Acidentes com águas-vivas aumentam no verão; o que fazer se for ‘atacado’ por uma 215c5

Bombeiros contabilizaram 6.226 atendimentos em praias de Florianópolis por queimadura de água-viva na temporada 2022/2023; especialista procedimentos para amenizar danos jk5e

Com a chegada do verão e também das férias escolares, as praias do litoral brasileiro ficam lotadas. Isso faz aumentar os casos de queimaduras por água-viva. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, em Florianópolis, houve o registro de 6.226 atendimentos dessa ocorrência na temporada 2022/2023.

Águas-vivas já estão sendo avistadas em praias de FlorianópolisÁguas-vivas já estão sendo avistadas em praias de Florianópolis – Foto: Reprodução/ ND

Efeitos das queimaduras 6r1754

De acordo com o tenente-coronel Henrique Piovezan da Silveira, presidente da Coordenadoria de Atendimento Pré-Hospitalar do CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina), as queimaduras provocam dor no local, desconforto, coceira e em pessoas alérgicas  podem provocar anafilaxia, que são alergias gerais, e até levar à morte em casos extremos.

O professor e coordenador do projeto Vida Marinha em Santa Catarina, Alberto Lindner, do Departamento de Ecologia e Zoologia do CCB (Centro de Ciências Biológicas) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), destaca que a temporada de águas-vivas em Florianópolis tem início na primavera e principalmente no verão, ou seja, são “bem sazonais”.

Avistamentos em praias de Florianópolis q5t3j

Segundo o professor, as águas-vivas já chegaram às praias de Florianópolis e foram avistadas na Barra da Lagoa, Campeche, ilha do Campeche, Armação e Pântano do Sul e Cachoeira do Bom Jesus, agora no início de dezembro.

Ele esclarece que “águas-vivas não atacam”. “A gente que toca nelas sem querer”, resume. O professora pontua que acidentes podem ocorrer com mais frequência porque há mais pessoas na praia e, claro, mais águas-vivas, por causa dos ventos e correntes que empurram esses animais para o litoral.

Tipos de águas-vivas 64s33

Segundo Lindner, são três os tipos de águas-vivas mais comuns pelas praias de Florianópolis:

  • Caravela-Portuguesa;
  • Chrysaora lactea; e
  • Olindias sambaquiensis.

AS duas últimas são medusas com formato de guarda-chuva e consideradas mais comuns.

Caravelas-portuguesas são as águas-vivas mais perigosasCaravelas-portuguesas são as águas vivas mais perigosas – Foto: Reprodução/ Instagram Vida Marinha

Lindner explica que a Caravela-Portuguesa é a espécie mais perigosa, pois após a queimadura, o veneno pode causar sintomas sistêmicos como dor, náusea, tontura, taquicardia e reações alérgicas.

“Os tentáculos contém cápsulas de veneno que são injetados na pele e provocam dor, vermelhidão no local e inchaço”.

“A Caravela dá náusea, tontura, taquicardia e reação alérgica. É mais comum observarmos efeitos sistêmicos na caravela portuguesa do que em outras”, conta.

Chrysaora lactea e Olindias sambaquiensis provocam dor, inchaço e vermelhidão na pele – Foto: Dafne Reinisch e Tatiana LeiteChrysaora lactea e Olindias sambaquiensis provocam dor, inchaço e vermelhidão na pele – Foto: Dafne Reinisch e Tatiana Leite

Lindner ressalta que as espécies Chrysaora lactea e Olindias sambaquiensis provocam dor, vermelhidão e inchaço no local.

O que fazer após queimaduras de água-viva: 85x49

O coordenador destaca que o uso de vinagre é importante após o ferimento para amenizar os efeitos das queimaduras e indica o a o para os banhistas seguirem:

  • Sair da água imediatamente;
  • Procurar o posto de salva-vidas mais próximo na praia e identificar a bandeira lilás, que indica perigo de água-viva em alto mar
  • Lavar com água do mar e vinagre, nas lesões mais extensas procurar um atendimento médico para avaliação;
  • Tentar remover o tentáculo com estilete ou faca sem esfregar;
  • Fazer uma compressa de gelo enrolado em um pano para potencializar os efeitos
  • Observar se há caravelas-portuguesas enterradas na areia

O que não fazer?

  • Nunca urine, nem use substâncias como álcool ou refrigerante sobre a lesão, pois não há comprovação de eficácia dessas substâncias em amenizar os efeitos da lesão;
  • Nunca lave com água doce, uma vez que a medida pode aumentar o envenenamento e agravar a lesão;
  • Evite coçar o local, pois pode aumentar a área de queimadura
  • Evitar exposição ao sol
  • Evite usar toalhas, areia ou outro material abrasivo para retirar restos de tentáculos, pois isto também pode aumentar a injeção de toxinas por explodir as cápsulas com veneno.

O professor destaca que é importante “alertar à população que esses animais estão aí, mas sem criar pânico” e tomar o banho de mar sem culpa, porém com atenção.

Projeto Vida Marinha em Santa Catarina 6c6q2v

O monitoramento realizado pelo Laboratório de Biodiversidade Marinha da UFSC começou em dezembro de 2019 e tem duas praias de Florianópolis como foco: a Barra da Lagoa e o Campeche.

O projeto tem como principais objetivos: a identificação de espécies de águas-vivas predominantes nas praias de Florianópolis e ter dados mais precisos sobre a sazonalidade e abundância desses animais.

Além disso, identificar eventuais surtos de crescimento rápido e sem controle no meio aquático.

Caravelas-portuguesas - Vanessa Tavares Kanaan
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Caravelas-portuguesas - Vanessa Tavares Kanaan
água-viva - Reprodução/ Instagram Vida Marinha
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água-viva - Reprodução/ Instagram Vida Marinha
Chrysaora lactea - Dafne Reinisch
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Chrysaora lactea - Dafne Reinisch
Caravela-portuguesa Barra da Lagoa1 - Gabriela Claumann
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Caravela-portuguesa Barra da Lagoa1 - Gabriela Claumann
Olindias sambaquiensis, - Tatiana Leite
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Olindias sambaquiensis, - Tatiana Leite
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