
A campanha nacional de vacinação contra a poliomielite foi prorrogada pelo Ministério da Saúde até 30 de setembro. A ação, que iniciou em 8 de agosto, se encerraria nesta sexta-feira (9/9), mas devido à baixa cobertura vacinal foi ampliada. Todas as crianças de 1 ano a menores de 5 anos estão aptas a receberem a dose contra a paralisia infantil. Em Blumenau, até 6 de setembro, foram imunizadas 6,1 mil crianças, o que corresponde a 35,5% da cobertura de 17,4 mil que compõem o público-alvo.
A equipe da Vigilância Epidemiológica de Blumenau ressalta que a cobertura segue abaixo do esperado. É preciso que pais e responsáveis levem as crianças para vacinar contra a doença, pois a poliomielite não tem cura, e a vacinação é a única forma de prevenção. Recentemente, em 21 de julho, o Departamento de Saúde do Estado de Nova York (EUA) informou o primeiro caso após 10 anos sem registro da doença.
Em 2015, a vacina superou a meta e imunizou 103,6% do público-alvo. Nas campanhas de 2018 e de 2020, a média de cobertura ficou entre 83% e 77%, respectivamente.
Aplicação das Vacinas 1f316c
Com sala de vacinação, a aplicação dos imunizantes segue sendo disponibilizada nas unidades Estratégia Saúde da Família (ESF) e Ambulatórios Gerais da Família (AGF). A relação das salas de vacinas ativas está disponível no site www.blumenau.sc.gov.br/salasdevacina. Não é necessário aguardar intervalo de 15 dias entre a aplicação da vacina contra a covid-19 e as demais vacinas.
Dia D de vacinação 3m1b1m
O dia “D” das campanhas de vacinação contra a poliomielite e multivacinação, ocorreu em 20 de agosto. Naquela data, a Secretaria de Promoção da Saúde (Semus) aplicou 1,2 mil vacinas contra poliomielite em crianças de 1 a menores de 5 anos. Na mesma ação, foram aplicadas 3,8 mil doses contra outras doenças.
O Brasil no combate à poliomielite 3m5t6t
No Brasil, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), as atividades de imunização em massa foram iniciadas em 1961, com a adoção da vacina Sabin, mas sem a abrangência e continuidade necessárias para o controle da doença. Nessa época, foi introduzida no país a técnica laboratorial de diagnóstico do poliovírus, no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Na década de 1970, o Ministério da Saúde tentou usar outras estratégias para vacinar a população e conter a doença, como a vacinação de rotina em vez da promoção de campanhas, sem muito sucesso. Uma década depois, em 1980, a partir de iniciativas internacionais de controle e erradicação, foi estabelecida a primeira estratégia de campanha nacional de imunização contra a pólio: o ‘Dia Nacional de Vacinação’.
O objetivo era vacinar todas as crianças de até 5 anos de idade em todo território nacional, mas em um único dia. Dedicada ao estudo da história da doença, a historiadora Dilene Raimundo do Nascimento, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) cita que com apenas três anos de existência da campanha, a incidência da pólio se aproximou de zero. Somente entre os anos de 1968 e 1989 o Brasil registrou mais de 26 mil casos da infecção, conforme dados do Ministério da Saúde.
Em 1989, ocorreu o último caso de poliomielite paralítica, causada pelo poliovírus selvagem, em Souza, na Paraíba. A doença é considerada oficialmente eliminada do território nacional desde 1994, ano em que foi emitido o certificado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Apesar disso, desde 2015, o Brasil não atinge a meta de vacinar 95% do público-alvo, nível necessário para que a população seja considerada protegida.
Atualmente, o vírus selvagem permanece endêmico (com transmissão regional) em apenas dois lugares do mundo: Paquistão e Afeganistão. Em fevereiro, um surto também foi identificado no Malawi, país no sudeste da África. Uma curiosidade é que a nação africana não registrava casos de poliomielite desde 1992.