Protagonista de grandes tragédias, Vale do Itajaí pode enfrentar novo avanço das águas 2v6f18
Com mais de 180 mortos nas grandes inundações de 1983 e 2008, povo da região é marcado pelas cheias ...
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Navegar para o conteúdo principal da páginaREPORTAGEM: Caroline Borges e Luana Amorim
PESQUISA/TEXTO/EDIÇÃO: Beatriz Carrasco
Eventos climáticos extremos fazem parte da agenda de Santa Catarina. De acordo com o mais recente Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, o Estado registrou 2.182 ocorrências de enxurradas, inundações e alagamentos entre 1991 e 2012.
E a tendência é que estes episódios sejam cada vez mais frequentes, conforme pesquisadores que abordam a relação entre o aumento da temperatura da Terra e os fenômenos climáticos.
Em 30 anos, cidades costeiras em todo o mundo devem começar a enfrentar o aumento brusco no nível do mar, causado pelo degelo que ocorre principalmente na Antártica. É o que diz o estudo da Ong Climate Central, citado na Conferência sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas – a COP25 -, que ocorreu neste mês em Madri, na Espanha.
Na reportagem, o ND+ explorou o território catarinense em uma projeção do estudo para o ano de 2050, sob o cenário de “poluição moderada”, que consiste em um aumento gradual da temperatura da Terra em até 2ºC, até o final do século. O índice é 0,5ºC acima do que foi estipulado durante o Acordo de Paris, em 2015, quando 200 países se comprometeram em reduzir a emissão de gases do efeito estufa – substâncias como dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4).
Além dos impactos sociais, a economia também é afetada pelo desastres naturais, de modo direto ou indireto: da perda de safras, fechamento de portos e bloqueio de rodovias, até o menor poder de consumo de famílias que têm seus patrimônios destruídos.
Com o aumento do nível do mar, rodovias e portos catarinenses podem ser atingidos – estruturas que têm papel importante no escoamento de produção e manutenção da economia do Estado.
Neste contexto, órgãos municipais, estaduais e federais que atuam na infraestrutura são desafiados a elaborar soluções para minimizar os possíveis impactos.
Em Santa Catarina, planos de contingência de diferentes autoridades e instituições já projetam o cenário adverso – entre elas a Defesa Civil de Santa Catarina, que é referência no país em situações de desastres naturais.
Se a previsão sobre o aumento do nível do mar se concretizar, em Santa Catarina serão afetados portos e rodovias (federais e estaduais) em 30 anos.
Entre os portos em risco, conforme a projeção, estão os de São Francisco do Sul, Itajaí e Navegantes, no Litoral Norte e Vale; e Imbituba, no Sul do Estado. Já o Porto de Itapoá, apesar de estar em uma área de risco, não deve enfrentar grandes estragos, aponta o estudo.
As rodovias de Santa Catarina que podem enfrentar inundações são: BR-101, BR-280 e BR-470 (federais); e SC-415, SC-410, SC-100, SC-442 (estaduais).
Enchentes, inundações, ciclones: Todos os anos, catarinenses vivenciam situações climáticas extremas. Após a água baixar e o vento diminuir, permanecem os estragos, que podem atingir cidades e regiões inteiras.
Segundo dados da Defesa Civil estadual, em apenas dois anos – entre 2016 e 2018 -, a incidência de fenômenos naturais causaram prejuízos de R$ 814 milhões em Santa Catarina – entre danos materiais e prejuízos públicos.
Somente em ville, a Defesa Civil municipal contabilizou mais de R$ 470 milhões em prejuízos com enchentes, inundações, enxurradas e deslizamentos, de 2008 até agora.
Em Itajaí, apenas a enchente de 2008 causou prejuízo de R$ 1,6 bilhão, entre danos “materiais, econômicos e sociais”, conforme a Defesa Civil do município.
Em Florianópolis, a maré alta que atingiu a cidade em 2017 provocou R$ 4 milhões em danos ao Município. Nas chuvas de janeiro de 2018, o prejuízo foi de R$ 54,8 milhões.
No Sul do Estado, não há dados totais sobre as grandes inundações que assolaram a região. Somente em maio deste ano, no entanto, as ocorrências do dia 24 causaram prejuízos de R$ 9 milhões em Jaguaruna, e R$ 4 milhões em Laguna, segundo as prefeituras.
Os desastres provocados pelas chuvas de 2008 foram um marco para a Defesa Civil de Santa Catarina, hoje referência no país em monitoramento, alertas, prevenção e resposta a desastres naturais. Naquele ano, 135 pessoas morreram, 60 cidades foram atingidas, 51.297 pessoas ficaram desalojadas e 27.410 desabrigadas. A região mais prejudicada foi o Vale do Itajaí.
