É na calma Garuva, no Norte de Santa Catarina, que está localizada uma das comunidades terapêuticas Fazenda da Esperança. Construída há mais de 30 anos, a iniciativa que conta com outros espaços no País, acolhe e resgata pessoas com algum tipo de vício.
E em tempos de pandemia, onde a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus elevou a insegurança dos mais vulneráveis economicamente, o projeto ou a acolher também pessoas em situação de rua.

Na rotina dos quase 60 moradores que já aram pela fazenda desde março, agora há muito trabalho e reflexão. Antes, eles viviam pelos becos e dormiam em bancos e sob papelões. Segundo o responsável pelo local, João Paulo Cardoso de Melo, 39 anos, a fazenda também é um espaço de constante mudança e oração.
“Aqui na fazenda não tem remédio. O remédio é o evangelho colocado em prática. A gente trabalha com a fazenda, cuidamos dos porcos, da horta e assim vai”, conta o líder da fazenda.
Algumas das pessoas em situação de rua que aram pela fazenda foram transferidas ao longo dos últimos meses e houve aquelas que desistiram do programa. A reabilitação tem duração de 12 meses.
Em Santa Catarina, além de Garuva, que acolhe apenas homens, a comunidade terapêutica está presente em Florianópolis e Chapecó. No Norte do Estado, atualmente 34 pessoas estão no local, com previsão de chegada de mais internos nos próximos dias.
No Oeste, a estrutura é destinada ao público masculino. Além do trabalho e oração, o projeto oferece outras atividades de reabilitação, como encontros e oficinas. No país, desde março, mais de 2 mil pessoas sem residência foram acolhidas nas fazendas.
Mulheres também podem recomeçar 3h5b
Em Florianópolis, o projeto acolhe somente mulheres. Localizada no Pantanal, a fazenda atualmente abriga 11 pessoas, que se recuperam de vícios. Maria Helena, 59 anos, é uma das voluntárias, que ajuda no projeto.

Segundo ela, das residentes, ao menos três saíram das ruas e foram acolhidas. “A ideia [de abrigar pessoas em situação de rua] veio quando a gente percebeu que a orientação era lavar as mãos, tomar banho e pensamos que essas pessoas não tinham nada disso. Aí decidimos acolher”, conta.
Ligada à Igreja Católica, seu método de acolhimento contempla o pilar do trabalho como processo pedagógico; a convivência em família; e a espiritualidade para encontrar o sentido da vida. Além de doações, os moradores produzem pães e outros alimentos para ajudar com os custos.
Como ajudar 3n194h
Para doações, a Fazenda da Esperança disponibiliza site com informações tira-dúvidas. Se preferir, em Santa Catarina as fazendas também recebem contribuições.
Entre em contato pelos telefones (48) 99913-0939 (Florianópolis); (49) 3323-1901 (Chapecó); e (47) 99194-7808 (Garuva).
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