
Você sabia que 44% das crianças de Santa Catarina ficam 3 horas ou mais por dia em frente de telas (celular e computador), 30% não praticam atividades físicas regulares, 44% têm peso inadequado e apenas 1/5 se alimenta com dieta rica e variada de nutrientes saudáveis.
Esses dados de alerta constam do Mapa da Saúde das Crianças e Adolescentes Catarinenses, lançado de forma pioneira no país, pela ACM – Associação Catarinense de Medicina e a S – Sociedade Catarinense de Pediatria.
Os índices registrados pela pesquisa, realizada pelo Instituto MAPA, vêm sendo apresentados a gestores da saúde de várias regiões de Santa Catarina, pediatras e entidades médicas ou hospitalares. O trabalho tem à frente a diretoria da S, a presidente da entidade, Dra. Nilza Medeiros Perin, e a Dra. Isabela Back, cardiologista pediátrica responsável pelo resumo do estudo. O presidente da ACM, Dr. André Sobierajski dos Santos, também participa da ação, que conta ainda com o apoio da SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria.
A pesquisa é inédita em sua abrangência e regionalização, traçando o perfil da assistência das crianças de zero até os 14 anos, bem como o impacto diante de temas desafiadores, como o o aos serviços de Pediatria, hábitos de vida, uso de telas, acidentes domésticos, qualidade do sono, brincadeiras ao ar livre e até às crenças sobre vacinação, entre outros tópicos relevantes.
O trabalho envolveu mais de 2 mil crianças e famílias em 98 cidades do estado, com base em entrevistas presenciais, em locais de fluxo do público-alvo (mães), por equipe treinada para fazer as perguntas formuladas pelos pediatras da S, com o apurado registro das respostas.
Santa Catarina faz história 605n3

A presidente da S, Dra. Nilza Medeiros Perin, destaca que Santa Catarina mais uma vez faz história na saúde brasileira, agora por meio do cuidado com as crianças e adolescentes.
“Trata-se de um retrato inédito sobre o que acontece com a assistência infanto-juvenil, desde o pré-natal até o comportamento junto aos avanços sociais e tecnológicos. Um verdadeiro raio-x que deve abrir novas e indispensáveis portas para a medicina preventiva e a saúde integral, sonhos de todos os médicos”.
Além disso, a dirigente salienta que os dados reafirmam de forma consistente a importância do acompanhamento do pediatra, “profissional da medicina preparado especialmente para cuidar do desenvolvimento físico, emocional e mental na infância”.
Já o presidente da ACM, Dr. André Sobierajski dos Santos, ressalta a relevância de se unir à S na ação. “Sem dúvida, é um o sem precedentes para o cuidado infanto-juvenil. Nós sabemos que a informação de qualidade é o principal alicerce para impulsionar as mudanças positivas necessárias na assistência à saúde, na busca de cuidados que previnam as doenças e resultem em uma vida mais saudável no presente e para o futuro, quando as crianças se tornarem os adultos do nosso estado”.

Para o novo presidente da SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria – Triênio 2025-2028, Dr. Edson Ferreira Liberal, o trabalho realizado pela S é motivo de orgulho para a Pediatria de todo o país. “Certamente o Mapa Catarinense vai servir de modelo para vários estados brasileiros.
Todo diagnóstico embasado em dados nos tira da zona do achismo e nos possibilita buscar uma política pública que atenda às reais necessidades de nossas crianças e adolescentes. Parabéns para Santa Catarina, que avança na defesa do direito ao atendimento pelo pediatra”.
Completando a avaliação do estudo, a presidente do Departamento de Cardiologia Pediátrica da S, Dra. Isabela Back, fala sobre os desafios traçados pelo trabalho.
“A pesquisa é um alerta gigantesco de que não estamos bem, que temos que melhorar no cuidado com nossas crianças e adolescentes. Também fica evidente que o atendimento do pediatra faz a diferença e precisa ser garantido a todos, para que não tenhamos um estado doente daqui a alguns anos, por conta da falta de uma política estruturada de assistência”.
Mapa da Saúde das Criança e Adolescentes Catarinenses é apresentado à Secretaria da Saúde de Florianópolis 3e364l

