O Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose é celebrado nesta sexta-feira (16). Instituída pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia, a data busca alertar sobre os riscos e formas de prevenção da doença. O ND+ conversou com o cirurgião vascular do Núcleo de Hemodinâmica do Hospital Baía Sul, Dr. Cristiano Torres Bortoluzzi, para falar sobre a trombose venosa profunda (TVP).

Antes, é preciso diferenciar os dois tipos de trombose existentes: a arterial e a venosa. Ambas acontecem devido à coagulação imprevista do sangue. Quando isso ocorre na artéria, há a trombose arterial. Quando na veia, dá origem à Trombose Venosa Profunda (TVP).
De acordo com o médico, a trombose venosa profunda é caracterizada pela formação de trombos dentro de veias profundas, com obstrução parcial ou total, sendo que de 80 a 95% dos casos atingem os membros inferiores.
As principais complicações decorrentes dessa doença são a insuficiência venosa crônica, síndrome pós-trombótica (edema e/ou dor em membros inferiores, varizes, mudança na pigmentação e ulcerações da pele) e embolia pulmonar.
“O tromboembolismo ou embolia pulmonar apresenta elevado índice de mortalidade, sendo uma das principais causas de mortalidade intra-hospitalar. Aproximadamente 5 a 15% das pessoas não tratadas com trombose venosa profunda podem morrer de TEP”, explica.
Devido à gravidade desse tipo de trombose, é de grande importância programas de prevenção à TVP e para a embolia pulmonar.
“Defendo o engajamento de todos os profissionais envolvidos no cuidado e na atenção dos pacientes, seja em período pós-operatório ou em internação hospitalar prolongada”, afirma o cirurgião vascular.
Fatores de risco para a trombose venosa profunda 1i5ra
A incidência da doença aumenta proporcionalmente com a idade, sendo o fator de risco mais determinante. Também existem outros fatores de risco diretamente ligados à formação dos trombos, como o câncer, procedimentos cirúrgicos, imobilização, uso de estrogênio, gravidez, distúrbios de hipercoagulabilidade hereditários ou adquiridos.
Existe prevenção? 3y3gf
O Dr. Cristiano alerta que a trombose venosa profunda pós-cirúrgica e nos pacientes em regime de internação hospitalar pode ser prevenida com a implementação de um programa de deambulação precoce, uso de sistemas de compressão como a meia elástica e, em casos de maior risco, com o uso de medicamentos.
“No entanto, o melhor método de prevenção é a informação e a conscientização de todos os envolvidos de que a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar são doenças de alto risco, mas que podem ser evitadas por atitudes simples e tratamento preventivo precoce, como deambular precocemente, uso de meia elástica e hidratar-se”, conclui o médico.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte possível de prevenir em todo mundo. Entre elas, têm destaque o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o Tromboembolismo (TEV).