Rui Trindade 394534

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♦ 82 anos
♦ 26/05/2020
♦ Chapecó

Rui Trindade – Foto: Arquivo Pessoal/NDRui Trindade – Foto: Arquivo Pessoal/ND

Rui Trindade, o seu Nenê, deixou sua marca na história de Chapecó. Seus 82 anos de vida de misturam ao futebol e vida social da cidade do Oeste.

“Para muitos ele é apenas o quarto óbito de Chapecó. Mas para nós, era a nossa vida” conta a filha, Roberta Trindade.

Natural da gaúcha Erechim, Nenê se mudou para Chapecó com 15 anos. No final da década de 1950, era conhecido pelos amigos como “o melhor centroavante que pisou em Chapecó naquela época”, lembra a esposa, Ilda Zacarias.

Nas décadas seguintes, contou muitas histórias no Santa Terezinha. Quando não acreditavam, mostrava o álbum “Desbravadores do Futebol”.

(Dá esq à dir) – Fotos dos times Independente Campeão e Grêmio Grêmio Esportivo Comercial. A seta amarela indica a posição de Rui no time – Foto: Desbravadores do Futebol/Divulgação/ND(Dá esq à dir) – Fotos dos times Independente Campeão e Grêmio Grêmio Esportivo Comercial. A seta amarela indica a posição de Rui no time – Foto: Desbravadores do Futebol/Divulgação/ND

Foi nos anos 1990 que comprou o Bar e Café Santa Terezinha, na avenida Getúlio Vargas. Entre jogos, cantorias “de modas antigas enquanto tomávamos um cafezinho” e histórias bem humoradas, ele chegava cedo e ia embora tarde, mesmo depois como cliente.

“A vida dele era a avenida Getúlio Vargas”, conta a filha.

Pai e marido presente, morava com a esposa Ilda, a filha Roberta e os dois netos, Murilo e Vinícius. Era Nêne quem levava e buscava as crianças na escola e nos jogos de futebol. Sempre fazia todos rirem com suas histórias absurdas, às vezes inventadas, de tempos de centroavante.

Família de Rui Trindade – Foto: Arquivo Pessoal/NDFamília de Rui Trindade – Foto: Arquivo Pessoal/ND

Para Vinícius, seu Nenê era avô e pai. “Eu me espelhava nele, já tinha dito para ele que ele era meu pai”, lembra Vinícius. Juntos, os dois compartilhavam o amor pelo Grêmio, time de coração da família.

Outra faceta de Nêne era a paixão pelos filmes. Amante dos gêneros de suspense, terror e policial, sempre exigia os filmes “mais bem comentados e avaliados” na internet. “Filme abacaxi não”, já avisava à filha. Durante as semanas de quarentena, as obras da sétima arte foram o principal programa dos familiares.

Seu Nenê foi casado duas vezes. Do primeiro casamento, deixou três filhos. Do segundo, dois. Além dos oito netos, dois bisnetos e a companheira de vida, a esposa Ilda. Os amigos que ficaram é difícil de contar.