O Mapa da Saúde das Crianças e Adolescentes Catarinenses foi apresentado ao secretário da Saúde de Florianópolis, Dr. Almir Gentil, em audiência realizada no último dia 26 de maio, com a presença dos presidentes da ACM e da S, acompanhados de equipe técnica do órgão municipal.
A visita faz parte da estratégia das entidades médicas em disseminar as informações do estudo e possibilitar parcerias que utilizem as importantes informações para ações de medicina preventiva. O encontro também serviu para reafirmar a necessária atuação de pediatras nas UPAs da capital catarinense, como forma de melhor atender as crianças e adolescentes da cidade e também desafogar as emergências hospitalares.
O secretário parabenizou pelo trabalho e agradeceu a entrega dos resultados do Mapa, comprometendo-se em marcar uma nova reunião para a apresentação da pesquisa também junto às lideranças e coordenadorias da Secretaria da Saúde. Por solicitação dos dirigentes das entidades médicas, o convite para a próxima reunião se estenderá também ao prefeito da capital, Topázio Neto.
Defesa da saúde de qualidade 3y1w4t

A Associação Catarinense de Medicina tem duas grandes missões na sua trajetória de 88 anos: a defesa da saúde de qualidade da população e a promoção do desenvolvimento dos médicos de todo estado.
Na proteção da sociedade, uma importante ação vem sendo realizada nos últimos anos, que é a elaboração de Mapas de Risco da Saúde dos Catarinenses, com as duas primeiras edições lançadas nos anos de 2022 e 2023, com foco na faixa etária adulta, com uma série de informações de grande valor para a gestão da assistência médico-hospitalar.
Além disso, os Mapas servem de bússolas para movimentos de melhorias na rede pública ou privada de saúde, na prevenção de doenças e agravos de enfermidades. Os estudos também vêm acompanhados de gráficos que permitem analisar a evolução dos dados de um ano para outro. Dessa forma, é possível ajudar os gestores da saúde por meio de um acompanhamento mais fidedigno, com conhecimento dos principais pontos fortes e fracos da população de cada região.
O estudo também abrange as 20 microrregiões de Santa Catarina e se desenvolveu por meio de uma Investigação quantitativa, descritiva, por amostragem da população, entre homens e mulheres, com idade igual ou acima de 18 anos, de todas as classes econômicas. Com todos esses critérios, a pesquisa alcançou seu objetivo maior: identificar a incidência e a distribuição dos principais fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis na população adulta, estratificada por sexo, faixa etária, escolaridade e condição socioeconômica.
Para o presidente da ACM, com o novo Mapa, desta vez enfocando a saúde das crianças e adolescentes, a ação ganha novos contornos e se engrandece. “Dessa forma, a ACM reafirma seu papel como protagonista na defesa da saúde, promovendo o conhecimento e a inovação de maneira estratégica, com embasamento médico-científico, para possibilitar os avanços necessários na assistência à saúde em todo estado”.
Importante saber 4b3w9
Estimativa feita pela Organização Mundial da Saúde – OMS aponta que as Doenças Crônicas Não Transmissíveis – DCNT (muitas vezes invisíveis) são responsáveis por quase três quartos das 56 milhões de mortes registradas a cada ano, nos mais diversos países.
O aumento da carga dessas doenças acompanha a mudança do perfil epidemiológico do Brasil, que vem sofrendo alterações com o efeito da urbanização, das modificações de hábitos de vida e da globalização. Entre essas doenças, destacam-se as cardiovasculares, as neoplasias (câncer), a diabetes mellitus e os problemas respiratórios.
Risco e prevenção 4f6h4a
Os dados da pesquisa do Mapa de Risco da Saúde dos Catarinenses confirmam:
- Dietas não saudáveis, inatividade física e tabagismo são comportamentos de risco confirmados.
- Os fatores de risco biológicos de hipertensão, obesidade e dislipidemia estão firmemente estabelecidos como fatores de risco para doença cardíaca coronária, derrame e diabetes.
- Os principais fatores de risco biológico surgem e agem no início da vida e continuam a ter um impacto negativo ao longo dos anos.