Vereadora de SP diz que ‘mulher branca, bonita e rica incomoda’ ao discutir com servidores 4s5071

Câmara Municipal debatia proposta de reajuste salarial quando a vereadora de SP, Cris Monteiro (Novo), se irritou ao ser interrompida por funcionários públicos 3q163y

Vereadora de SP, Cris Monteiro (Novo), discursando na tribunaVereadora de SP, Cris Monteiro (Novo), se irritou com protestos dos servidores durante seu discurso – Foto: Reprodução/Rede Câmara SP

“Uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês”. Foi assim que a vereadora de SP Cris Monteiro (Novo) reagiu ao ter sua fala interrompida por servidores municipais que protestavam durante sessão desta terça-feira (29) na Câmara Municipal.

A parlamentar da base de apoio do prefeito Ricardo Nunes (MDB) discursava em sessão marcada por protestos dos servidores, confusão entre vereadores e confronto entre policiais e manifestantes. Em pauta, a proposta do executivo de reajuste salarial em duas parcelas (2025 e 2026), rejeitada pelos servidores que estão em greve. O PL foi aprovado.

Desde cedo, servidores municipais ocuparam as galerias da Câmara para protestar contra o PL e se manifestaram várias vezes durante a sessão. Cris Monteiro usava a palavra quando foi interrompida com vaias e retrucou.

“Eu escutei todos vocês calados. Enquanto vocês [da oposição] falaram, ali [na galeria] ninguém se manifestou. Agora, quando vem uma mulher branca aqui falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Por quê? Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês, mas eu ‘tô’ aqui representando uma parte importante da população que me elegeu”, disparou a parlamentar.

Discussão da vereadora de SP Cris Monteiro com servidores – Vídeo: Reprodução/Rede Câmara SP

A fala da vereadora de SP gerou reação de vereadores da oposição e deu início a um bate-boca que interrompeu a sessão. Parlamentares consideraram a fala racista. No retorno, Cris Monteiro pediu desculpas e o presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União Brasil), afirmou que após análise, entendeu que não houve racismo.

Um episódio de racismo marcou a Câmara de Vereadores de São Paulo em 2022, durante a I dos Aplicativos. O relator, vereador Camilo Cristófaro (Avante), não percebeu que estava com o microfone ligado e vazou o seguinte áudio: “Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”. O parlamentar foi cassado por conta do episódio no ano seguinte.

Esse ano, a Câmara voltou a ser notícia por polêmica já no dia 2 de janeiro. Uma câmera de segurança flagrou o momento em que era retirada a privada do gabinete utilizado pela ex-vereadora Janaína Lima (PP), que não se reelegeu. O gabinete aria ser utilizado por Adrilles Jorge (União Brasil). Ela alegou que os equipamentos foram adquiridos com recursos próprios e precisavam ser retirados.

Quem é Cris Monteiro, vereadora de SP? h2va

Formada em Ciências Contábeis e pós-graduada em Finanças pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC), a vereadora de SP Cris Monteiro atuou como diretora em bancos como JPMorgan, Goldman Sachs e Bank of America antes de entrar para a política.

Elegeu-se vereadora de SP pelo partido Novo, em 2020, e foi reeleita para o cargo quatro anos depois. Entre suas leis aprovadas, estão a que permite a prefeitura comercializar nomes de equipamentos públicos (“naming rights”) com a iniciativa privada, e a que institui o Código de Defesa ao Empreendedor.

Proposta do executivo l4u43

O projeto de lei do prefeito Ricardo Nunes prevê um reajuste de 2,60% dos salários dos servidores municipais para 2025 e mais 2,55% a partir de maio de 2026, somando 5,2% de forma parcelada.

Servidores municipais de SP acompanharam a sessão e vaiaram vereadores da situação – Foto: Richard Lourenço / Rede CâmaraServidores municipais de SP acompanharam a sessão e vaiaram vereadores da situação – Foto: Richard Lourenço / Rede Câmara

A proposta enfrenta resistência dos sindicatos que representam os servidores. Eles pediam 12,9% de aumento. A inflação (IPCA) acumulada dos últimos 12 meses é de 5,48%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A medida foi aprovada em primeira votação no dia 23 de abril.

Nesta terça-feira (29) o projeto de lei iria para segunda votação, mas ou por audiência pública pela manhã. Os servidores municipais decretaram greve e ficaram na Câmara desde a audiência. A sessão durou quase sete horas e o reajuste foi aprovado.

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