Desde então, segundo o coordenador de monitoramento e alerta da Defesa Civil, Frederico Rudorff, além de emitir alertas constantes de temporais e auxiliar em enchentes e outros desastres, o órgão trabalha também com a prevenção e opera equipamentos para tentar evitar inundações.
O órgão também possui um programa em parceria com o governo alemão para executar o projeto CSI-Brasil (Ampliação dos Serviços Climáticos para Investimentos em Infraestrutura, traduzido para o português).
Na iniciativa, a Alemanha importa ideias para transmissão de energia elétrica, transporte marítimo e soluções para portos em situações emergenciais de grandes tempestades e inundações.
As mudanças climáticas estão dentro do nosso horizonte e é um tema urgente, principalmente porque Santa Catarina tem uma zona costeira extensa e temos vários pontos que precisam ser atacados”, disse Rudorff.
Outro projeto, ainda em fase de captação de recursos, é o ProCosta. O programa, segundo Rudorff, busca a união de vários órgãos para a proteção das áreas costeiras, e também dá mais atenção aos manguezais e áreas úmidas. Junto à UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), os pesquisadores pretendem mapear os principais problemas de desmatamento e as soluções para maré alta, alagamentos e inundações.
Para a oceanógrafa e professora Regina Rodrigues, a proteção destas áreas vulneráveis é necessária para a estabilidade do litoral – pois previne cidades da maré alta, enchentes e erosão causada por ondas e tempestades.
“Os fenômenos vão vir com mais frequência e mais fortes, e por isso precisamos proteger essas regiões”, destacou.
Os cientistas da Climate Central alertam que as autoridades precisam se preparar para a nova realidade, com projetos de contingência das marés pensados desde já.
Ao redor do mundo, a Holanda se destaca no “duelo” contra a força das águas. Com cidades erguidas abaixo do nível do mar, o país europeu investiu, ao longo de sua história, em sistemas de diques para evitar enchentes e inundações.
Um deles, o emblemático “Afsluitdijk” (em holandês), teve sua última pedra colocada há 87 anos, em 1932. O dique gigante é uma barreira de 32 quilômetros, que vai até o fundo do mar.
Além de evitar inundações, a enorme muralha foi aproveitada também como uma autoestrada – liga o norte da Holanda do Norte à província da Frísia, nos Países Baixos.
Ainda na Europa, Veneza, na Itália, é outra região que sofre com inundações. Em novembro deste ano, a cidade registrou a pior cheia em mais de 50 anos. O nível da água chegou a 1,87 m, segunda maior medida na história local – o recorde foi de 1,94 m, em 1966. “São os efeitos das mudanças climáticas”, disse o prefeito Luigi Brugnare.
Em 2017, um relatório da Agência Nacional da Itália para Novas Tecnologias, Energia e Desenvolvimento Econômico Sustentável alertou que a região ficará submersa em um século, caso as mudanças climáticas avancem e não sejam implementadas medidas de contenção. O estudo é similar ao dos pesquisadores da Climate Central.
Se de um lado o trabalho de monitoramento já está em pleno funcionamento, do outro importantes projetos de drenagem, comportas e barragens ainda avançam lentamente em Santa Catarina.
Das 21 obras contra enchentes na região costeira monitoradas pela Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina) desde 2011, apenas nove foram concluídas e uma está com andamento comprometido. O restante teve o prazo de conclusão expirado.
Confira a situação das obras atrasadas:
*Os contrapontos dos responsáveis por cada projeto estão no final da reportagem
Responsável pelos projetos de engenharia da malha rodoviária estadual, a Secretaria de Estado da Infraestrutura garante que todas as obras seguem instruções de serviço em relação à drenagem das vias, com estudo hidrológico, e que por isso estão protegidas. Neste estudo, são coletados dados pluviométricos, pluviográficos e fluviométricos – que determinam as vazões das principais bacias do Estado.
Segundo a pasta, durante a implantação ou restauração de rodovias, são utilizados dados do IBGE e da Epagri com previsões atualizadas de nível do mar e outras variáveis. A Defesa Civil estadual também monitora as áreas às margens das rodovias.
Nas rodovias federais, o cenário é semelhante. De acordo com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), os projetos são feitos com base em estudo hidrológico e levam em conta pluviometria, nível dos rios e marés. Quando necessário, engenheiros entrevistam moradores da região. “São ainda buscadas informações junto à Agência Nacional de Água, Marinha do Brasil e Defesa Civil”, diz o órgão.
Portos da Baía da Babitonga têm plano conjunto
Entre as importantes estruturas que podem ser atingidas pela alta das marés estão os portos de Itapoá e São Francisco do Sul, na Baía da Babitonga, Norte do Estado.
