Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que a cada 22 mil gestações no mundo, ao menos uma não é verdadeira, sendo que aproximadamente 1% das mulheres com gravidez psicológica sentem as dores do parto após nove meses da falsa gestação.
Também conhecida como pseudociese, a gravidez psicológica é um transtorno em que a mulher tem total convicção de que está grávida, mesmo quando os exames mostram o contrário.

Quem pode desenvolver o distúrbio 5h2yn
Segundo Danielle oni, psiquiatra geral e preceptora na residência da Universidade Federal de São Paulo, geralmente as mulheres acometidas pela gravidez psicológica têm histórico de transtorno psicológico ou psiquiátrico, o que compromete ainda mais a negação à realidade.
“Mulheres que aram por traumas como a perda de um filho, abusos sexuais, aborto espontâneo, pressão do parceiro ou de familiares para engravidar também podem desenvolver o transtorno, assim como as que têm dificuldade de engravidar ou são inférteis”, explica.
As reações do corpo em uma gravidez inexistente 94h49
De alguma forma ainda inexplicada pela ciência, o cérebro reage aos estímulos provocados pelas mudanças do estado emocional, desregulando a produção hormonal. As funções endócrinas, corticais e hipotalâmicas trabalham juntas, resultando nos sintomas de uma gravidez real.
Entre os sintomas estão ausência de menstruação, náuseas e enjoos matinais, desejos alimentares, sonolência, crescimento e dor nos seios e aumento do apetite.
Outros sintomas são a produção de leite nas mamas, causada pelo aumento da prolactina, fazendo com que os seios secretem leite, e a distensão abdominal, ou seja, o crescimento da barriga, que afeta entre 60% e 90% das mulheres com gravidez psicológica.
Muitos destes sintomas são experimentados com tanta autenticidade que a mulher chega a sentir o crescimento da barriga, os movimentos do bebê, as dores e contrações do parto. Mesmo sem nascimento, ela persiste que o bebê virá, podendo esperar por ele indefinidamente.
Como lidar com o transtorno 3j4q2b
O especialista em infertilidade e médico no Hospital Albert Einstein Carlos Moraes explica que a gravidez psicológica só pode ser diagnosticada por meio de exames, como o Beta HCG e a ultrassonografia transvaginal ou pélvica.
“Mesmo com os resultados negativos, muitas mulheres não ficam convencidas de que a gestação não é real. Nesses casos, cabe ao ginecologista indicar um tratamento psicológico para identificar a origem do transtorno e tratar a causa”, explica o especialista.
Segundo Carlos, também pode ser preciso intervenção com medicamentos hormonais para regularizar a menstruação e encerrar a produção de leite.
A médica Danielle ainda lembra que a gravidez psicológica não é uma invenção da mulher, porque ela realmente acredita estar grávida, sendo uma válvula de escape que o cérebro encontrou para lidar com as adversidades psicológicas.
“Portanto, julgamentos só irão agravar o transtorno. A família deve dar apoio, conforto e acompanhar o tratamento psicológico, até para entender melhor a condição e saber como lidar com o quadro”, finaliza a médica.