
Diagnóstico precoce e prevenção do câncer são temas permanentes na pauta da saúde. No Brasil, o câncer de esôfago (tubo que liga a garganta ao estômago) é o sexto mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres, excetuando-se o câncer de pele não melanoma.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de esôfago é o oitavo mais frequente no mundo e a incidência em homens é cerca de duas vezes maior do que em mulheres.
Recentemente, o Brasil acompanhou o caso do prefeito licenciado da cidade de São Paulo, Bruno Covas, 41 anos, que foi diagnosticado com câncer na região de transição do esôfago para o estômago e veio a falecer após múltiplos tratamentos para a doença.
A evolução do caso de Covas acendeu um alerta no país para prevenção por meio da atuação na modificação de fatores de risco e para valorização dos sintomas para diagnóstico o mais precoce possível.
Veja alguns números do Instituto: 53o66
- Estimativa de novos casos: 11.390, sendo 8.690 homens e 2.700 mulheres (2020 – INCA).
- Número de mortes: 8.716, sendo 6.802 homens e 1.914 mulheres (2019 – Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM).
Principais fatores de risco para câncer de esôfago 13544i
- Consumo frequente de bebidas muito quentes como chimarrão, chá e café, em temperatura maior ou igual a 65ºC;
- Consumo de bebidas alcoólicas tem forte associação com esse tipo de câncer, não havendo níveis seguros de ingestão. É importante destacar que tanto o consumo regular como o consumo excessivo e esporádico de álcool aumentam o risco;
- O excesso de gordura corporal favorece o desenvolvimento de câncer de esôfago. Além disso, a obesidade também facilita a ocorrência de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), importante fator de risco para o desenvolvimento dessa doença;
- Consumo de carnes processadas e com conservantes à base de nitrato (exemplo: salsicha, presunto, blanquette de peru, entre outros);
- O tabagismo isoladamente é responsável por 25% dos casos de câncer de esôfago. O risco aumenta rapidamente com a quantidade de cigarros consumida. Mesmo as pessoas que já fumaram, mas interromperam, possuem risco aumentado de desenvolver este câncer quando comparadas aos que nunca fumaram;
- Estão associadas à maior incidência desse tumor, história pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão e de algumas doenças genéticas.
Como evitar os fatores de risco que podem levar ao câncer de esôfago 5h3v61
- Não fumar e não se expor ao tabagismo ivo. Parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo tabagismo;
- Evitar o consumo bebidas alcoólicas;
- Comer mais frutas e vegetais e reduzir o consumo de carne vermelha, alimentos gordurosos, processados, defumados e com conservantes a base de nitratos;
- Manter o peso corporal adequado;
- Identificar e tratar a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE);
- Consumir bebidas quentes como chimarrão, café e chá, em temperaturas inferiores a 60ºC. Para garantir a temperatura adequada para consumo, após o preparo, deve-se esperar em torno de cinco minutos para ingerir a bebida;
- Praticar atividade física regularmente.
A importância do diagnóstico precoce 702r50

Em sua fase mais inicial, o câncer de esôfago geralmente é assintomático. Porém, com a progressão da doença, podem surgir sintomas tais como dificuldade ou dor ao engolir, dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito), dor torácica, sensação de obstrução à agem do alimento, náuseas, vômitos e perda do apetite e de peso.
Na maioria das vezes, a dificuldade de engolir (disfagia) já sinaliza doença em estado avançado. A disfagia progride de alimentos sólidos até pastosos e líquidos. A perda de peso pode chegar a até 10% do peso corporal.
“A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor em fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento, objetivando a cura”, alerta o médico da Noova Oncologia, Dr. Lucas Espíndola.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou de imagem, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
O diagnóstico precoce desse tipo de câncer é infelizmente é feito em apenas parte dos casos, pois a maioria só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são:
- Dificuldade em engolir;
- Refluxo;
- Dor epigástrica (parte alta do abdômen);
- Perda de peso.
“Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias”, afirma Dr. Lucas Espíndola.
Diagnóstico da doença 5u176

É feito por meio da endoscopia digestiva, um exame que investiga o interior do tubo digestivo e que permite a realização de biópsias para confirmação do diagnóstico. Quando o tumor é detectado precocemente, as chances de cura aumentam muito.
De forma geral, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada, de acordo com o estágio da doença e das condições clínicas do paciente.
Casos selecionados de tumores iniciais podem ser tratados por ressecção local durante a endoscopia, sem a necessidade de procedimento cirúrgico formal.
Explica o especialista da Noova Oncologia, Dr. Lucas Espíndola, que nos casos onde o objetivo é a cura, os pacientes são inicialmente submetidos a um tratamento combinado com quimioterapia e radioterapia, e posteriormente é feita a cirurgia.
“Para os tumores muito avançados ou no caso de pacientes muito debilitados, o tratamento tem o objetivo de preservar a qualidade de vida e é feito por radioterapia combinada ou não à quimioterapia”, diz Dr. Lucas Espíndola.
“No leque de cuidados paliativos também se encontram disponíveis as dilatações com endoscopia, colocação de próteses autoexpansivas (para impedir o estreitamento do esôfago) e outras medidas para preservar a capacidade do paciente de se alimentar”, acrescenta Dr. Lucas Espíndola.
Atenção: Essas informações constam no portal do Inca (Instituto Nacional do Câncer) com o objetivo de apoiar e esclarecer sobre o câncer, mas não substitui a consulta médica.
Faça seus exames de rotina e procure seu médico de confiança para acompanhar sua saúde.
Dr. Lucas Milton Dressler Espíndola
Oncologia Clínica (19738) – CRM/SC 18971
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