Inaugurado em 2011, o complexo portuário de Itapoá é considerado um dos mais ágeis e eficientes da América Latina. A integração do terminal com a Baía da Babitonga facilita a atracação de navios de grande porte que chegam à cidade.
Com monitoramentos constantes, em oito anos de funcionamento, o complexo ainda não identificou nenhum aumento do nível da baía que exceda os parâmetros normais na região. Segundo o complexo, caso o monitoramento indique algo anormal, um plano de ação será acionado. Além das verificações, o Porto Itapoá também trabalha com um Plano de Área da Baía da Babitonga.
O projeto pioneiro no Sul do País tem como objetivo ampliar a capacidade de resposta em casos de incidentes na baía, com a atuação coordenada dos empreendimentos portuários, órgãos ambientais e de contingência.
Além do Porto Itapoá, também participam do projeto o grupo formado pela APSFS – istração do Porto de São Francisco do Sul -, TESC – Terminal Santa Catarina -, Itapoá Terminais Portuários – Porto Itapoá -, TEFRAN – Terminal de São Francisco do Sul -, e OSPAR – Oleoduto Santa Catarina/Paraná, ambos da Transpetro/Petrobrás.
O plano engloba a execução de ações operacionais e preventivas voltadas para incidentes na área portuária da Baía da Babitonga, com foco principalmente em acidentes químicos ou vazamentos de óleos.
Apesar de recente, de acordo com o gerente de Meio Ambiente do Porto de São Francisco do Sul, Oscar Schimitt, o projeto já conta com todas as estruturas necessárias para evitar possíveis desastres. “O plano foi aprovado há alguns meses e até o momento não precisou ser acionado”, comentou Schimitt.
Além disso, o complexo portuário de São Francisco do Sul conta internamente com planos de contingência, também com foco na prevenção de acidentes.
Após prejuízos, Porto de Itajaí já pensa no futuro
Um dos principais complexos portuários do país, o Porto de Itajaí sentiu na prática como as inundações podem impactar na economia. As operações no local ficaram parcialmente comprometidas após a enchente que atingiu a cidade em outubro de 2008.
Com o aumento do nível da água, o berço 1 do complexo portuário ficou totalmente destruído. Além disso, os berços 2 e 3 foram atingidos parcialmente pelas cheias. Os estragos geraram, na época, um prejuízo estimado em mais de R$ 300 milhões.
Com os impactos, as movimentações também ficaram abaixo do esperado, o que refletiu na economia. Durante as obras de recuperação, para garantir os bons números, o porto precisou criar alternativas para driblar as adversidades.
“Demorou alguns anos para o Porto se reerguer, já que agora estamos operando com os quatro berços. Então, depois de dez anos, podemos dizer que o Porto conseguiu retornar a sua atividade portuária”, explica Heder Cassiano Moritz, assessor da superintendência.
Nos últimos anos, o complexo vem trabalhando em alternativas para evitar episódios como os de 11 anos atrás.
“Como Itajaí está ao nível do mar, uma elevação significativa poderia trazer grandes consequências. Por isso, a gente vem trabalhando com um projeto específico para acompanhar as possíveis mudanças climáticas nos próximos anos”, conta Heder.
Atualmente, segundo Héder, toda a estrutura do berços leva em consideração as condições atuais. Porém, mesmo apresentando uma folga, o Porto de Itajaí já busca novos projetos para lidar com possíveis inundações no futuro.
“Nós temos um projeto em andamento que, além das mudanças climáticas, também leva em conta o regime das chuvas e as alterações no histórico das cheias. Porém, ainda não tem nada concretizado”, explica.
Porto de Imbituba tem projeto preventivo
O Porto de Imbituba, no Litoral Sul, também vem trabalhando projetos para monitorar o aumento das marés e prevenir possíveis inundações. Atualmente, os cais do complexo estão a 6,5m de altura em relação ao nível do mar.
De acordo com o Porto, esta cota de altura dá mais tranquilidade para as operações, caso haja aumento do nível do mar.
Além disso, o porto também conta com quatro marégrafos para a medição, e duas torres meteorológicas – em parceria com o IBGE e a Epagri, para acompanhar as condições marítimas e parâmetros meteorológicos que “auxiliam a navegação marítima e o monitoramento das estruturas portuárias”.
Porto de Navegantes
A reportagem entrou em contato com a empresa responsável pelo Porto de Navegantes. Em nota, informaram que “o assunto diz respeito ao poder público e nós como porto privado não temos como colaborar”.
Estudos e projetos para construção de quatro barragens, sendo duas no Rio Trombudo e duas no Rio das Pombas
Construção de barragem de médio porte em Botuverá
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Melhoramento fluvial no canal retificado e no leito antigo do Rio Itajaí Mirim, e construção de comportas de regulação no município de Itajaí
Estudos Ambientais estratégicos
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