Diferentes unidades de saúde de Florianópolis amanheceram nesta segunda-feira (3) com atendimento mais alto que o normal. A procura era principalmente de pacientes com quadros respiratórios, o que indica possível aumento dos casos de Covid-19 e gripe, segundo hospitais e especialistas.
A mesma situação é registrada em outras regiões de Santa Catarina, como no Litoral Norte e no Oeste. Infectologistas consultados pelo ND+ apontam para o provável aumento nas infecções após as festividades de fim de ano, associadas à propagação da variante Ômicron e da H3N2 (Influenza).

Situação em Florianópolis 5d4yd
No Hospital da Unimed, em Barreiros, São José, as filas alcançaram a parte de fora da unidade. Durante as segundas-feiras o atendimento geralmente é maior e a rede já vinha percebendo aumento na procura desde o Natal. Mas neste segunda o número era ainda mais elevado – a instituição espera fechar o dia para contabilizar as consultas.
“Existe alta probabilidade de aumento de casos de Covid-19 e Influenza, especialmente após as festividades do final do ano, e as equipes do Hospital Unimed seguem em alerta para um possível aumento de casos que exijam hospitalização de pacientes, embora a maioria dos casos atendidos não esteja necessitando de internação”, informou o doutor. Gabriel Gustavo Longo, diretor técnico do Hospital Unimed.
As UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) de Florianópolis também registraram longas filas nesta segunda-feira. A procura por pacientes com quadros respiratórios vem crescendo desde dezembro. “O movimento está intensificado, tanto em serviços públicos quanto privados, segundo relatos”, informou a Secretaria Municipal de Saúde.
A situação levou a pasta a instalar uma nova tenda em todas as unidades. Novas estruturas estão sendo adquiridas, informou a Prefeitura de Florianópolis. O número de atendimentos realizados nesta segunda-feira será contabilizado ao fim do dia.

Razões do aumento 49284i
Devido ao ataque hacker sofrido pelo Ministério da Saúde é difícil verificar no mapa de risco de Santa Catarina se há aumento ou não no número de casos. Com os sistemas fora do ar, muitos exames ficaram represados e só foram inseridos no sistema no fim da última semana – o que acaba denunciando um aumento de casos maior que o real.
Sem os dados “brutos” do aumento, especialistas supõem propagação da Covid-19 e gripe. Atualmente, Santa Catarina enfrenta também surto da H3N2, um subtipo da Influenza que não entrou no esquema vacinal desse ano. Alguns dos sintomas são parecidos com a Covid-19. Pelo menos duas mortes já foram registrados por conta desta gripe.
“É provável que nos próximos dias vejamos aumento no número de casos de Covid-19, por conta da inserção da Ômicron, aglomerações nas festas de fim de ano”, ressalta Fabiana Trevisol, professora e epidemiologista da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina). Florianópolis, São José, Jaraguá do Sul e Balneário Camboriú já registraram a variante.
Levando em consideração a experiência de outros países, a possível nova onda não deve resultar em tantas internações com as anteriores, pontua a professora. “Embora a variante seja mais transmissível e acometa pessoas com vacinação completa, a tendência é que sejam casos assintomáticos e leves”.

Novas restrições? 6eb6x
Segundo a última matriz de risco, divulgada no sábado (1º), Santa Catarina conta com duas regiões em nível alto: as regiões Nordeste, onde fica ville, e Meio Oeste, que tiveram piora no índice de monitoramento. A primeira regiões também teve piora na capacidade de atenção, com a maior ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O indicativo monitoramento esteve no nível “amarelo” (alto) em todo o Estado por conta do represamento de exames, conforme a SES (Secretaria Estadual de Saúde). A categoria avalia justamente o percentual de vacinados e a variação semanal de casos ativos. Na matriz anterior, divulgado no dia 18, o índice esteve em azul.
A expectativa agora é com a próxima matriz de risco, prevista para ser divulgada no sábado (8). “É possível sim que isso seja refletido no mapa de risco”, ressaltou Trevisol.
Para o epidemiologista da Unisul, Jefferson Traebert, é importante lembrar que “a pandemia não acabou. Devemos manter máscaras, distanciamento e principalmente álcool. A vacinação neste momento é fundamental”.