Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina teve um dia atípico na sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (11), marcada pela presença massiva da comunidade e ‘quebra-pau’ entre os parlamentares Juliana Pavan (PSD) e David La Barrica (PRD).
O tema central da sessão era a votação do Projeto de Lei n° 65/2024, que tramita em regime de urgência e votações únicas. De autoria do Executivo, o projeto e revoga a Lei Municipal 4.026/2017, e traz a proibição de tramitação de qualquer projeto que visa alterações no Plano Diretor em ano eleitoral municipal.

A sessão foi suspensa pelo presidente, David La Barrica inúmeras vezes por conta da manifestação ruidosa de parte da plateia, que lotou o plenário por conta do projeto. A última suspensão, às 20h24, foi o que desencadeou o embate com Juliana Pavan, ambos registraram boletins de ocorrência.
A 1ª vez que a sessão foi suspensa durou cerca de 25 minutos, e a 2ª, por dez minutos, pelo mesmo motivo, no Tema Livre, espaço para fala dos vereadores na tribuna.
A 1ª suspensão foi durante a fala do vereador Marcelo Achutti (MDB), a 2ª, durante a fala do vereador Gelson Rodrigues (Cidadania), e a 3ª, durante a fala da vereadora Juliana Pavan (PSD).
Presentes na câmara chamaram La Barrica de “covarde” após encerramento de sessão – Vídeo: Reprodução/ND
Sessão da Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú termina na delegacia de polícia 3s1e72
Para Juliana Pavan, a suspensão da sessão foi “abrupta e autoritária”. A maioria dos presentes da sessão eram servidores comissionados do governo municipal.
Durante a fala de Juliana Pavan em tema livre, David La Barrica interrompeu a sessão, cortando o microfone, decretando a sessão encerrada.
A atitude gerou indignação entre os presentes, com manifestações da plateia contra David de “covarde”. Após os fatos, Juliana Pavan foi à Delegacia da Mulher para registrar um boletim de ocorrência e pedir medida protetiva contra David La Barrica.
Para ela, se trata de um “caso de violência política contra a mulher perante os demais vereadores e toda a comunidade presente”.

“O motivo do pedido para votar o Plano Diretor com urgência era a alegação de que mudanças eram necessárias para atender às novas demandas urbanísticas e ambientais da cidade. No entanto, muitos vereadores e representantes da sociedade civil criticaram a pressa e a falta de debate adequado”, traz a nota de Pavan.
Ainda de acordo com Pavan, o processo estava emperrado pela falta de apresentação do diagnóstico socioambiental da cidade, um estudo fundamental que identifica os potenciais e deficiências de cada região e serve como base para o planejamento de ações de desenvolvimento econômico sustentável.
“Estamos profundamente desapontados com essa decisão de botar o projeto na marra e nas pressas, sem falar o absurdo de cassar a minha fala. Acreditamos que mudanças tão significativas no Plano Diretor de Balneário Camboriú deveriam ser feitas com ampla consulta pública e fora do período eleitoral”, destaca Pavan.
La Barrica reforça necessidade de interrupções 1v4y6l
Já o presidente da Câmara, destacou a importância da interrupção da sessão diante do público inflamado. “Em todas as interrupções, solicitei a compreensão dos presentes para garantir a ordem e o decoro, permitindo assim o andamento pacífico dos trabalhos legislativos”, trouxe em nota.
David La Barrica defende importância de encerrar a sessão – Vídeo: Reprodução/ND
La Barrica destacou ainda que ao retomar os trabalhos, reforçou que, caso houvesse novas interrupções por parte dos presentes, seria necessário suspender a sessão.
“Diante da persistência das manifestações, e em conformidade com o Regimento Interno, vi-me obrigado a suspender a sessão, visando a integridade dos vereadores, servidores e público presente”, finalizou.