A OMS (Organização Mundial da Saúde) encerrou, nesta quinta-feira (11), o fim da emergência de saúde global da varíola dos macacos, atualmente chamada de mpox.

De acordo com informações do R7, o nível mais alto de alerta da agência estava em vigor desde 23 de julho de 2022, quando a doença já se espalhava em dezenas de países.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou que desde o primeiro caso, em maio do ano ado, mais de 87 mil pessoas tiveram mpox em 111 países. Desse total, 140 morreram.
“Agora, vemos um progresso constante no controle do surto com base nas lições do HIV e trabalhando de perto com as comunidades mais afetadas. Quase 90% menos casos foram relatados nos últimos três meses em comparação com os três meses anteriores”, afirmou.
SC registrou 468 casos confirmados da varíola dos macacos 6o5c3t
Santa Catarina registrou 2.357 notificações da varíola dos macacos. Porém, 468 foram confirmados para a doença. Os maiores registros de notificações aconteceram entre 7 de agosto até 28 de agosto de 2022, conforme dados divulgados pela Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) em abril deste ano. No entanto, o órgão afirma que mais casos não foram confirmados desde então.
O primeiro importado para o estado catarinense foi identificado em 6 de julho de 2022, em um paciente do sexo masculino, de 40 anos, residente de São Paulo, com histórico de viagem para a Espanha.
Além disso, o primeiro autóctone de Santa Catarina foi em 16 de julho de 2022, em Leoberto Leal. O paciente contava com viagens para o Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.
Uma morte foi confirmada em 29 de novembro de 2022. Trata-se de uma pessoa de Balneário Camboriú, 23 anos, masculino e imunodeprimido.
O Brasil foi o segundo país mais afetado pela doença, com 10.920 infecções e 16 mortes. O Estados Unidos lidera a lista.
Segundo o chefe da organização, assim como ocorreu com a Covid-19 que deixou de ser uma emergência, o vírus causador da mpox continua circulando.
“O vírus continua afetando comunidades em todas as regiões, inclusive na África, onde a transmissão ainda não é bem compreendida. Casos relacionados a viagens em todas as regiões destacam a ameaça contínua”, declarou.
A ESPII (Emergência Sanitária de Importância Internacional) da mpox foi a sexta vez em dez anos que a OMS usou o nível máximo de alerta.
As demais foram: ebola na África Ocidental (2014), poliomielite (2014), zika (2016), ebola na República Democrática do Congo (2019) e Covid-19 (2020).
No auge do surto, a média diária de novos casos chegou a mais de mil. O último boletim da OMS mostra que esse número atualmente é inferior a 20.
“Após duas semanas com menos de cem casos por semana, observou-se um ligeiro aumento globalmente na última semana. A maioria dos novos casos é da região das Américas da OMS, seguida pela região do Pacífico Ocidental. Um ligeiro aumento de casos também foi observado na região europeia.”
A reação de governos e comunidades afetadas, especialmente gays e bissexuais, foi fundamental para frear o surto, na avaliação de Nicola Low, vice-presidente do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional sobre Mpox.
“A queda no número de pessoas infectadas foi impressionante, como resultado de ações de saúde pública, intervenções, cooperação internacional e intensa atividade principalmente das comunidades envolvidas.”
Ela ressaltou, porém, que “há uma incerteza compreensível sobre a probabilidade de um grande ressurgimento das infecções”.
“Existem lacunas no conhecimento, que itimos, inclusive, sobre os modos de transmissão em alguns países, sobre a eficácia das vacinas e a contínua falta de contramedidas eficientes, principalmente em países africanos, onde a transmissão e os casos de mpox ocorrem regularmente”, disse.
O surto de 2022 ganhou dimensões internacionais por viajantes, e as viagens continuam a ser uma preocupação quando se fala de mpox, segundo a líder do Comitê de Mpox da OMS, Rosamund Lewis.
“Gostaria apenas de salientar um ponto também em relação não apenas à África, mas a outros países: as viagens continuam sendo uma característica crítica desse surto. Continuamos monitorando nossos dados, continuamos vendo que todos os casos estão relatando informações detalhadas, e a maioria deles, e muitos deles mostram, ligações com viagens.”