O governo de Santa Catarina abriu processo para a aquisição de seringas e agulhas para ações de imunização no Estado. A previsão é de que os materiais sejam consumidos em doze meses para novas vacinas, a partir de 2021. O aviso de licitação foi publicado no Diário Oficial do Estado na terça-feira (17). O Estado não confirma que a compra tenha a ver com a vacinação para o novo coronavírus.

O pedido de compra, realizado pela Gevim (Gerência de Imunização e Doenças Imunopreveníveis) se baseia na perspectiva de inclusão de novas vacinas. Sendo assim, foi solicitada uma quantidade 30% maior de insumos com relação à última compra.
De acordo com a Dive-SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), os insumos não estão “necessariamente” relacionados com a aquisição de vacinas contra o novo coronavírus. Isso porque o Estado segue o Plano Nacional de Imunização e ainda aguarda orientações do Ministério da Saúde.
No momento, a Diretoria e a SES (Secretaria Estadual de Saúde) afirmaram em resposta ao pedido de informações do ND+ que não há nenhum processo de compra de imunizantes no Estado para combater a Covid-19.
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O pedido de compra das seringas e agulhas foi realizado no dia 19 de junho deste ano. A abertura das propostas de licitação, na modalidade Pregão Eletrônico, está marcada para as 8h15 do dia 14 de dezembro. A aquisição está orçada em R$ 2.698.388.
Questionada sobre o tempo que levou o processo de compra –cerca de 6 meses – a Dive informou que “faz apenas o pedido de compra”, a mesma resposta informada pela SES.
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A vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac, é a aposta do governo do Estado de São Paulo. Nesta quinta-feira (19), o Instituto Butantan recebeu as primeiras 120 mil doses prontas.
O acordo da Sinovac com o Instituto Butantã prevê a transferência tecnológica para o país, o que permitirá a produção da vacina no Brasil.
A fase final de testes envolve cerca de 13 mil profissionais de saúde em 16 centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
O governo do Paraná também assinou acordo com a Sputnik V, da Rússia, para parceria no desenvolvimento. No Rio Grande do Sul, o plano, por enquanto, é semelhante ao do governo de Santa Catarina, aguardar as determinações do governo federal.
No dia 12 de novembro, o governador Eduardo Leite disse ao site Poder 360, que essa seria a prioridade do estado vizinho. “Continuo mantendo a expectativa de que tenhamos o plano A (na compra das vacinas), com o Ministério da Saúde (à frente), encaminhamento que é o melhor para o Brasil e os brasileiros“, disse. O plano B, segundo Leite, seria a construção de um consórcio de governadores para conduzir o processo.
A vacina ChAdOx1, desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, foi o primeiro acordo firmado pelo Brasil e apresentada pelo Ministério da Saúde como a escolha inicial para o SUS (Sistema Único de Saúde).
Outras duas farmacêuticas internacionais fazem estudos clínicos de suas vacinas no Brasil – Janssen e Johnson & Johnson (Ad26.COV2.S) e BioNTech/Pfizer (BNT162b1).
Na terça-feira (17), uma equipe da Pfizer se reuniu com o Ministério da Saúde para apresentar os resultados dos testes que apontaram alta taxa de eficácia no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus.
O Ministério da Saúde informou ainda que conversará com a empresa indiana Bharat Biotech, que deseja levar ao mercado a Covaxin. Porém, não há compromisso firmado pelo governo federal para a compra destes imunizantes.
Nesta sexta-feira (20), o Ministério da Saúde anunciou a primeira parte do Plano de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19. Na coletiva de imprensa, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, disse que o público-alvo será detalhado apenas após a conclusão dos estudos de fase 3 dos imunizantes testados. “Só assim conseguiremos avaliar em quais grupos (a vacina) teve maior eficácia”, destacou.
Ainda não há uma definição de qual vacina o governo federal irá comprar. No dia 20 de outubro, a pasta da saúde divulgou que iria comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, mas no dia seguinte o anúncio foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro.