Santa Catarina, no boletim desta sexta-feira (20), contabilizou o maior número de casos diários da Covid-19 desde o início da pandemia, com 6.109 registros nas últimas 24 horas. Assim, o Estado tem 317 mil casos atualmente, com 290 mil (91%) recuperados.
Também foram incluídas 30 mortes nesta atualização, totalizando 3.435 óbitos desde o início da pandemia, deixando a taxa de letalidade em 1,08%, a menor do país. Além disso, são 23.530 casos ativos, o maior número de contaminados circulando até então.

O último recorde de casos era ainda desta semana, da última terça (17), que teve 5.178 casos em 24 horas. O anterior foi registrado sete dias antes, no dia 10, que teve 4.886 casos confirmados.
Em todos os casos, foi confirmada uma situação mais crítica, pois não há uma vinculação com nenhum outro fenômeno, como testes represados, ou algum problema nos sistemas de saúde ou na contabilização, como ocorreu no dia 31 de agosto. À época, foram mais de 30 mil casos em um único boletim, mas em virtude de uma mudança na contagem.
No momento, a maioria dos especialistas considera a alta um fenômeno que resulta das quebras de isolamento social, especialmente as vistas em feriados, e os eventos, considerando a existência de festas clandestinas.
Mesmo dentro das projeções mais pessimistas, os números tem surpreendido, e segundo a Superintendente de Vigilância em Saúde, Raquel Bitencourt, o vírus tem circulado “com força total”.
“Nós estamos exigindo que as vigilâncias sanitárias locais reforcem as fiscalizações, e que os comércios cumpram a risca as determinações. Temos apelado, mas as pessoas não tem respeitado as medidas, especialmente o distanciamento social”, afirma a epidemiologista.
A alta foi puxada, especialmente, pelos municípios que encabeçam a lista de confirmações. Florianópolis teve 950 novos casos, Blumenau teve 369, e ville, 363.
A capital catarinense já é considerada o novo epicentro do vírus por alguns especialistas. Segundo análise do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense, da UFSC, a microrregião de Florianópolis tem apresentado os números mais críticos e figurado como a porção do Estado que tem maior crescimento em casos da doença, de 22,3% no último levantamento.
No total, em relação aos casos confirmados desde março, Florianópolis segue com a maior concentração, com 28.016 casos. Em seguida, estão ville (27.399), Blumenau (18.368), São José (15.407), Palhoça (10.757), Criciúma (10.443), Balneário Camboriú (10.430), Itajaí (10.250), Chapecó (9.089) e Brusque (7.784).
A região da Grande Florianópolis, especificamente, deve voltar ao risco de potencial gravíssimo, tal como outras regiões que estão com risco potencial grave e com números críticos.
Atualmente, as regiões de Laguna, Xanxerê e Alto Uruguai Catarinense encontram-se em risco potencial gravíssimo, enquanto as demais estão com risco potencial grave.
Casos confirmados, hospitais superlotados 2n6q5o
Desde que o Estado começou a confirmar mais de 2 mil casos por dia nos boletins epidemiológicos, o índice de ocupação das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) tem subido. Atualmente, são 78,5% dos leitos lotados, ou seja, 1.114 ocupados de um total de 1.419 ativos.
Dos ocupados, são 441 por pacientes do novo coronavírus, e 673 por pacientes com outras enfermidades, algo que pode ser explicado, em parte, pela liberação das cirurgias eletivas, que ficaram represadas há meses com decretos estaduais e municipais.
Apesar de ainda haver 305 leitos livres, Santa Catarina possui sete unidades hospitalares superlotadas. Os hospitais sem vagas são:
- Hospital Bethesda, em ville
- Hospital Beatriz Ramos, em Indaial
- Hospital de Gaspar, em Gaspar
- Hospital Florianópolis, na capital
- Hospital Maicé, em Caçador
- Hospital Sagrada Família, em São Bento do Sul
- Hospital São Camilo, em Imbituba
Todos estes possuem pacientes do vírus, sendo 67 no total, para os 84 leitos ofertados. Ou seja, a grande maioria dos pacientes é da Covid-19, sendo que alguns hospitais estão com toda a UTI ocupada por pacientes do vírus.
Isolamento social acima da média 3ef4n
Refletindo dados colhidos na quinta-feira (19), foram 37,6% dos catarinenses em casa, um índice que fica acima da média nacional, que é de 37,3%.
No ranking de Estados, Santa Catarina ocupa a 13ª posição, e quem lidera são os Estados do Acre (42,7%), Amazonas (41%) e Rondônia (40,5%).
Os dados são da plataforma In Loco, que mapeia 1,5 milhão de catarinenses via smartphone.
Vale ressaltar que as quebras de isolamento foram o principal motivo apontado por especialistas da saúde quando questionados sobre as altas desta e da última terça (10 e 17), que ocorreu alguns dias depois de feriados com praias lotadas.