A história de um clube de remo de Itajaí formado por negros e presidido por mulheres i1s13

PIONEIROS NO REMO DE SC

A fascinante história do remador Toninho que narramos aqui na coluna última quinta-feira rendeu muitos comentários.

Muitas mensagens recebidas parabenizaram o resgaste da história de um remador negro que na década de 1960 foi recusado em um clube de remo de Florianópolis pela sua cor de pele, e sem desistir, foi acolhido em outra agremiação se tornando um campeão e exemplo do esporte.

Pela repercussão da matéria, o historiador Adalberto Klüser chamou atenção para a publicação “Operários da Bola”, um estudo sobre a relação dos trabalhadores com o futebol na cidade de Itajaí (SC) entre as décadas de 1920 a 1950 do formando em história, André Luiz Rosa.

Nesse material de pesquisa, uma constatação: em 1919, na cidade de Itajaí surgiu um clube náutico denominado Cruz e Souza formado apenas por atletas negros, trabalhadores da orla portuária da cidade e ligados à Sociedade Beneficente 15 de novembro. E com um detalhe ainda mais curioso: a diretoria desse clube de remo era composta por mulheres, tendo como presidente: Etelvina Vieira e a Vice, Mariazinha Mascarenhas.

Segunda a já citada publicação: “Para a manutenção do clube, a diretoria do Cruz e Souza realizava bingos como forma de angariar recursos para a continuação da equipe, pois as despesas com as embarcações e com as instalações eram elevadas para um clube genuinamente operário”.

A fundação do Clube Náutico Cruz e Souza ganhou destaque no jornal A União, de Itajaí na edição do 20 de junho de 1919, inclusive citando que o nome da agremiação era uma homenagem ao “o inexquecível poeta catharinense Cruz e Souza, o sonhador do Bello e do Ideal. A directoria do club recem-fundado é composta de diversas senhoritas, que foram aclamadas pela assembléa”.

O clube dos operários de Itajaí encerrou as suas atividades em 1930, porém alguns anos antes conquistou uma regata em Florianópolis denominada “Taça para Todos”. Só que a premiação foi anulada pelos dirigentes do remo da época alegando “questões técnicas”. Não precisamos de muito esforço para entender os reais motivos da não entrega da premiação aos vencedores da regata.

MEMÓRIA

Um clube de remo formado por negros em Itajaí no ano de 1919. Em homenagem, o nome escolhido foi o do poeta negro Cruz e Souza, nascido em Desterro, hoje a capital Florianópolis. Era formado por trabalhadores pobres da zona portuária que fizeram história no esporte catarinense. E com mais um detalhe interessante: a diretoria era formado por mulheres. – Foto: Acervo Adalberto Klüser/NDUm clube de remo formado por negros em Itajaí no ano de 1919. Em homenagem, o nome escolhido foi o do poeta negro Cruz e Souza, nascido em Desterro, hoje a capital Florianópolis. Era formado por trabalhadores pobres da zona portuária que fizeram história no esporte catarinense. E com mais um detalhe interessante: a diretoria era formado por mulheres. – Foto: Acervo Adalberto Klüser/ND
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