Embora Santa Catarina continue há décadas sendo pouco recompensada com obras e serviços pelo governo federal, sua liderança nacional destaca-se em vários segmentos e setores. Neste final de agosto, reafirma-se também na área da saúde com os qualificados serviços de transplantes de órgãos e tecidos humanos.
O SC-Transplantes é uma organização exemplar em todo o Brasil. Foi criada pelo decreto 553, em 1999, pelo governador Esperidião Amin, e logo credenciado pelo Ministério da Saúde. Pioneiro na regulamentação de notificações e doações de órgãos e efetivação de transplantes, obteve um desempenho excepcional. Há 14 anos Santa Catarina liderou o ranking nacional de doadores nos 18 anos de análise estatística.

A maior demanda por órgãos humanos de um total de 1.300 na fila de espera continua sendo o rim. Aguardam doadores compatíveis hoje com 755 pacientes. Seguem-se córnea com 445, fígado com 73, ósseo e medula óssea com números bem menores.
O Estado tem uma posição destacada em relação aos doadores. A proporção é de 40 doadores por 1 milhão de habitantes. A relação já esteve em 47 antes da pandemia.
De acordo com o mapa oficial constante no site do SC-Transplantes, no mês de julho foram 70 notificações e 26 doações efetivadas. A região que deu maior contribuição foi nordeste/norte, com 83 notificações e 38 doações efetivadas.
Há 18 anos como coordenador do SC-Transplantes, o médico Joel de Andrade destaca que os catarinenses são solidários, pois o volume de doações tem sido maior do que a demanda.
O sistema foi aprimorado nos últimos anos, especialmente, no controle das compatibilidades e, sobretudo, na complexa logística entre o momento em que a doação é efetivada e a localização de paciente que vai receber o novo órgão. Envolve aviões, ambulâncias e profissionais altamente treinados e qualificados.