Segundo dados do Programa de Estudos da Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), cerca de 7,7% das mulheres brasileiras, entre 18 e 80 anos, se consideram assexuais. Ou seja, não sentem atração sexual por qualquer pessoa, independente do sexo biológico ou gênero.
No entanto, a falta de iniciativa dos parceiros, a sobrecarga dos trabalhos domésticos ou até mesmo questões hormonais podem ser motivos para as mulheres deixarem a vida sexual de lado e se concentrem em outras áreas da vida. Esse é o tema do podcast aDiversa desta sexta-feira (14).
Convidados discutem sobre os motivos que atrapalham a vida sexual feminina. — Foto: Divulgação/ND
Para discutir o assunto, a apresentadora Luciana Barros recebe Olga Regina Garcia, doutora em ciências humanas com área de atuação na sexualidade da mulher, e a sexóloga Kelly Correa.
O jornalista e artista visual Marcos Oliveira também participa do episódio, juntamente com a repórter do Portal ND+, Ana Schoeller.
O que tira o prazer sexual? 5m3521
De acordo com Olga Regina, a queixa mais comum entre as mulheres em relação à dificuldade de manter uma vida sexual saudável é a falta de orgasmos e de desejo.
“Outra reclamação é a dispareunia — dor durante a penetração —, mas não é tão comum na minha experiência. Além disso, elas também se queixam muito sobre o desempenho dos parceiros porque as mulheres têm muita dificuldade em dizer o que gostam”, comenta.
Para a especialista, a questão da sexualidade feminina está relacionada à forma como as mulheres foram tratadas ao longo do tempo.
“Historicamente, mulheres que itiam gostar de sexo não eram consideradas ‘sérias’. Por exemplo, muitas mulheres gostariam de pedir ao parceiro que fizesse sexo oral nelas, mas não têm coragem de pedir”, explica Olga.
A sexóloga Kelly Correia acredita que o sexo está ligado às pequenas coisas do dia a dia.
“Quer ver uma coisa gostosa? É quando a mulher chega em casa e o homem já lavou a louça. É um orgasmo para a mulher. As mulheres gostam de afeto e de se sentir valorizadas. Os homens são muito físicos e as mulheres são mais afetivas. Por isso, é necessário haver comunicação entre os casais”, afirma.
Pornografia: a fantasia pode se tornar um obstáculo no sexo 1m2w7
Entre os assuntos debatidos pelos convidados durante o episódio, a influência dos filmes pornôs na vida sexual dos casais foi um dos “problemas” citados.
Para Marcos, essa é uma questão que mexe com o ego masculino. “A questão da pornografia mostra que a gente é educado errado desde o início. É uma questão que mexe muito com o ego do homem. A mulher só fala para o homem que não sente prazer na relação sexual no final do relacionamento porque tem medo da reação do homem”, garante.
Segundo Ana, casada há dez meses, os homens criam expectativas sobre a performance sexual da mulher por conta da pornografia. “Acho que muitos homens crescem crendo que a mulher vai querer aquilo ou vai ter toda aquela performance, quando não é verdade”, diz a jornalista.
Sobre o aDiversa 473714
O podcast Diversa abre espaço para assuntos do dia a dia das mulheres. Os episódios são apresentados por Luciana Barros e vão ao ar todas as sextas-feiras, às 7h, na página da Diversa+.
