Doenças mais frequentes na população negra: quais os motivos e por que poderiam ser evitadas 4a5n62

Algumas doenças são mais frequentes na população negra, que também tem maior incidência de problemas de saúde evitáveis no Brasil! Por quê?

Algumas doenças têm mais incidência na população negra – Foto: Pexels/DivulgaçãoAlgumas doenças têm mais incidência na população negra – Foto: Pexels/Divulgação

Alguns fatores são levados em consideração para esta realidade. Os genéticos e ambientais são os maiores responsáveis pelo aumento do risco de pessoas negras desenvolverem determinadas enfermidades.

Mortalidade de recém-nascidos antes dos seis dias de vida, infecções sexualmente transmissíveis, mortes maternas (incluindo óbitos por abortos sépticos), hanseníase e tuberculose. Estes são alguns dos problemas de saúde evitáveis mais frequentes entre a população negra.

Em 2018, a ONU (Organização das Nações Unidas) informou que além de estarem mais expostos ao risco de morte violenta intencional, os negros e negras também integram o grupo de brasileiros que têm, em geral, piores indicadores de saúde.

Porém, em um artigo do mesmo ano do Canal Saúde da Fiocruz, a coordenadora da organização de mulheres negras Criola, Lúcia Xavier, explicou que isso não significa que a população negra é doente!

“O que acontece é que ela vive com menos qualidade. O grupo é mais vulnerável às doenças porque está sob maior influência dos determinantes sociais de saúde, ou seja, as condições em que uma pessoa vive e trabalha, a insalubridade, as baixas condições sanitárias às quais está submetida, por exemplo. E a soma desses diversos indicadores de vulnerabilidade aumenta também o risco de perder a vida”, explica Lúcia.

Uma realidade alarmante, com uma mudança possível 6w262i

A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), após a Conferência Sanitária das Américas em setembro de 2017, recomendou aos Estados-membros — inclusive o Brasil — a promoção de políticas públicas capazes de abordar “a etnicidade como determinante social da saúde”.

Por aqui, a endocrinologista Cristina Schreiber concorda com as afirmações: “essa realidade demanda uma ação conjunta para promoção de mais políticas públicas. Um contraturno especializado ou efetivo aos fins de semana com campanhas atuantes em tudo que está relacionado a doenças mais comuns em negros e negras são medidas que poderiam mudar os índices. Já temos algo similar no tratamento com os homens. Uma linha de cuidados do SUS. Temos que trabalhar cada quadro clínico dos negros seja pela realidade social ou genética. Só assim atuaremos de fato na prevenção. Pelo menos no que se refere a enfermidades evitáveis”.

Questões genéticas também preocupam 5e4i4l

Mas não para por aí. Primeiro é importante destacar que a população negra compõe mais da metade dos brasileiros. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 54% da população do país se autodeclara negra.

Agora… Por que estou escrevendo isso? Porque como somos maioria, o atendimento em saúde precisa atender a esta demanda, incluindo as enfermidades mais frequentes. São os casos da anemia falciforme, diabetes mellitus tipo II, hipertensão arterial, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase, glaucoma e câncer de próstata. As informações são da 3ª edição da PNSIPN (Política Nacional de Saúde Integral da População Negra).

Os dados são constantemente avaliados, mas existem teses que mostram os motivos dessas constatações (e também o caminho de prevenção). Saber da predisposição já auxilia para que fiquemos atentos aos exames periódicos. Abaixo separei trechos de artigos com análises e tratamentos:

Pressão alta 732b2e

De acordo com a hipótese mais aceita, a maior predisposição da população negra para a hipertensão tem origem no nosso período colonial. Naquele tempo, pessoas negras eram trazidas à força do continente africano para serem escravizadas. Em longas viagens de navio, com infraestrutura precária, água e alimentação restritas e expostos a doenças que provocavam diarreia, muitos morriam de desidratação. Sobreviviam aqueles que tinham maior capacidade de reter sal e, consequentemente, água. O problema é que a característica que lhes salvou a vida à época, agora aumenta o risco de pressão alta.

Anemia falciforme 5a3h2q

O índice de incidência de anemia falciforme varia de 2% a 6% na população brasileira em geral. Na população negra fica entre 6% e 10%. A doença se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a elasticidade e a forma arredondada, endurecem e adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme). A diferença dificulta a agem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e, consequentemente, afeta a oxigenação dos tecidos.

Diabetes 2d2h44

O diabetes atinge com mais frequência os homens negros (9% a mais que os homens brancos) e as mulheres negras (em torno de 50% a mais que as mulheres brancas). Felizmente, diabetes tem prevenção, que inclui consumo moderado de açúcar e carboidratos simples (como arroz branco, farinha de trigo e batata inglesa), prática de atividade física, controle dos níveis de glicose no sangue e manutenção do peso ideal.

Câncer de próstata 4h4h3o

Ainda não se sabe com clareza quais as razões, mas homens negros apresentam risco de desenvolver câncer de próstata de duas a três vezes maior que o restante da população masculina, bem como o dobro da probabilidade de morrer por conta da doença. Além disso, a ocorrência desse tipo de câncer nos homens brancos acontece em geral a partir dos 50 anos, ao o que negros costumam desenvolver a enfermidade entre cinco e dez anos mais cedo.

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens negros vão ao urologista a partir dos 45 anos, diferentemente da recomendação geral, a partir dos 50 anos.

Glaucoma 5k45g

O glaucoma é considerado a principal causa de cegueira irreversível no mundo. É mais prevalente na população negra em função do aumento da pigmentação nos olhos. A doença não apresenta sintomas na sua fase inicial, por isso é considerada silenciosa e traiçoeira. Muitas pessoas só desconfiam de que há algo errado quando percebem a perda da visão periférica, sintoma que se manifesta quando a doença já está em estágio avançado. O diagnóstico precoce facilita o tratamento.

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