Estudantes da USP vendem remédios sem receita através da rede social: ‘comprei e foi bem fácil’ 5b3i24

Existe uma conta comercial via WhatsApp com o nome de "USP Tarja Preta", que vende remédios controlados sem receita a estudantes 542g1r

Estresse, ansiedade cansaço excessivo e falta de atenção. Para evitar que problemas como esses atrapalhem os estudos, universitários estão seguindo o caminho perigoso da automedicação, com remédios controlados, vendidos só com receita e indicados para tratar transtornos que não têm.

Como o caso de Caio, estudante de Direito de uma universidade no Rio de Janeiro que por indicação de um amigo ou a tomar Ritalina (remédio usado para tratar o TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade), entre outras doenças. Mesmo sem receita, o estudante carioca disse que foi fácil conseguir o medicamento tarja preta: “Meu amigo conhecia um colega que vendia sem prescrição”. As informações são do Uol.

Conta comercial com o nome de "USP Tarja Preta", que vende remédios controlados sem receita, em São PauloConta comercial com o nome de “USP Tarja Preta”, que vende remédios controlados sem receita, em São Paulo – Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Após conversar com alunos da USP, que pediram para manter o sigilo, há uma conta comercial no WhatsApp chamada “USP Tarja Preta”, que vende remédios controlados sem receita.

Esse perfil promete entregar medicamentos gratuitos na Cidade Universitária da USP (Butantã), nas faculdades de Medicina e Saúde Pública da USP (ambas na Avenida Dr. Arnaldo) e na Universidade Mackenzie, todas em São Paulo. Ou ainda via aplicativos de entrega ou correios.

A reportagem entrou em contato com o vendedor, que disse ser estudante da USP, para comprar um calmante que só é vendido com prescrição, A negociação foi simples e rápida.

O medicamento chegou dez dias após o pedido e foi combinado de a retirada ser na Cidade Universitária. Após receber o pagamento em dinheiro, o estudante entregou o remédio com embalagem lacrada e não fez nenhuma pergunta.

O médico psiquiatra pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques e professor de farmacologia em cursos de medicina, Bruno Pascale Cammarota diz que a automedicação é perigosa, mas não é rara entre os universitários, que costumam consumir duas classes de remédios controlados.

Médico explica os riscos de se automedicar com remédios da forma equivocadaMédico explica os riscos de se automedicar com remédios da forma equivocada – Foto: Pexels/Reprodução/ND

“Os benzodiazepínicos, chamados calmantes, geralmente são buscados pelos jovens que estão iniciando a faculdade. Nessa fase, os estudantes ficam muito ansiosos, alguns estão em uma graduação em cursos integrais, como os de medicina, e precisam de uma adaptação, por isso recorrem a esses medicamentos.”

Segundo o especialista, à medida que o curso vai avançando e ficando mais exigente, o que requer maior dedicação dos alunos, eles am a usar substâncias estimulantes, como a Ritalina, consumida por Caio.

Tratamento 1k701j

Diagnosticado com ansiedade e depressão antes de entrar na universidade, ele faz tratamento com psicóloga e psiquiatra e usa o medicamento com acompanhamento de especialistas. Porém, quando ficou sem a receita, em vez de marcar uma consulta médica, buscou o remédio no “mercado paralelo”.

“Comprei recentemente e foi bem fácil, apenas tive que pagar um pouco mais do que o valor que estou acostumado. Eu tenho consciência de que a automedicação pode causar consequências nocivas à minha saúde, mas também sei que isso é um costume bastante normal entre os brasileiros”, afirmou o estudante…

Não há números oficiais de quantos estudantes universitários se automedicam nem do número de remédios vendidos no mercado paralelo, sem prescrição médica. Mas a automedicação é um problema conhecido em nosso país…

Perigos da automedicação 2e13j

Um estudo feito em 2022 pelo ICTQ (Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico) apontou que quase 90% dos brasileiros usam medicamentos sem orientação médica.

Segundo o médico psiquiatra e especialista em dependência química pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Sérgio Rocha, além da possibilidade real de morte por uso excessivo, o consumo de medicamentos sem prescrição pode causar dependência.

A automedicação —e isso vale para qualquer remédio que não seja isento de prescrição, e não só os tarjas pretas— ainda pode trazer problemas como:

  • intoxicação
  • efeitos colaterais descritos na bula
  • mascaramento de doenças
  • interações medicamentosas perigosas
  • diagnóstico errado de doenças
  • atraso na busca por uma doença (e no início de seu tratamento)
  • agravamento de doenças
  • lesões no fígado
  • insuficiência renal
  • sangramento no estômago e intestino…

Remédio clandestino pode dar cadeia 263151

Ao adquirir o remédio sem prescrição e de procedência desconhecida, a pessoa corre o risco de levar um medicamento falso ou fora do prazo de validade, o que também coloca a saúde em risco.

O advogado e educador da AC Advocacia Anderson Cruz explica que “a venda e a obtenção de medicamentos de uso controlado sem receita médica podem ser consideradas crime e até enquadradas como tráfico de drogas” (especialmente quem vende). De acordo com ele, a pena pode variar entre cinco e 15 anos de prisão.

Segundo o advogado, a Anvisa penaliza farmácias e drogarias que vendem medicamentos controlados sem receita médica. A multa pode chegar de R$ 2 mil até R$ 1,5 milhão, ando pela interdição e até cancelamento de alvará do estabelecimento.

Já o farmacêutico que vende medicamentos de uso controlado sem prescrição está sujeito a instauração de procedimento istrativo que pode culminar na cassação do registro no CFF (Conselho Regional de Farmácia).

O que diz a USP 5e166t

A USP (Universidade de São Paulo) afirma não ter sido informada sobre nenhuma ocorrência de venda de remédios dentro de suas dependências.

Em nota, a assessoria de imprensa da universidade declarou que: “a venda de medicamentos sem prescrição é uma ilegalidade que deve ser enfrentada por outras instâncias estatais (civis, criminais). Do ponto de vista da universidade, para o enfrentamento pelo regime disciplinar istrativo é preciso que recebamos uma notícia formal dos fatos para que possam ser apurados, o que ainda não aconteceu. Mais uma vez, nos preocupamos e repudiamos a venda de medicamentos sem prescrição médica. Planejamos também realizar uma campanha de esclarecimento sobre os riscos envolvidos no uso de medicações psiquiátricas sem prescrição médica, voltada a toda a comunidade acadêmica”.

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