fato de ville ter recebido pacientes, mostra a capacidade de atendimento do município. Todos os protocolos sanitários foram observados, os pacientes não circularam pela cidade e os profissionais que atenderam os pacientes estão sendo monitorados.”